É de pinheiro verdadeiro ou de plástico elástico feita artificial;
é eterna, é moderna, a árvore de natal.
Conífera sarapintada de serpentinas, peúgas piegas e confeitos,
pindéricos esféricos, diamantes perfeitos.
Vermelha centelha de brilhante trapezista, maneirista ou minimal;
é contudo e sobretudo, uma árvore de natal.
Todo o elemento é ornamento, a louça, a loisa, o polipropileno:
é de aço, é a traço, a árvore todo-o-terreno.
Fado de supermercado, cónico platónico ou cânone filosofal;
é pagã, é cristã, a árvore de natal.
Macieira sem maçã, os sinos são hinos de uma última malícia:
guarda lendas e prendas com zelo de polícia.
E já enfeitada de luz cromada, cai do céu aberto, tecto material,
uma estrela amarela e com ela, é chegado o Natal.
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