A melga é insignificante
Mas a picada
Não
Vivi uma vida boa e cheia e
Podia morrer agora e
No entanto
Às escondidas do seu polido globalismo
O Presidente da República
Coça os tomates
O grande estadista será vizinho
Do torneiro mecânico –
No cemitério
Não consigo versos
económicos como Kobayashi –
Tagarela!
A tolerância é uma virtude
Para aqueles que não têm
Outra
O besouro é horroroso –
Ainda assim
Tem asas
Não há humanos iguais
A não ser quando sentados
Na sanita
De serem tão populares
Os santos
São laicos
Não estamos sós
Diz a National Geographic –
Silêncio
Os meus haikus são tão beras
Como o rock
Alemão
Não faço contas às 17 sílabas
Do cânone nipónico –
Barco à vela, com motor
O preço de um lugar ao sol –
As putas das moscas
Não me largam
A beleza do parque de estacionamento
Está na cara de quem
Encontra um lugar
Há quem acredite em políticos
Como na paixão
Das prostitutas
_____________
A Arte do Haiku: Introdução.
Mais haikus no Contracultura
Relacionados
28 Mar 25
Umbral
Depois de atravessares todas as portas e de perceberes que por todas elas saíste quando julgavas ter entrado, onde vais agora? Um poema de Alburneo.
21 Mar 25
Árvores Dendrites
A Árvore dendrite tolera os pássaros como as crianças toleram os cães. Um poema de Alburneo.
11 Mar 25
Haikus da baía praia
A arte do haiku: Um dia perfeito, uma conversa com Neptuno, uma omelete civilizada e uma vila simpática, nativos à parte.
19 Fev 25
Haikus que se escrevem sozinhos
A arte do haiku: A traineira incomoda o scoth do comandante, a motorizada berra sobre o silêncio e a soma dos anos produz o reumático (mas não te queixes porque Deus compensa-te com versos que se escrevem sozinhos).
11 Fev 25
Trova dos Deuses Astronautas
Vêm lá dos confins do espaço, em busca dos desertos americanos. Enlatados em discos d'aço, vão chegando os marcianos.
7 Fev 25
As mulheres
Sobre as mulheres que carregam o sol e que da serra trazem o pão ao colo do tempo. Um poema de Alburneo.