O genocídio cometido pelo novo regime islâmico da Síria sobre a população cristã autóctone do país é o resultado directo da política externa de longa data dos Estados Unidos no Médio Oriente. Embora os funcionários do governo federal americano tenham insistido que a expulsão do ditador sírio Bashar al-Assad, em Dezembro do ano passado, não resultaria em represálias contra os cristãos sírios e outros grupos minoritários, incluindo a seita muçulmana alauíta a que Assad pertencia, mais de 1.000 pessoas de minorias religiosas e étnicas foram mortas nos últimas semanas.
De acordo com observadores dos direitos humanos, os cristãos, os alauítas e outras minorias têm sido alvo das forças de segurança do governo islâmico da Síria, que também entram em confronto com os combatentes pró-Assad nos enclaves costeiros. Durante a sua audiência de confirmação no Senado, no início deste ano, a directora dos serviços de inteligência do Presidente Donald J. Trump, Tulsi Gabbard, avisou que a política de décadas dos Estados Unidos de apoiar as forças alinhadas com a Al-Qaeda contra o regime de Assad poderia encorajar os combatentes islâmicos a levar a cabo ataques genocidas contra os cristãos e outras minorias da Síria, uma vez no poder:
“Não tenho amor por Assad ou por qualquer ditador. Mas odeio a al-Qaeda. Odeio que os nossos líderes se alinhem com os extremistas islâmicos, chamando-lhes ‘rebeldes’, como Jake Sullivan disse a Hillary Clinton, ‘a al-Qaeda está do nosso lado na Síria’. A Síria é agora controlada pelo ramo da al-Qaeda HTS, liderado por um jihadista islâmico que dançou nas ruas no 11 de Setembro e que foi responsável pela morte de muitos soldados americanos”.
O legado da guerra no Iraque.
Desde a invasão do Iraque em 2003, sob a égide do então Presidente George W. Bush, os Estados Unidos têm canalizado armas e fornecido treino militar a várias organizações extremistas islâmicas alinhadas contra o falecido ditador iraquiano Saddam Hussein, o sírio Bahar al-Assad e a República Islâmica do Irão. Embora os funcionários do governo americano estivessem conscientes da natureza extremista dos grupos islâmicos, estes eram vistos como meios úteis para minar as forças alinhadas com o Irão.
No Iraque, a agressiva política de mudança de regime dos Estados Unidos levou a que milhares de soldados muçulmanos sunitas e funcionários do governo ficassem desempregados. Subsequentemente, estes muçulmanos sunitas juntaram-se ao grupo Estado Islâmico (ISIS) e, em 2014, o ISIS invadiu as cidades de Fallujah e Mosul, capturando efectivamente uma grande parte do norte do Iraque. No entanto, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, Donald Trump pôs efectivamente fim à presença do ISIS no Iraque – culminando na morte do líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, em 2019.
Mudança de regime na Síria.
Entretanto, após a eclosão da Guerra Civil Síria em 2011, os Estados Unidos apoiaram activamente o Exército Sírio Livre (FSA) – uma coligação descentralizada de grupos rebeldes que incluía forças islâmicas associadas à al-Qaeda. A política dos EUA na Síria culminou com o chocante derrube de Bashar al-Assad, em Dezembro de 2024, com Abu Mohammad al-Julani – líder da franquia da al-Qaeda Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), antiga al-Nusra – a declarar-se presidente interino do país.
Embora al-Julani tenha inicialmente afirmado que iria assegurar a protecção dos cristãos sírios e de outros grupos minoritários, essa promessa parece ter sido totalmente descartada. Grupos de defesa dos direitos humanos que se dedicam à protecção das minorias cristãs do Médio Oriente afirmam que as forças de segurança de al-Julani estão a utilizar os confrontos com as forças pró-Assad como cobertura para levar a cabo uma campanha genocida, tendo arrasado numerosas aldeias cristãs. Ainda mais preocupante é o facto de as armas utilizadas para levar a cabo o genocídio religioso e étnico poderem ter sido – pelo menos em parte – fornecidas pelo governo dos EUA.
Relacionados
28 Mar 25
Zelensky diz que diplomata de Trump “é bom no imobiliário”, mas que “isto é diferente”, e que Putin vai morrer “em breve”.
O presidente ucraniano parece estar a acusar o abuso de cocaína, e decidiu insultar os americanos, Donald Trump e o seu emissário Steve Witkoff, de uma assentada. Não admira que a diplomacia de Kiev aposte agora tudo num suposto cancro de Putin.
27 Mar 25
Marco Rubio suspende contratos da USAID no valor de dezenas de biliões de dólares.
No seguimento do trabalho de auditoria do DOGE, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou que rescindiu cerca de 5.200 contratos - no valor de dezenas de biliões de dólares - pertencentes à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
26 Mar 25
Alemanha: Partido AfD vai ser banido antes das próximas eleições.
O AfD é o segundo maior partido da Alemanha e tem quase um quarto do apoio dos eleitores, mas enfrenta uma séria probabilidade de ser interdito, já que a CDU, o SPD e os Verdes parecem concordar com a proibição. Para 'salvar a democracia'.
25 Mar 25
Líder político australiano admite que a liberdade de expressão é incompatível com a ‘diversidade’.
Chris Minns admitiu, sem querer, que a liberdade de expressão é incompatível com uma sociedade multicultural, mas talvez fosse pertinente perguntar aos australianos se concordam em trocar os seus direitos fundamentais por mais uns milhões de imigrantes.
24 Mar 25
Guerra Civil T: esquerda americana desencadeia ataque terrorista ao primeiro construtor mundial de veículos eléctricos.
A empresa de Elon Musk está a ser alvo de um coordenado e abrangente ataque terrorista, realizado através de actos violentos, mas também de incentivos mediáticos,numa ofensiva da esquerda e de alguns sectores da direita neoconservadora.
21 Mar 25
Leis de ‘cidade santuário’ de nova Iorque impedem que imigrante que pegou fogo a uma mulher seja entregue aos Serviços de Imigração.
Um estrangeiro ilegal que foi acusado de incendiar uma mulher enquanto esta dormia no metro de Nova Iorque está a ser protegido do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) por leis de 'cidade santuário' de Nova Iorque.