Num desafio flagrante às forças armadas dos Estados Unidos e à administração Biden, uma embarcação de guerra chinesa perseguiu e cortou deliberadamente o rumo de um contratorpedeiro americano de mísseis guiados, no sábado, no Estreito de Taiwan, numa manobra que por pouco não provocou uma colisão entre os dois navios.

Este é apenas o incidente mais recente na escalada de tensões entre os dois países.

De acordo com a ABC News, o incidente de sábado ocorreu quando o contratorpedeiro americano USS Chung-Hoon e a fragata canadiana HMCS Montreal navegavam em águas internacionais no Estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente chinês.

Não há dúvidas de que o incidente foi intencional – o navio chinês contactou o Chung-Hoon com antecedência e ordenou-lhe que alterasse a sua rota, caso contrário ocorreria uma colisão, de acordo com a Global News do Canadá, que tinha uma tripulação a bordo do Montreal.

Segundo a Global News, os navios de guerra chineses estavam já há vários dias a seguir as embarcações americana e canadiana.

No sábado, um dos navios chineses interrompeu a perseguição para ultrapassar o navio americano e passar directamente à frente do seu caminho.

Veja a reportagem aqui – as imagens da quase colisão começam por volta dos 45 segundos:

 

 

De acordo com uma declaração do Comando Indo-Pacífico da Marinha dos EUA, relatada pela ABC, o Chung-Hoon manteve seu curso, mas diminuiu para uma velocidade de 10 nós, avisando o navio chinês para manter a distância.

O navio chinês cruzou a proa do Chung-Hoon por bombordo. Estava a apenas 130 metros do navio americano. Isso pode ser catastroficamente próximo, disse o comandante do Montreal, Paul Mountford, à Global News.

“Quando estamos em grandes navios de guerra a manobrar perto uns dos outros… 130 metros é muito assustador. Nunca se quer estar tão perto de outro navio. Porque há demasiadas coisas que podem correr mal e pode mesmo haver uma colisão.”

Uma colisão real entre dois navios de guerra no mar poderia, naturalmente, levar à perda de vidas em ambos, o que significa que membros do serviço americano morreriam porque a administração Biden é incapaz de projectar força.

 

Este não foi um caso isolado. E reflecte a debilidade actual dos Estados Unidos.

Esta foi a segunda acção agressiva das forças armadas chinesas contra os EUA em pouco mais de uma semana.

A 23 de Maio, a ABC noticiou que um caça chinês voou directa e frontalmente sobre um avião de reconhecimento americano nos céus do Mar da China.

São provocações, mas também um sinal da posição cada vez mais agressiva da China, à medida que tenta explorar o vazio de liderança global criado pela fraqueza evidente do regime Biden.

A desastrosa retirada do Afeganistão, em Agosto de 2021, deve ter reforçado a confiança do presidente chinês. O que está a acontecer na Ucrânia, também. O líder comunista viu como os jactos de guerra russos forçaram um drone militar americano a sair do céu sobre o Mar Negro, numa manobra que serviu até de meme na web, e registou por certo a resposta embaraçosamente débil de John Kirby, o contra-almirante aposentado que serve de porta-voz do Pentágono.

Xi registou, sem dúvida, a reacção fraca e demorada de Biden e do Pentágono ao inacreditável descaramento dos chineses, quando sobrevoaram com um balão espião o território continental dos Estados Unidos, em Fevereiro.

Xi estará certamente ciente de que o senil congénere está envolvido nos negócios corruptos do seu filho Hunter – pelo menos no que diz respeito a assuntos que envolvem a China. E provavelmente ainda mais consciente das fraquezas de Biden que o público americano ainda ignora – graças ao deep state que o protege, à imprensa corporativa que funciona como amplificador do regime e às Big Tech que procuram censurar qualquer informação ou notícia que lhe seja desfavorável.

É por isso que o Comité Central está disposto a arriscar que os seus militares instiguem braços de ferro destinados a intimidar as forças americanas, mesmo que isso implique a possibilidade de dois navios de guerra colidirem em alto mar.

Xi Jinping claramente não tem medo de Biden, assim como Putin.

Na Europa, essa “falta de respeito” levou a que o líder russo se decidisse a invadir a Ucrânia. Na Ásia, pode muito bem levar a que Xi Jinping se decida a invadir Taiwan, um confronto militar directo com um aliado americano que pode significar uma guerra entre os EUA e a China. A crescente militarização da região – por parte da China, mas também dos EUA – aponta para essa possibilidade a cada dia que passa.

Mas o ContraCultura quer ser claro: os Estados Unidos da América não têm, hoje, qualquer legitimidade moral ou política para se assumirem como polícias globais, para se posicionarem como protectores dos interesses do Ocidente ou argumentarem legados imperiais, nas mais diversas localidades do planeta. Não temos qualquer simpatia pelo regime comunista chinês, obviamente, mas a verdade é que é apenas natural que uma potência como a China não veja com bons olhos a presença militar massiva, constante e ameaçadora dos americanos em mares que são adjacentes às suas águas territoriais. Como é também compreensível que Putin não veja com bons olhos que países membros da NATO cerquem as suas fronteiras ocidentais.

Que valores civilizacionais justificam a presença do contratorpedeiro americano no estreito de Taiwan? Pornografia gay nas bibliotecas do ciclo preparatório.