Os líderes mundiais na Cimeira das Nações Unidas adoptaram oficialmente o chamado ‘Pacto para o Futuro’, um acordo abrangente que supostamente visa abordar as questões mais prementes do mundo.

No entanto, por detrás das suas pomposas promessas, esconde-se uma perigosa tendência para o controlo centralizado e de cima para baixo, que poderá ter consequências devastadoras para as liberdades individuais, as soberanias nacionais e a governação democrática.

O Pacto, saudado pelo infeliz Secretário-Geral da ONU como uma “visão para o futuro”, inclui iniciativas como o ‘Pacto Digital Global’ e a ‘Declaração sobre as Gerações Futuras’ e assume-se como “progressista”, sem que se perceba quem é que elegeu os burocratas que redigiram o documento para que se dêem assim alarvemente a liberdades ideológicas.

O Pacto é mais um manifesto para uma governação totalitária do que um esforço de colaboração para melhorar a cooperação internacional, com implicações profundamente preocupantes, embora esteja a ser vendido como a solução para os problemas de amanhã.

O texto do acordo nem sequer esconde que procura uma ordem internacional de aspirações perniciosas, oferecendo um modelo não escrutinado de totalitarismo tecnocrático global. Vamos ter mais burocracia da ONU, mais gastos para sustentar, mais cimeiras globais repletas de parasitas, mais políticas climáticas radicais, mais ideologia de género, mais poder centralizado em apparatchiks eleitos por ninguém, que defendem interesses completamente inversos àqueles dos povos. Vamos ter menos soberania, menos eficiência, menos democracia, menos prosperidade.

Em vez de se concentrar na paz, a ONU está a empurrar o mundo para o inferno despótico e distópico da “governação global”. As Nações Unidas estão na verdade a tentar competir com outras sedes do poder leninista-globalista como Bruxelas, Davos e Washington, pelo prémio de organização satânica do ano.

Um dos segmentos do ‘Pacto para o Futuro’, o ‘Pacto Digital Global’ apresenta-se como um quadro para a cooperação digital e a governação da IA. Mas o que realmente representa é uma tentativa sem precedentes de burocratas não eleitos obterem controlo sobre a Internet, o livre discurso e os dados privados de biliões de pessoas em todo o mundo.

Escondido atrás de promessas de “segurança digital” e “direitos humanos” está um compromisso para centralizar o controlo dos conteúdos online, permitindo que os governos e as elites tecnológicas globais ditem o que é discurso aceitável, silenciando efectivamente a dissidência e restringindo a liberdade de expressão.

Igualmente preocupantes são as disposições do ‘Pacto Sobre o Desenvolvimento Sustentável e as Alterações Climáticas’, outra distópica secção do acordo, que funcionam essencialmente como um cavalo de Troia para a implementação da tirania climática e um controlo económico global de inspiração marxista. Os burocratas das Nações Unidas vão até ao ponto de aconselharem políticas tributárias de tendência igualitária, embora, como sabemos, qualquer mandato tributário emitido por agentes não eleitos seja um roubo (a insistência deste texto no facto desta gente nunca ter sido legitimada por qualquer processo eleitoral é intencional).

O acordo apela a uma reforma das instituições financeiras internacionais, concedendo mais influência aos países em desenvolvimento. Mas, na prática, vai levar a uma redistribuição da riqueza e dos recursos das nações prósperas para regimes corruptos com pouca ou nenhuma consideração pelos direitos ou pelo bem-estar dos seus cidadãos.

O comunicado de imprensa da ONU, emitido depois da aprovação do Pacto, é eloquente sobre aquilo que as elites globalistas-leninistas nos reservam para o futuro, se o soubermos ler nas entrelinhas. Os destaques a laranja são do Contra e devem ser lidos de acordo com as regras de doublespeak das elites globalistas. Por exemplo, quando lemos “igualdade de género”, devemos ler “ideologia LGBT nas escolas”, quando lemos “desenvolvimento sustentável” devemos ler “preços energéticos incomportáveis” e quando lemos “cooperação digital” devemos ler “vigilância do fórum público, obliteração do livre discurso e acesso a dados privados de forma a condicionar o comportamento dos cidadãos”. E escusado será dizer que na passagem em que lemos “Melhorar a forma como medimos o progresso humano, indo além do PIB para captar o bem-estar e a sustentabilidade humanos e planetários”, o que se pretende realmente é empobrecer os povos em nome do mito do apocalipse climático.

 

“O Pacto para o Futuro, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras abrem a porta a novas oportunidades e possibilidades inexploradas”, afirmou o Secretário-Geral durante as suas observações na abertura da Cimeira do Futuro. O Presidente da Assembleia Geral referiu que o Pacto “lançará as bases para uma ordem mundial sustentável, justa e pacífica – para todos os povos e nações”.

