Se o fenómeno da imigração na Europa fosse resumido a uma anedota, o caso sírio serviria por certo de inspiração. Na sequência da guerra civil no país, o velho continente começou a receber, principalmente a partir de 2015, milhões de ‘refugiados’ que fugiam da perseguição perpetrada pelo regime de Bashar al-Assad. Agora que esse regime caiu, os europeus vão voltar a ser invadidos por uma nova vaga massiva de imigrantes sírios, fugidos da repressão do califado islâmico que tomou o poder. E isto sem que se fale em devolver os anteriores imigrantes que já não têm razão para aqui permanecer, uma vez que o governo que os perseguia deixou de existir.
De facto, a Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de alertar para a possibilidade de 1,5 milhões de pessoas abandonarem a Síria, uma vez que os rebeldes jihadistas liderados pelo saudita Abu Mohammad al-Julani e pelo seu grupo Hayʼat Tahrir al-Sham (HTS) – anteriormente um ramo da Al-Qaeda – já deslocaram 280.000 pessoas na sua ofensiva militar, e agora instalados no poder, muitas mais vão deslocar e martirizar.
Na sexta-feira passada, enquanto a ofensiva jihadista ganhava terreno a um ritmo assustador, o Director do Programa Alimentar Mundial para a Coordenação de Emergências da ONU, Samer AbdelJaber, afirmou:
“Se os combates continuarem a este ritmo, prevemos que cerca de 1,5 milhões de pessoas necessitem de apoio urgente. A situação na Síria não era fácil antes desta escalada, por isso estamos perante uma crise em cima de uma crise. E é por isso que estamos a enfatizar a necessidade urgente de financiamento.”
Com o HTS a controlar agora completamente o território anteriormente sob o domínio de Assad, o fim dos combates poderá limitar o número de sírios que emigram para escapar às privações da guerra – mas muitos poderão ainda fugir, temendo represálias do novo regime.
O clã Assad pertencia à seita alauita do Islão xiita, considerada herética pelos rebeldes, predominantemente muçulmanos sunitas. Os cristãos sírios e os drusos podem também ser vítimas de um governo da al-Qaeda, tendo em conta os maus tratos de que foram alvo por parte dos antigos camaradas de al-Julani, o grupo Estado Islâmico, durante as fases iniciais da guerra.
Cerca de um milhão de sírios emigraram para a Europa durante a crise migratória de 2015-16, com a migração em cadeia a aumentar este número para 4,5 milhões nos anos seguintes.
A última camada de ironia nesta história é que são as nações ocidentais, a mais das vezes, que provocam as crises nos países do Magreb e do Médio Oriente que depois conduzem a vagas migratórias. O novo regime islamita na Síria foi armado e financiado pelos EUA, com o beneplácito da União Europeia. Os refugiados palestinianos fogem do massacre perpetrado pelos sionistas que são apoiados por europeus e americanos. Os líbios escaparam-se de um país que foi transformado numa selvática anarquia pela administração Obama. Os somalis começaram a imigrar para a Europa após a desastrada e fracassada intervenção do Pentágono se ter mostrado incapaz de deter a barbárie do General Aidid. Os afegãos correram para o Ocidente depois da administração Biden montar a retirada mais patética da história militar, entregando o poder aos mesmos talibâs que os EUA lá estiveram a combater durante 20 anos.
Se não fosse trágico, seria cómico.
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