Começaram a ser divulgados na noite de quarta-feira os tão aguardados documentos judiciais que contêm uma lista de mais de 150 associados do suicidado pedófilo Jeffrey Epstein.

O ex-Presidente Bill Clinton e o Príncipe André são citados nos documentos judiciais relacionados com os associados de Epstein, tornados públicos no âmbito de um litígio que se arrasta há anos entre Virginia Giuffre, acusadora de Epstein, e Ghislaine Maxwell, sócia do criminoso magnata.

Segundo os documentos, Giuffre testemunhou sobre a foto onde aparece abraçada ao Príncipe Andrew desta forma:

“Pagaram-me pela fotografia do Príncipe André com o braço à minha volta, com Ghislaine em segundo plano. Acho que fui paga pela publicação da história.”

Giuffre acusou o o Príncipe de a ter violado no contexto da relação que ambos tinham com Epstein, mas o processo acabou num acordo extra-judicial. Giuffre acusou também Clinton de viajar para a Ilha Little St. James, a diabólica propriedade onde o sinistro magnata realizava as suas orgias com menores, uma acusação que o ex-presidente negou veementemente.

Um depoimento recentemente divulgado por uma vítima de Epstein, Johanna Sjoberg, contém mais informações sobre Clinton e o Príncipe André.

“Puseram uma marioneta ao colo da Virginia, eu sentei-me ao colo de Andrew, puseram a mão da marioneta no peito de Virgínia e Andrew pôs a mão no meu peito e tiraram uma fotografia”.

A marioneta referida era uma caricatura do Príncipe André e na altura as testemunhas e o Windsor estavam hospedados na casa de Epstein em Manhattan, Nova Iorque. Sjoberg acrescentou este relato sobre as preferências de Bil Clinton:

“Ele [Epstein] disse uma vez que Clinton gosta delas jovens, referindo-se a raparigas”.

 


Inicialmente, pensava-se que a divulgação dos documentos do tribunal seria adiada devido a um recurso interposto por uma entidade desconhecida, adiamento que estava a criar ainda mais suspeitas do que as suspeitas que já existem em torno de todo o universo Epstein. Mas um juiz confirmou na quarta-feira que os documentos seriam divulgados dentro do prazo previsto. A juíza do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova Iorque, Loretta Preska, ordenou em Dezembro que os nomes e os documentos associados fossem divulgados no início de Janeiro.

Donald Trump também é mencionado no acervo. Sjoberg disse que nunca viu Trump e que apenas se lembra de ter visitado um dos seus casinos.

 

 

Trump e Clinton apareceram anteriormente nos registos de voo do jacto privado de Epstein, divulgados em 2021, como parte do litígio. Nenhum dos dois foi acusado de actividade criminosa, e os registos não contêm nenhum voo para a infame Ilha do suicidado pedófilo e reputado chantageador de personalidades públicas.

Outros detalhes no conjunto de documentos incluem um e-mail que Epstein enviou a Maxwell insistindo que Stephen Hawking não participasse numa orgia de menores que teve lugar na Ilha Little St. James em 2006. Hawking, o célebre físico que morreu em Março de 2018, estava entre os convidados para esse “evento”.

Alan Dershowitz, um célebre e mediático constitucionalista americano e ex-associado de Epstein, também é referido nos documentos, mas não surge implicado em qualquer acto ilícito.

Thomas Pritzker, o CEO da rede de hotéis Hyatt é mencionado como estando envolvido em  actividades sexuais com menores.

 

 

Espera-se que mais documentos sejam divulgados nos próximos dias.

A advogada de Maxwell disse à imprensa que a sua cliente “não tem nada a dizer” sobre os documentos. Actualmente, Maxwell cumpre pena de 20 anos de prisão por conspirar com Epstein para abusar sexualmente de menores.

Jeffrey Epstein foi encontrado morto, em circunstâncias extremamente suspeitas, em Agosto de 2019 enquanto estava encarcerado numa prisão da cidade de Nova York, aguardando julgamento por acusações federais de tráfico sexual. A sua morte foi considerada suicídio, mas é óbvio para toda a gente com um neurónio meio desperto que o sinistro magnata foi assassinado.

De qualquer forma, este primeiro conjunto de documentos não revela muito para além do que já se sabia. E o Contra desconfia que os restantes documentos vão ser tudo menos bombásticos.

A ver vamos.