Sir Chris Whitty, o Chief Medical Officer de Inglaterra e do País de Gales e conselheiro médico principal do Governo, admitiu que o governo “exagerarou” na forma como os riscos da Covid-19 foram apresentados durante a pandemia, considerando também que é provável que muitas pessoas tenham adiado a procura de tratamento para problemas de saúde graves.

Enquanto prestava depoimento no inquérito público oficial sobre a pandemia e a resposta do Governo, o tecnocrata afirmou:

“Preocupei-me no início – ainda me preocupo, na verdade, em retrospectiva – com o facto de termos atingido o nível certo de preocupação. Será que estávamos a exagerar, de modo a que as pessoas tivessem um medo incrível de algo que, na verdade, representava factualmente um risco baixo, ou será que não estávamos a exagerar o suficiente e, por isso, as pessoas não se aperceberam do risco que corriam? Penso que esse equilíbrio é muito difícil. E, sem dúvida, algumas pessoas diriam que exagerámos”.

Whitty confessou que os funcionários governamentais não fizeram passar a ideia de que os serviços de saúde estavam disponíveis para receber os doentes durante a pandemia, principalmente em situações de emergência com risco de vida:

“A meu ver, existem provas razoáveis, por exemplo, de que o número de pessoas que deram entrada no hospital com ataques cardíacos foi inferior ao que seria de prever. Por isso, algumas dessas pessoas ficaram em casa, o que de outra forma não teria acontecido. A questão é: será que conseguimos transmitir a ideia de que as pessoas deviam continuar a ir ao hospital? Penso que não o transmitimos suficientemente bem”.

 

 

Os atrasos nos tratamentos e nos diagnósticos durante a pandemia, juntamente com a acumulação de casos, foram associados a muitas mortes evitáveis. No entanto, as afirmações dos políticos e dos burocratas de que o serviço público de saúde britânico (NHS) estava a funcionar normalmente, mas que o público não o procurou, não são apoiadas pelos dados.

Muitas pessoas adiaram a procura de tratamento, mas outras, incluindo doentes com cancro, fizeram esforços insistentes para obter tratamento, mas o NHS cancelou e atrasou repetidamente consultas e procedimentos cirúrgicos, provocando o agravamento das doenças para além do ponto de sobrevivência.

Assim, a admissão de Whitty, para além de falaciosa, mereceria, num mundo normal, um processo de apuramento de responsabilidades e o seu devido enquadramento judicial.

Mas é claro que não vivemos num mundo normal e os políticos e tecnocratas que mataram milhões de pessoas a propósito da Covid-19 vão escapar ilesos dos seus crimes contra a humanidade, mesmo quando admitem que os cometeram. Mesmo quando admitem que assustaram de tal formas as pessoas que até aqueles que sofriam ataques de coração recusavam assistência médica.

E entretanto, na Alemanha:

 

 

É capaz de ser um bocadinho tarde, não é, senhor virologista da corda?