Toda a gente sabia que a segunda-feira iria proporcionar um bom conteúdo para o histerismo dos meios de comunicação social liberais, e temos o prazer de informar que o dia não desiludiu. Apesar da falência técnica da imprensa corporativa se dever precisamente ao seu fervor ideológico, a reacção à tomada de posse de Trump confirma que os apparatchiks são incapazes de se conter, mesmo quando a psicopatia lhes arruína as carreiras.

 

A irresistível Analogia Adolfo.

Se a constante comparação de Trump com Hitler fosse minimamente eficaz, os resultados de 5 de Novembro tinham sido bem diferentes, porque os candidatos democratas e os seus servos da comunicação social não se cansaram de o fazer durante a campanha eleitoral. Mas é difícil deixar de carregar na tecla, apesar da sua inutilidade semântica.

Reparem bem nesta pérola do North Country Now:

 

 

 

O World Socialist, foi pelo mesmo caminho, claro, mas enfim, comunistas serão comunistas e vivem ainda no cerco de Leninegrado:

 

 

E de Harvard, o que é que poderíamos esperar? A mesma coisa que esperamos dos comunistas, obviamente.

 

 

A Rolling Stone, que há umas décadas atrás era uma revista dedicada à indústria musical e agora é uma secção de propaganda do Partido Democrata, publicou isto, para ser diferente:

 

 

O New Republic, que nunca desilude, insistiu na analogia nazi, agora dedicada a Elon Musk:

 

 

 

Na MSNBC, um choradinho em memória das “instituições”.

Mas elevando a fasquia para as verdadeiras sedes da imprensa corporativa americana, nada como espreitar a MSNBC.

Joy Reid, a sempre histérica âncora da estação onde a verdade é submetida quotidianamente a rituais fúnebres, afirmou que estava muito preocupada com os bilionários presentes na tomada de posse de Trump (como se o Partido Democrata não fosse o mais exclusivo dos clubes de bilionários do planeta Terra) e com uma cara muito séria proclamou:

“Acredito que esta ideia das instituições – em que os Bidens claramente acreditam – foi completamente derrotada nesta eleição.”

Para alguém como Reid, nada é mais sagrado do que as instituições americanas. Elas protegem o status quo que a tornou tão rica e famosa, ao mesmo tempo que embrulham o homem comum na sua insignificância. E para alguém que seja membro da família Biden, as instituições também são fundamentais, já que permitem a acumulação de fortunas através do tráfico de influências.

Mas de certa forma, ela tem razão. Esta eleição expôs de facto as instituições americanas. O que Reid não percebe é que essa exposição é muitíssimo bem-vinda para a generalidade dos americanos (até mesmo para muitos daqueles que não votaram em Trump).

Os eleitores dos EUA queriam precisamente um ruptira do regime institucional de Washington e viram em Donald Trump um tipo capaz de fazer isso. A necessidade de apaziguar as emoções frágeis de Reid, Rachel Maddow, Joe Scarborough e do resto dos agentes do estabelecimento da MSNBC não lhes passou sequer pela cabeça.

Mas não deixa de ser divertido ver a esquerda radical a chorar por causa das “instituições”.

 

BBC: Discurso de tomada de posse de Trump é “aceno e uma piscadela de olho” ao “Movimento Supremacista Branco”.

O jornalista veterano da BBC, Gabriel Gatehouse, classificou uma referência à “perseguição do nosso destino manifesto… para plantar as estrelas e as riscas no planeta Marte” no discurso inaugural do Presidente Donald J. Trump ,como um “aceno e uma piscadela de olho” ao “movimento supremacista branco”, no programa político principal da emissora pública britânica.

A BBC, que todos os britânicos que assistem a programas em directo – mesmo que nenhum deles seja da estação pública – são obrigados a financiar directamente através de uma taxa, está a utilizar as redes sociais para promover um clip de Gatehouse a discutir a ideia de “destino manifesto” no seu programa Newsnight.

O taradinho explicou assim o seu raciocínio:

“O destino manifesto era uma ideologia do século XIX que falava em avançar para Oeste, o tipo de destino manifesto dos colonos americanos para colonizar a terra, para expandir os Estados Unidos e, sabe, exterminar os povos indígenas à medida que avançavam.”

Gabriel Gatehouse é nativo britânico. Descendente de um povo – e de uma civilização – que expandiu o seu império e “exterminou povos indígenas à medida que avançou”. Como todos os impérios fizeram com mais ou menos intensidade, e com mais ou menos legitimidade civilizadora (o acádio, o egípcio, o ateniense, o alexandrino, o romano, o suljacida, o tártaro, o islâmico, o viking, o azteca, o maia, o inca, o português, o castelhano, o otomano, o zulu e assim sucessivamente até ao genocídio de toda a gente), mas as evidências históricas escapam-lhe.

Ainda assim, o infeliz continuou:

“Não sei se Donald Trump sabe qual é a ressonância disso, mas sei que muitos dos seus apoiantes sabem; pessoas que estão na periferia do movimento supremacista branco. Foi um aceno e uma piscadela de olho.”

É claro que a insinuação de Gatehouse só faria sentido se o Presidente Trump acreditasse, de facto, que o ‘destino manifesto’ era uma alusão codificada à supremacia branca. Mas não interessa, porque o bichinho foi deixado nos tímpanos da audiência da BBC, que não é propriamente o público de apurado sentido crítico.

Mais a mais, e ao contrário do que afirma o apparatchick da BBC, o ‘destino manifesto’ – correctamente entendido – está de facto enraizado na crença de que a América é uma nação excepcional com um lugar providencial entre as nações do mundo. Não tem nada a ver com supremacia branca nem com genocídio de indígenas. Tem a ver com a filosofia política dos seus fundamentos constitucionais. Se alguma vez a América cumpriu esse destino ou se alguma vez o cumprirá, é outra conversa, mas é isso que significa a expressão.

Acreditem ou não, a BBC é obrigada por lei a ser politicamente imparcial.