David Grusch testemunhou ontem perante o Congresso e sob juramento que a sua vida foi ameaçada e que foi instruído a ficar calado sobre um programa secreto de recuperação de OVNIs, administrado pelo governo. O denunciante, um veterano da Força Aérea e ex-membro da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, disse que sabe exactamente onde o governo dos EUA guarda as naves de origem não humana que foram recuperadas, com base em entrevistas que fez a “mais de 40 testemunhas ao longo de quatro anos”.
Grusch acrescentou que conhece técnicos que foram feridos no processo de engenharia reversa da tecnologia alienígena e que tem conhecimento de outras pessoas que foram atacadas por funcionários do governo de forma a manter o projecto secreto.
NOW – US recovered non-human biological pilots from crashed crafts, UFO whistleblower says in hearing.pic.twitter.com/P03WuSBwvD
— Disclose.tv (@disclosetv) July 26, 2023
Grusch, Ryan Graves e David Fravor responderam às perguntas dos legisladores durante a audiência do Comité de Supervisão da Câmara na quarta-feira, onde foram denunciadas décadas de sigilo do governo federal sobre o fenómeno OVNI, sigla agora alterada para Fenómenos Anómalos Não Identificados (acrónimo UAP, da expressão em inglês).
David Grusch queixou-se de ser ameçado pelo seu trabalho de investigação sobre o fenómeno enquanto trabalhava para a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial:
“Não posso entrar em detalhes num fórum aberto, mas… o que eu e a minha mulher testemunhámos pessoalmente foi muito perturbador. Enfrentei tácticas brutais de retaliação e terrorismo administrativo”.
O informador afirmou peremptoriamente que o governo americano está na posse de tecnologia extra-terrestre e tecidos “biológicos” de “origem não humana” desde a década de 1930 e que conhece os locais exactos onde estão escondidos, embora se tenha recusado a divulgar esses detalhes num fórum público, por questões relacionadas com a sua segurança, garantindo porém aos legisladores que pode detalhá-los num ambiente confidencial.
Graves, um ex-piloto de F-18 com mais de uma década de serviço na Marinha dos EUA, descreveu a sua experiência com OVNIs, e as suas incríveis capacidades de aceleração, manobrabilidade, evasão aos caças e aparente imunidade a extremas condições climatéricas como os ventos de um furacão.
Fravor, um líder de esquadrão aposentado dos Black Aces que serviu 18 anos como piloto da Marinha, avistou o que ficou conhecido como “OVNI Tic Tac” durante uma missão de treino em 2004, que é amplamente considerada a evidência mais forte de OVNIs na atmosfera terrestre. Na sua declaração de abertura, Fravor disse:
“Esta tecnologia é muito superior a qualquer coisa que tínhamos na época, que temos hoje ou que pretendemos desenvolver nos próximos 10 anos ou mais”.
As histórias de Graves e Fravor estão bem documentadas, mas os seus testemunhos sob juramento e consequente registo oficial do Congresso vai projectar os factos para um novo patamar mediático e político, até porque parece existir um consenso bipartidário no sentido de pressionar a administração federal e o Pentágono a adoptar políticas de transparência em relação aos OVNIs e respectiva divulgação dos documentos oficiais, mesmo que secretos, existentes sobre o fenómeno.
Os três informadores descreveram manobras dos OVNIS que desafiam as leis da física, sublinhando a ausência de sistemas de propulsão e estruturas básicas de navegação aeronáutica como asas e flaps. Todos argumentam contra o sigilo do governo sobre os registos relacionados com OVNIs e extraterrestres, que levaram à desconfiança do público nas instituições governamentais, desenvolveram um estigma em torno do assunto e criaram um problema de segurança nacional.
Não sua declaração inicial Graves advertiu:
“Posso dizer que os UAP são um problema de segurança nacional e de segurança da aviação. Com o tempo, os avistamentos de UAP tornaram-se um segredo aberto entre as tripulações. São uma ocorrência comum, vistos pela maioria dos meus colegas no radar e, ocasionalmente, de perto.”
Contexto anterior e reacções à audiência.
No início de Junho deste ano, David Grusch levou o tema OVNI a um ponto de ebulição depois de ter vindo a público para denunciar o programa governamental de recolha de Objectos voadores de origem não humana, forçando o Congresso à realização desta audiência.
Mas essa denúncia teve consequências para Grusch.
A deputada Anna Paulina Luna (R-Fla) perguntou a Grusch:
“Já teve casos em que temeu pela sua vida por abordar essas questões?”
Grusch repondeu:
“Sim. Pessoalmente, sim”.
Em Abril de 2022, 1.500 páginas de investigação relacionada com OVNIs foram desclassificadas pelo Pentágono, revelando que os encontros com veículos de origem e natureza desconhecidas têm deixado as testemunhas com queimaduras por radiação, danos cerebrais e perturbações do sistema nervoso.