O Pacto abrange uma vasta gama de questões, incluindo a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável, as alterações climáticas, a cooperação digital, os direitos humanos, o género, a juventude e as gerações futuras e a transformação da governação mundial. Os principais resultados do Pacto incluem:

No domínio da paz e da segurança

O compromisso mais progressivo e concreto em relação à reforma do Conselho de Segurança desde a década de 1960, com planos para melhorar a eficácia e a representatividade do Conselho, incluindo a correcção da sub-representação histórica de África como uma prioridade.
O primeiro compromisso multilateral a favor do desarmamento nuclear em mais de uma década, com um claro empenho no objectivo de eliminar totalmente as armas nucleares.
Acordo para reforçar os quadros internacionais que regem o espaço exterior, incluindo um compromisso claro para evitar uma corrida ao armamento no espaço exterior e a necessidade de garantir que todos os países possam beneficiar da exploração segura e sustentável do espaço exterior.
Medidas para evitar o armamento e a utilização indevida de novas tecnologias, como as armas autónomas letais, e a afirmação de que as leis da guerra se devem aplicar a muitas destas novas tecnologias.

Sobre o desenvolvimento sustentável, o clima e o financiamento do desenvolvimento

Todo o Pacto foi concebido para impulsionar a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
O acordo mais pormenorizado de sempre nas Nações Unidas sobre a necessidade de reforma da arquitectura financeira internacional para que esta represente e sirva melhor os países em desenvolvimento, incluindo
Dar aos países em desenvolvimento uma maior influência na forma como as decisões são tomadas nas instituições financeiras internacionais;
Mobilizar mais financiamento dos bancos multilaterais de desenvolvimento para ajudar os países em desenvolvimento a satisfazer as suas necessidades de desenvolvimento;
Rever a arquitectura da dívida soberana para garantir que os países em desenvolvimento possam contrair empréstimos de forma sustentável para investir no seu futuro, com o FMI, a ONU, o G20 e outros intervenientes importantes a trabalharem em conjunto;
Reforçar a rede de segurança financeira global para proteger os mais pobres em caso de choques financeiros e económicos, através de acções concretas do FMI e dos Estados-Membros;
e acelerar as medidas destinadas a enfrentar o desafio das alterações climáticas, nomeadamente através da concessão de mais financiamento para ajudar os países a adaptarem-se às alterações climáticas e a investirem nas energias renováveis.
Melhorar a forma como medimos o progresso humano, indo além do PIB para captar o bem-estar e a sustentabilidade humanos e planetários.
Um compromisso no sentido de estudar formas de introduzir um nível mínimo global de tributação das pessoas com elevado património líquido.
No que respeita às alterações climáticas, confirmação da necessidade de manter o aumento da temperatura global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais e de abandonar os combustíveis fósseis nos sistemas energéticos para atingir emissões líquidas nulas até 2050.

Sobre a cooperação digital

O Pacto Digital Global, anexado ao Pacto, é o primeiro quadro global abrangente para a cooperação digital e a governação da IA.
No centro do Pacto está o compromisso de conceber, utilizar e governar a tecnologia para benefício de todos. Isto inclui compromissos dos líderes mundiais para ligar todas as pessoas, escolas e hospitais à Internet;
Ancorar a cooperação digital nos direitos humanos e no direito internacional;
Tornar o espaço online seguro para todos, especialmente para as crianças, através de acções dos governos, das empresas de tecnologia e das redes sociais;
Gerir a Inteligência Artificial, com um roteiro que inclui um Painel Científico Internacional e um Diálogo Político Global sobre IA;
Tornar os dados mais abertos e acessíveis, com acordos sobre dados, modelos e normas de fonte aberta;
Este é também o primeiro compromisso global para a governação de dados, colocando-a na agenda da ONU e exigindo que os países tomem medidas concretas até 2030.

Juventude e gerações futuras

A primeira Declaração sobre as Gerações Futuras, com medidas concretas para ter em conta as gerações futuras na nossa tomada de decisões, incluindo um possível enviado para as gerações futuras.
Um compromisso com oportunidades mais significativas para os jovens participarem nas decisões que moldam as suas vidas, especialmente a nível mundial.

Direitos humanos e género

Reforço do nosso trabalho em matéria de direitos humanos, igualdade de género e emancipação das mulheres.
Um apelo claro à necessidade de proteger os defensores dos direitos humanos.
Sinais fortes sobre a importância do envolvimento de outras partes interessadas na governação mundial, incluindo os governos locais e regionais, a sociedade civil, o sector privado e outros.

O Pacto e os seus anexos contêm disposições relativas a acções de acompanhamento, a fim de garantir a aplicação dos compromissos assumidos.

 

Será importante sublinhar que nunca na história da humanidade um único ser humano sequer foi convidado a pronunciar-se nas urnas sobre a validade, utilidade ou pertinência de uma “governação mundial”.

O que nos vale é que, como todas as iniciativas ou directivas da ONU, o Pacto não obriga qualquer dos países subscritores a coisa alguma.

Deus é grande e os comissários da ONU mandam menos do que gostariam.