Os alemães estão a ficar mais receosos, tanto a nível nacional como individual, e uma das principais causas da insegurança é a imigração. São estes os resultados do Instituto Allensbach, um serviço privado de sondagens que compila um relatório anual sobre a segurança dos alemães para o Centro de Estratégia e Liderança Superior da Alemanha, que acaba de publicar o seu Relatório de 2025.

O Instituto Allensbach sondou 1.015 alemães com 16 anos ou mais em todo o país, entre 7 e 18 de Janeiro. A sondagem mostra que o número de alemães que se sentem seguros no seu próprio país desceu um ponto desde o ano passado, para 60%, um novo mínimo histórico. Em contraste, os números nos inquéritos realizados entre 2019 e 2022 caíram todos entre os 71% e os 82%.

Na pesquisa, o gráfico aborda os entrevistados com a pergunta:

“Demasiados estrangeiros ou refugiados vivem hoje na Alemanha?”

De acordo com os resultados, 81% da população alemã diz que demasiados refugiados vivem na Alemanha, incluindo 80% dos alemães ocidentais e 85% dos alemães orientais.

 

 

Os resultados mostram claramente que os alemães não estão apenas fartos dos imigrantes ilegais, mas também do número massivo de estrangeiros que chegam legalmente ao país. Uma forte maioria, 58%, afirma que há demasiados estrangeiros na Alemanha, com 55% dos alemães ocidentais e 74% dos alemães orientais.

Uma das conclusões mais dramáticas foi que 30% dos inquiridos indicaram que têm medo de ser vítimas de criminosos violentos. Este valor é superior aos 14% registados no inquérito de 2022.

Surpreendentemente, o inquérito foi concluído antes do ataque a um grupo de educadores de infância em Aschaffenburg, por um migrante afegão ilegal, a 22 de Janeiro. O migrante matou duas pessoas, incluindo um menino de 2 anos, e feriu outras três. O ataque levou a um aumento da preocupação dos alemães com a criminalidade dos imigrantes, alimentando o apoio ao partido Alternativa para a Alemanha, crítico em relação à imigração.

 

 

No entanto, as preocupações dos alemães com a segurança não se limitam à criminalidade. A sondagem também revelou que 61% dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de a Alemanha se envolver numa guerra, enquanto 79% disseram acreditar que a Rússia é actualmente a maior ameaça à paz.

Este dado é importante na medida em que revela o grau de alienação em que vivem mergulhados os alemães, que não conseguem perceber que a maior ameaça à paz é a NATO, a Comissão Europeia, e as elites políticas que desgovernam a Europa em geral e a Alemanha, em particular. Esta visão deturpada do mundo e do seu país é na verdade plasmada pelos resultados da sondagem já citados, na medida em que, apesar de reconhecerem que há estrangeiros a mais no seu país, os alemães vão continuar a votar CDU e SPD e Verdes – os partidos responsáveis pela abertura de fronteiras – numa proporção que também estará perto dos 80%.

A opinião dos alemães sobre o seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, mudou radicalmente. Agora, 46% dos inquiridos dizem que os EUA são actualmente uma ameaça à paz mundial, o que representa um aumento em relação aos 24% de há apenas um ano. Ou seja: Joe Biden era um Presidente menos beligerante que Donald Trump.

Os alemães drogam-se imenso com substâncias alucinogénias, nitidamente. E estes dados só confirmam que a Europa é um continente perdido, sem hipótese de redenção nas próximas décadas.

Num curto rasgo de lucidez, apenas 10% dos alemães inquiridos afirmam que sentem que o seu país está preparado para a guerra e outras catástrofes. 43% disseram que a Alemanha não está “muito bem” preparada, enquanto 39% disseram que não está “de todo” preparada. Entre os perigos citados, contam-se a preocupação com o estado dos planos de saúde de emergência, bem como com a segurança das instituições vitais contra ataques informáticos.

Será de qualquer forma interessante registar como estes receios se manifestam nas eleições nacionais alemãs, que se realizam daqui a duas semanas.

Apesar dos números revelados pela sondagem, o Linkspartei (“Partido da Esquerda”) apelou recentemente à entrada de um milhão de imigrantes por ano no país, com o líder do partido, Jan van Aken, a dizer que este é um “número completamente gerível”.

Como é que se diz ‘surrealista’ em alemão?