Caminho sobre a linha infinda
que dá encontro aos abismos do mundo.
Ao abismo do branco com o abismo do preto,
Ao abismo do alto com o abismo do fundo.

Nas mãos levo um Ceptro de Vento.
É ele que, no perigo, me sustém o prumo.
Como um rei do nada, um monarca sem tempo,
o império que tenho é a fé no meu rumo.

A fina linha tomba e curva,
espreita os olhos da águia,
roça os vermes do chão.

Mas um Anjo antigo vem e segura
o tesouro impossível que levo na mão.

 

 

Alburneo
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