Em Junho deste ano, John Kirby, o porta voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, assumiu que os OVNIs estão a interferir na capacidade operacional dos pilotos da Força Aérea dos EUA.
Na semana passada, o Senado aprovou legislação bipartidária para desclassificar e divulgar registos relacionados com OVNIs. A legislação foi subscrita por inimigos políticos como o líder da maioria Chuck Schumer (D-NY), e o senador Marco Rubio (R-Fla). O presidente do Comité de Supervisão da Câmara, Robert Garcia (D-Cal), destacou a importância de avançar de forma bipartidária “para acabar com a desinformação e analisar os factos de maneira séria e ponderada”.
O congressista Tim Burchett (R-Tenn), que lidera a luta pela transparência sobre o fenómeno OVNI e foi um dos representantes presentes na audiência de hoje, concordou com as testemunhas sobre o carácter nefasto do sigilo sobre o fenómeno:
“Não podemos confiar num governo que não confia no seu povo”.
Depois de ouvir o depoimento das testemunhas por mais de duas horas, o congressista Andy Ogles (R-Tenn), reconheceu que
“há claramente uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos”.
A previsível resposta do Pentágono.
Susan Gough, porta-voz do Departamento de Defesa para assuntos relacionados com o fenómeno, enviou à imprensa um comentário bastante ameaçador – e nesse sentido eloquente – cerca de 15 minutos após a audiência de 2 horas e meia.
“Estes indivíduos ainda são obrigados a proteger as informações sigilosas e não podem divulgá-las aos media, ao público ou a qualquer pessoa que não tenha acesso adequado, incluindo em audiências públicas no Congresso.”
A porta-voz complementou a ameaça com a negação das alegações de Grusch e a interposição de alguns panos de água quente:
“Até o momento, o All-domain Anomaly Resolution Office (AARO) não descobriu nenhuma informação verificável para substanciar as alegações de que quaisquer programas relativos à posse ou engenharia reversa de materiais extraterrestres tenham existido no passado ou existam actualmente. O Departamento de Defesa leva a sério o interesse público em UAPs, e está totalmente comprometido com a abertura e a prestação de contas ao povo americano, o que deve ser equilibrado com sua obrigação de proteger informações, fontes e métodos confidenciais. O Departamento também está comprometido com relatórios oportunos e completos ao Congresso. O AARO estabeleceu um processo seguro e protegido para indivíduos apresentarem informações para nos ajudar na revisão histórica exigida pelo Congresso. A AARO agradece a oportunidade de falar com qualquer ex-funcionário do governo actual ou contratado que acredite ter informações relevantes para essa revisão”.
Como se alguma testemunha do fenómeno OVNI confiasse no Pentágono, que é precisamente uma das instituições que tudo tem feito para impedir que a informação se torne pública. Como se o Pentágono, por sua própria iniciativa e depois de ter mentido e ocultado evidências durante décadas, fosse agora de repente assumir o comportamento fraudulento e dizer a verdade.
Antecedentes das testemunhas.
Para além do cargo desempenhado na Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, David Grusch é um ex-oficial de combate no Afeganistão, que serviu o National Reconnaissance Office como seu representante na Task Force de Fenómenos Aéreos Não Identificados do Congresso entre 2019 a 2021.
Enquanto piloto da marinha, Ryan Graves registou vários fenómenos inexplicáveis durante sua carreira, mas 10 anos depois, ele e seu esquadrão ainda não têm respostas para o que viram.
David Fravor é um ex-líder de esquadrão que serviu 18 anos como piloto da Marinha e que avistou o que ficou conhecido como “OVNI Tic Tac” durante uma missão de treino em 2004, a cerca de 100 milhas da costa do Pacífico, entre San Diego nos EUA e Ensenada, no México.
O avistamento inicial foi descrito como um Tic Tac (rebuçado de mentol de formato tubular) branco, mais ou menos do mesmo do tamanho de um F-18 Hornet, com 12 metros de comprimento e sem asas, que parecia espelhar os movimentos do piloto antes de desaparecer repentinamente.
A AARO, que é um departamento especializado do Pentágono que investiga UAPs, está neste momento a estudar cerca de 800 casos, segundo o director Sean Kirkpatrick. Cerca de 2% a 5% dos 800 casos que a AARO está a investigar são “verdadeiramente anómalos”, segundo Kirkpatrick.
A NASA também está a conduzir pesquisas sobre UAPs, num eixo de inquérito paralelo ao da AARO.
Espera-se que a NASA e a AARO produzam relatórios separados ainda neste Verão. Não se espera que contenham um parágrafo honesto que seja.
Veja a audiência no Congresso, integralmente, aqui:
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