O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, não é e nem jamais foi flor que se cheirasse. Desnecessário explicar que não foram ventos ideológicos ou quaisquer sentimentos de profundo arrependimento que levaram o big boss do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads a divulgar publicamente a declaração de ontem, que não apenas explicitou intenções de salvar seu império – aderindo a Trump e lendo o que ele mandou – como, também, terminou por afigurar-se bela carapuça, a ajustar-se com perfeição em inúmeras cabeças coroadas ao redor do planeta.

No Brasil – onde a inteligência desclassifica candidatos a quaisquer cargos, por temor da concorrência – a notória escassez de neurônios impeliu os acólitos da atual ditadura comuno-globalista-judiciária a saltarem, afoitos, em defesa de seu feudo: advogados da União (Ministério Público Federal) já declararam que irão oficiar à Meta para que “explique” as decisões de seu chefe – esclarecendo, na mesma matéria, que “contam com o apoio do STF (Supremo Tribunal Federal)” – ainda que a empresa sequer tenha sido indiciada por quaisquer e eventuais crimes.

Enquanto o alcoólatra senil Luís Inácio Lula da Silva perde-se em absurdos dizendo-se “um amante da democracia, porque os amantes amam mais suas amantes que suas mulheres”, o Supremo Ditador-em-Chefe Alexandre de Moraes à custo contém-se, limitando-se a murmurar, ameaçadoramente, que “defenderá a democracia, custe o que custar”.

A carapuça de Zuckerberg serviu, pois o mesmo limitou-se a citar “tribunais secretos latino-americanos” que “forçaram” suas empresas a censurar, remover ou impor Shadow Ban em postagens dissidentes. O pobre rapaz, em nenhum momento, citou a Suprema Corte brasileira, mas pica-se quem sente.

E o chapéu mágico do big boss da Meta ajustou-se à cabeça de muito mais gente, como a de alguns no Velho Continente, por exemplo.

“A Europa tem um número cada vez maior de leis que institucionalizam a censura”, disse Zuckerberg em seu discurso. Seria cabível que a União Europeia, que não foi citada tal qual o STF brasileiro, invadisse as soberanias de seus integrantes a ponto de imiscuir-se em decisões peculiares a cada povo? Ou – novamente à imagem e semelhança dos Deuses Togados brasileiros – a mesma pouco se incomoda em explicitar seu mando ditatorial sobre todos os países que, incautos, deixaram-se encantar pela flauta mágica de Hamelin?

Vamos às notícias: “A UE rejeitou nesta quarta (08) a acusação feita por Mark Zuckerberg de que o bloco se envolveu em ‘censura’ com suas regulamentações tecnológicas: ‘Refutamos totalmente quaisquer alegações de censura da nossa parte’, disse a porta-voz chefe da Comissão Europeia, Paula Pinho, aos repórteres em Bruxelas”.
Quais as razões desta defesa, se a mesma não foi citada? Quais os motivos de preocupação, se sua autoridade legislativa (teoricamente) não atinge decisões assim, particularmente peculiares e inerentes aos legisladores locais? Ou arroga-se, a União Europeia, o total e absoluto controle e jurisdição sobre todos os aspectos, leis, regulamentos, hábitos, decisões e tudo o mais, dos países que a compõem?

Por outro lado, sou apenas um brasileiro que – conforme já confessado acima – vive em um país não muito conhecido pela inteligência de seu povo e, portanto, pode não saber que os nativos do Velho Continente abriram mão por completo de suas soberanias, seduzidos pela tentação do Euro.

Se tal for o caso, peço desde já as humildes e necessárias desculpas, apenas lamentando notar nenhuma diferença entre os neurônios d’além mar e os de cá, destes tristes trópicos.

E que Deus ajude o mundo.

 

 

WALTER BIANCARDINE
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Walter Biancardine foi aluno de Olavo de Carvalho, é analista político, jornalista (Diário Cabofriense, Rede Lagos TV, Rádio Ondas Fm) e blogger; foi funcionário da OEA – Organização dos Estados Americanos.

As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.