Donald Trump e Jeffrey Epstein eram dois sujeitos fabulosamente ricos que viviam em Palm Beach, Florida. Mas é aí que as semelhanças terminam.

Eles não eram amigos. Trump chegou até a expulsá-lo de Mar-a-Lago.

E quando a polícia de Palm Beach começou a investigar Epstein, Trump foi a única figura pública a ajudar a polícia nos seus inquéritos.

Agora, surgiram indícios que sugerem que o Departamento de Justiça (DOJ) ofereceu a Jeffrey Epstein um “bom acordo” se ele pudesse fornecer “informações incriminatórias” que levassem à destituição do Presidente Trump.

A revelação foi feita pelo ex-companheiro de cela de Epstein. O ex-agente da polícia e assassino condenado Nicholas Tartaglione compartilhou uma cela com Epstein no Manhattan MCC semanas antes de sua morte, em Agosto de 2019.

Tartaglione disse que o Rei dos Pedófilos lhe contou sobre a proposta após uma reunião com os federais. Nessa conversa, Epstein confessou:

“Disseram-me que me deixariam fazer um pequeno acordo e que cumpriria apenas dois anos num campo de detenção, se lhes pudesse dar algo sobre Trump para o destituir.O governo disse-me que não tenho de provar o que digo sobre Trump, desde que o pessoal de Trump não o possa refutar.

Convém notar que esta proposta foi feita durante o primeiro mandato de Donald Trump como Presidente dos EUA, ou seja: O DOJ estava activamente a procurar destituir o seu chefe de estado.

 

Contexto da relação entre Epstein e Tartaglione.

O bilionário pedófilo foi encontrado morto na sua cela em circunstâncias misteriosas. Tartaglione foi condenado pelo assassínio de quatro pessoas, tendo sido sentenciado no ano passado a quatro penas de prisão perpétua consecutivas.

A 23 de Julho de 2019, Epstein foi encontrado com marcas de contusões no pescoço. Ele disse aos seus advogados que Tartaglione o “agrediu”, o que ele nega.

Epstein foi retirado da cela de Tartaglione e colocado em vigilância suicida. Matou-se três semanas depois, a 10 de Agosto – embora subsistam dúvidas sobre a possibilidade de ter sido assassinado.

Embora o protocolo exigisse que um presidiário em vigilância suicida fosse colocado com um novo companheiro de cela, Epstein permaneceu sozinho, de acordo com um relatório do Inspector-Geral do Departamento de Justiça.

Tartaglione terá ouvido de Epstein que ele conhecia Trump “apenas socialmente” e que não eram amigos.

 

Trump expulsou Epstein de uma festa em Mar-a-Lago por flirtar com “mulheres jovens”.

Sobre a relação entre Epstein e Trump, Tartaglione afirmou:

“Eu disse: ‘Bem, você conhece Trump?’ Ele disse: ‘Bem, sabe, eu conheço-o. Conheci-o, mas não gostamos um do outro’. Eu ri-me. Perguntei: ‘Porquê?’ Ele respondeu: ‘O Trump expulsou-me de uma festa em casa dele na Florida’. Perguntei-lhe: ‘Porque é que ele o expulsou?’ Ele disse: ‘Oh, ele ficou zangado porque eu estava a falar com uma rapariga’. E eu perguntei: ‘Que idade tinha a rapariga, Jeff?’ E ele disse: ‘Oh, uns 18, 19 anos.’ Mas eu sou um polícia e disse-lhe: ‘Jeff, isso significa provavelmente 14, 15’. E ele disse: ‘Bem, ele pôs-me na rua. Nunca mais falei com ele desde então’.

Tartaglione acrescentou que Epstein lhe admitiu que não sabia nada sobre Trump e que considerou ‘inventar coisas’ para salvar a pele.

Comentando o relato de Tartaglione, o advogado e constitucionalista Alan Dershowitz afirmou:

“Tudo é possível quando se trata de casos de grande visibilidade como este. São casos que criam carreiras. Pode ter tido origem num ponto mais baixo do que o procurador dos EUA ou um dos funcionários de nível intermédio do Distrito Sul de Nova Iorque ou do FBI. Eles estão sempre à procura de casos”.

Entretanto, a célebre lista de associados de Epstein, que está em posse do FBI, continua por divulgar na sua totalidade. Donald Trump prometeu torná-la pública. A ver vamos se cumpre esta promessa.