Um programa secreto de recuperação de dados de OVNIs do Pentágono tem sido escondido da supervisão do Congresso desde 2017, segundo um relatório de alegados denunciantes.

 

Os denunciantes afirmam que o programa – com o nome de código Immaculate Constellation – foi estabelecido para detectar e “colocar em quarentena” as melhores imagens de OVNIs captadas por militares, bem como vídeos, depoimentos de testemunhas oculares e evidências de radar e sensores eletrónicos.

Este tesouro de dados de OVNIs de alta qualidade é tão bem guardado que “falar sobre ele colocá-lo-á na zona de perigo”, de acordo com um funcionário dos EUA que confirmou a fuga de informação.

O programa literalmente “ultra-secreto” terá sido espoletado na sequência da fuga de três vídeos de OVNIs detectados por infravermelhos da Marinha dos EUA, e ainda sem explicação oficial, em 2017.

Um porta-voz do Pentágono negou a existência do programa na terça-feira à noite, dizendo aos repórteres:

‘O Departamento de Defesa não tem registo, presente ou histórico, de qualquer tipo de SAP [Programa de Acesso Especial] chamado Immaculate Constellation”.

Por lei, programas confidenciais como os SAPs devem ser divulgados ao chamado “Gang of Eight”, que inclui os presidentes e os membros mais graduados dos Comités de Inteligência da Câmara e do Senado e outros legisladores importantes.

No entanto, a fonte do relatório, descreveu o programa como de “Acesso Especial Não Reconhecido” ou USAP, com critérios únicos de sigilo.

O relatório da publicação de defesa Jane’s Defense revelou pela primeira vez a existência de USAPs há décadas, mostrando que os funcionários do governo estavam autorizados a mentir publicamente para negar a sua existência. A fonte anónima alegou que tais encobrimentos estavam agora a ocorrer em questões de inteligência não-humana (NHI) e fenómenos aéreos não identificados (UAP).

“O Poder Executivo tem vindo a gerir as questões dos UAP/NHI sem o conhecimento, supervisão ou autorização do Congresso há já algum tempo, possivelmente há décadas”, escreveu este denunciante anónimo no seu relatório ao Congresso.

O denunciante, que afirma ter sido o autor do relatório, descreveu o USAP Immaculate Constellation como um “programa de informações estratégicas” e apenas uma parte da forma como as forças armadas dos EUA lidam actualmente com o “problema” dos OVNIs.

A comprovar-se a sua existência, o programa mostraria que os vídeos de OVNIs da Marinha – conhecidos como Tic Tac, GOFAST e Gimbal – são apenas a ponta do icebergue de dados sobre OVNIs do governo dos EUA.

A multiplicidade de comprimentos de onda recolhidos por estes sensores […] captaram caraterísticas de OVNIs que são difíceis ou impossíveis de observar apenas com o olho humano”, de acordo com o relatório que vazou, alegadamente destinado a membros do Congresso.

“Os efeitos atmosféricos subtis associados aos UAPs são também visíveis através dos sensores utilizados pelas forças armadas e pelas agências de informação dos EUA”, acrescenta o relatório.

A cadeia de custódia verificável da UAP IMINT [“Imagery Intelligence” de alta qualidade] recolhida pelos meios militares dos EUA”, continua o relatório, ‘assegura um elevado nível de confiança na exactidão e integridade dos dados recolhidos’.

Este alegado relatório secreto também descreve um incidente no qual um enxame de OVNIs “orbitais” cercou um F-22 stealth Raptor, forçando-o a sair do seu curso. O F-22 quebrou a trajectória e tentou evadir-se”, segundo o relatório, “mas foi interceptado e encurralado por 3 a 6 UAPs”.

“Um UAP manobrou nas proximidades (>12 metros) da área directamente a estibordo do cockpit”, segundo o testemunho do piloto.

Nessa altura o UAP estabeleceu uma relação espacial fixa com o F-22, mantendo a sua posição exacta e a sua orientação paralela ao cockpit do F-22, apesar das múltiplas manobras evasivas.

O denunciante, cuja identidade está a ser mantida em segredo para sua própria segurança, acredita que o objectivo do programa USAP será o de esconder encontros assim flagrantes.

No seu relatório ao Congresso, a fonte descreveu o Immaculate Constellation como “um meio de reforçar a segurança interna da informação” – capturando novos relatos de OVNIs “antes de serem observados e postos a circular dentro da Inteligência Militar”.

Uma segunda fonte, um antigo funcionário da comunidade dos serviços secretos dos EUA, confirmou a autenticidade e a existência do programa, afirmando: “Esse programa é gerido pelo SEC DEF [Gabinete do Secretário da Defesa]”.

“Eles não querem reconhecer que é real. Não querem comentar o assunto”, confidenciou esta fonte dos serviços secretos.

A fonte também observou que a simples referência pública do nome “Immaculate Constellation” seria suficiente para desencadear a vigilância governamental daqueles que o nomeiem, ao abrigo da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA).

“Eles aplicam o secretismo com muito vigor”, afirmou esta segunda fonte.

Embora ainda não comprovadas, as alegações explosivas em torno do suposto programa ecoam comentários feitos publicamente por outros ex-funcionários seniores da inteligência dos EUA.

Em 2021, o ex-director da CIA, John Brennan, disse a jornalistas:

“Penso que alguns dos fenómenos que podemos estar a ver resultam de algo que ainda não compreendemos e podem envolver algum tipo de actividade que alguns podem dizer que constitui uma forma diferente de vida’.

Como O ContraCultura já advertiu, recomenda-se a cautela na análise deste tipo de fugas de informação e denúncias de funcionários e ex-funcionários do Pentágono e dos serviços de inteligência norte-americanos. Muitos deles, como Luis Elisondo e David Grusch, foram previamente instruídos pelo Pentágono sobre o que podiam ou não dizer. Ora, essa situação não configura o perfil de um informador, mas de um funcionário de relações públicas ou de um porta-voz.

O anonimato destes dois alegados denunciantes também não permite tirar conclusões sobre a sua agenda e a autenticidade das suas declarações. Resta-nos por isso registar os factos e esperar por novos desenvolvimentos, que confirmem ou desmintam a veracidade das alegadas denúncias.