Krzysztof Śmiszek: de activista LGBT a censor de serviço

 

O modus operandi do neoliberalismo globalista encontra o seu manual de normas na Polónia dos dias que correm.

Num regresso do país aos tempos do domínio soviético, o processo revolucionário em curso inclui fecho da televisão e da rádio públicas, encarceramento de opositores políticos e, claro, o inevitável garrote sobre a liberdade de expressão.

Neste contexto, Krzysztof Śmiszek, o recém empossado vice-ministro da Justiça da Polónia e conhecido activista LGBT, anunciou esta semana um pacote legislativo que proíbe o “discurso de ódio” com base na orientação sexual, na identidade de género e na deficiência.

Śmiszek afirmou que os regulamentos sobre “discurso de ódio” serão finalizados até ao fim de Fevereiro. O partido populista Konfederacja (Confederação), pela voz de Konrad Berkowicz, manifestou já sérias dúvidas sobre as restrições ao discurso previstas na proposta de lei, que foram incluídas no acordo de coligação entre as três forças políticas globalistas que se juntaram para governar a Polónia.

“Na prática, isto não significa mais do que um processo criminal por expressar opiniões que são inconsistentes com uma ideologia específica que está próxima da nova coligação. Trata-se obviamente de censura, de um claro ataque à liberdade de expressão e de um totalitarismo evidente e soez”.

O governo de Donald Tusk está a cometer ilegalidades sobre ilegalidades para fazer avançar rapidamente a sua agenda e o país encontra-se agora mergulhado numa crise constitucional, com tribunais divididos, a sociedade polarizada e a sensação palpável de que a Polónia vai ser submetida a um exercício distópico, muito do agrado do regime Biden e da doutrina de Davos.

Mesmo considerando que este governo resulta de uma coligação de vários partidos ideologicamente colocados entre a esquerda e o neoliberalismo, à semelhança do que acontece em Espanha, em França e em Portugal, não deixa de ser espantoso que os polacos – um povo que sabe bem o que é viver sob um jugo despótico – tenham legitimado nas urnas uma aberração regimental desta natureza.