Um académico de renome e conselheiro governamental avisou que o Reino Unido irá viver uma guerra civil nos próximos cinco anos, causada pela “destruição da legitimidade” provocada pelo fracasso do governo em proteger a fronteira.
O Professor David Betz fez estes comentários durante uma participação num podcast com a jornalista e autora Louise Perry. Betz lecciona no Kings College de Londres e já aconselhou ou trabalhou com o MOD e o GCHQ do Reino Unido, além de ser membro sénior do Foreign Policy Research Institute.
O professor, que se descreve a si próprio como um “membro clássico do establishment”, disse a Perry que a sociedade britânica está agora “explosivamente configurada” para sofrer uma agitação em massa.
Segundo o professor, as consequências começaram com a fractura do contrato social, depois de o poder político do Reino Unido ter tentado subverter a votação do Brexit.
Os anos subsequentes provocaram uma “destruição da legitimidade” em resultado da política de fronteiras abertas dos sucessivos governos e da sua incapacidade para proteger as crianças dos gangues de violadores paquistaneses, para além de um sistema judicial de dois critérios e altamente politizado.
“Se quisermos criar agitação interna numa sociedade, então o que o governo britânico tem feito é exactamente o que faríamos”, afirmou o professor.
Betz disse que a situação está agora “demasiado avançada” e que uma erupção nacional que ultrapassará os tumultos do Verão passado é provável que aconteça dentro de meia década.
Betz defende que os britânicos vivem actualmente numa nação profundamente fracturada e que tem muito menos ligações com os aspectos da sua história que a tornaram, no passado, satisfeita e bem governada.
Poder-se-á, então, dizer que uma sociedade em que se desenrolam estas realidades está destinada à guerra civil? Bem, aqui vem a parte interessante. Betz explica que as sociedades altamente heterogéneas (as que são compostas por muitos grupos sociais, culturais e étnicos diferentes) em que não existe um grupo dominante único não são especialmente propensas à guerra civil. Isto deve-se ao facto de nenhum grupo ter poder ou estatuto suficientes para coordenar uma revolta generalizada. Do mesmo modo, as sociedades altamente homogéneas, ou “sem facções”, não são particularmente vulneráveis devido ao facto de ser geralmente fácil chegar a posições consensuais. A zona de perigo, afirma Betz, está no meio – sociedades que se estão a tornar mais heterogéneas e nas quais uma maioria social anteriormente dominante receia perder o seu domínio. Nessas sociedades, um sentimento nativista manifesta-se numa narrativa daquilo a que Betz chama “despromoção” e “deslocação” – as causas mais poderosas dos conflitos civis. Se juntarmos a isto o declínio económico estrutural a longo prazo e a aparente incapacidade do governo para oferecer “pão e circo”, o sentimento de desapropriação aprofunda-se.
Betz abordou também o fenómeno do “multiculturalismo assimétrico”, em que “a preferência pelo grupo, o orgulho étnico e a solidariedade de grupo – nomeadamente no voto – são aceitáveis para todos os grupos, excepto para os brancos, para os quais essas coisas são consideradas atitudes supremacistas que são contrárias à ordem social”. A situação “fornece um argumento para a revolta por parte da maioria branca (ou de uma grande minoria) que está enraizada numa linguagem de justiça”.
Num mundo normal, o Reino Unido seria o país menos suscetível de sofrer uma desordem civil massiva, mas graças a anos de mal-estar social, de imigração descontrolada e de declínio económico, tudo pode agora acontecer.
Relacionados
11 Mar 25
Roménia: Autoridade eleitoral interdita a candidatura de Calin Georgescu às presidenciais de Maio.
Depois de lhe ter sido retirada a hipótese de vencer as eleições de Dezembro, Calin Georgescu foi impedido de participar na repetição das presidenciais, previstas para Maio, de acordo com um anúncio da autoridade eleitoral do país.
11 Mar 25
Canadá: Partido de Trudeau cumpre o impossível e escolhe um líder ainda mais globalista do que ele.
O partido liberal do Canadá instalou um novo primeiro-ministro para substituir Trudeau - Mark Carney - um leninista-globalista que está ligado ao grupo Bilderberg e ao World Economic Forum e que já cumpriu muitos dos mais altos cargos do capitalismo corporativo ocidental.
10 Mar 25
A dormir com o inimigo: Trump elogia compra de portos no Canal do Panamá pela BlackRock.
Por muito que tente, Donald Trump não consegue esconder a sua simpatia pelos senhores do universo de Wall Street (que se pudessem lhe enfiavam já um tiro na testa), e no seu discurso ao Congresso da semana passada celebrou um investimento da BlackRock no Canal do Panamá.
10 Mar 25
Tentativa de assassinato de Trump, em Butler: Thomas Crooks pode ter tido cúmplices e o FBI continua a suprimir informações.
Nove meses depois de Thomas Crooks ter tentado assassinar Donald Trump num comício em Butler, as razões que levaram à ocorrência são ainda desconhecidas, e informação essencial para o esclarecimento dos factos continua a ser ocultada do público.
7 Mar 25
Trump afirma que o objectivo da UE é “lixar” os Estados Unidos, anunciando tarifas de 25% sobre importações europeias.
O Presidente Donald J. Trump afirmou que o objectivo da União Europeia é “lixar os Estados Unidos”, anunciando que foi tomada a decisão de aplicar uma tarifa de 25% sobre os automóveis e outros produtos importados do bloco.
7 Mar 25
Até a BBC diz que Zelensky ‘ficou sem opções’.
Até a estação de propaganda neo-liberal e russofóbica britânica reconhece que depois da catástrofe da Sala Oval, Zelensky não tem remédio se não ceder à agenda de Trump. O problema é que essa rendição às evidências pode já ser tardia.