Esta história, como a maior parte das histórias contemporâneas, tem duas narrativas opostas. Mas dado o seu carácter especialmente fraudulento, valerá a pena dissecar a narrativa oficial, para melhor a desconstruir depois.

 

Versão para imbecis, invisuais, optimistas crónicos e outros doentes do cérebro.

(Adaptação de dois artigos publicados pelo Gateway Pundit e pela Associated Press)

À medida que toda a Europa se ressente do impacto da migração descontrolada e as tensões sociais se intensificam, até os mais fervorosos defensores da causa da diversidade estão a procurar formas de abandonar estas políticas falhadas.

Vemos Emmanuel Macron, em França, a instalar um primeiro-ministro conservador que é contra a migração, Olaf Scholz, na Alemanha, a instituir controlos fronteiriços e, agora, até o primeiro-ministro britânico de esquerda, Keir Starmer, a ir a Itália para aprender com a direitista Giorgia Meloni como lidar com o fluxo interminável de barcos de migrantes que chegam quotidianamente à orla costeira do Reino Unido.

Na segunda-feira, Starmer elogiou a política de migração de Meloni por ter feito “progressos notáveis” na redução do número de migrantes que chegam às costas italianas de barco. A reunião em Roma teve lugar depois de oito migrantes terem morrido ao largo da costa francesa, no fim de semana, ao tentarem atravessar o Canal da Mancha.

O primeiro-ministro do Partido Trabalhista não é um aliado natural de Meloni, que lidera o partido de extrema-direita Irmãos de Itália. Mas a imigração cresceu em graus de importância na agenda política do Reino Unido, e Starmer espera que a abordagem dura da Itália possa ajudá-lo a impedir que as pessoas que fogem da guerra e da pobreza tentem atravessar o canal em barcos frágeis e superlotados.

Este ano, nada menos do que 22.000 imigrantes atravessaram o Canal da Mancha de França para a Grã-Bretanha.

O número de migrantes que chegaram a Itália de barco no primeiro semestre deste ano diminuiu 60% em relação a 2023, de acordo com o Ministério do Interior do país, e a migração constituiu o centro das conversações dos líderes na Villa Doria Pamphilj, uma mansão do século XVII situada num grande parque não muito longe do Vaticano.

Starmer disse à imprensa que a Itália está a fazer “progressos notáveis” na luta contra os grupos de traficantes de seres humanos e a “trabalhar em pé de igualdade com os países que se encontram ao longo das rotas migratórias”.

Meloni assinou acordos com países africanos como a Tunísia para bloquear as partidas e impôs limites ao trabalho das ONG e dos seus “navios de salvamento humanitário”. Também tem travado a luta contra os traficantes e tomado medidas para impedir as pessoas de partirem para Itália.

A Itália também assinou um acordo com a Albânia, segundo o qual alguns imigrantes adultos do sexo masculino, resgatados no mar quando tentavam chegar a Itália, seriam levados para a Albânia enquanto os seus pedidos de asilo são processados. Meloni disse que Starmer tinha manifestado interesse em “novas soluções”, como o acordo com a Albânia, e que o tinha informado sobre outras iniciativas do género, acrescentando que os centros de processamento na Albânia, que deveriam ter sido abertos em Agosto, estariam provavelmente operacionais dentro de algumas semanas e que era melhor adiar a abertura até estarem prontos, uma vez que os “olhos do mundo estariam postos neles”.

A abordagem de Itália foi criticada por grupos de refugiados “alarmados com as regras de asilo cada vez mais rigorosas da Europa”.

Starmer disse que não tinha dúvidas em trabalhar com o governo de Meloni. “A Itália é um aliado”, disse aos jornalistas que o acompanharam a Roma. “Penso que quanto mais pudermos colaborar e cooperar com os nossos parceiros num desafio comum, melhor”.

 

A realidade por trás da propaganda globalista.

Discípulo impenitente de Davos, Keir Starmer está tão interessado em estancar a imigração ilegal com destino ao Reino Unido como em promover a liberdade de expressão dos cidadãos britânicos. Esta viagem a Itália foi um teatrinho para von der Leyen ver, a pensar já num desejado ‘rejoin’.

O primeiro-ministro britânico está também tão preocupado com “as pessoas que fogem da guerra e da pobreza” que desenvolve neste momento esforços hercúleos e multidimensionais que procuram pressionar os líderes europeus e norte-americanos para que permitam aos ucranianoso  uso de armas de fabrico ocidental no interior do território russo, de tal forma que, com um bocadinho de sorte, se inicie a terceira guerra mundial. O homem é um humanista, um pacifista, um cuidador de povos de primeira categoria.

Meloni, que é de tal forma uma rapariga de “extrema-direita” que se tornou rapidamente a queridinha de Bruxelas, tem imenso para ensinar a Keir Starmer. Das artes do teatro, porque sobre métodos de impedir que os fluxos de imigrantes entrem sem qualquer controlo pelas praias do seu país, só sabe o que aprendeu com a Comissão Europeia: disseminar a ilusão.

Tanto assim é que no primeiro ano do seu triste e traiçoeiro mandato a Itália bateu os recordes de entrada de imigrantes ilegais. Os números da invasão mais do que dobraram desde 2022, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Interior, em Agosto de 2023.

Nos primeiros 8 meses do ano passado, 89.158 migrantes ilegais cruzaram o Mediterrâneo para chegar a Itália, um aumento de 115% em relação aos 41.435 que fizeram a travessia no mesmo período de 2022, segundo informou o Ministério.

E qualquer pessoa que diga coisas bonitas sobre os onerosos acordos que o governo italiano fechou com a Albânia e a Tunísia, e que afirme que estes acordos vão resolver o flagelo da imigração ilegal, está a mentir ou já bebeu três uisques a mais.

Por outro lado, o número de imigrantes que passaram de França para o Reino Unido de barco, este ano, dificilmente pode ser apenas de 22.000, já que os britânicos viram o saldo migratório aumentar para uns impressionantes 745.000 em 2022, seguido por outros 672.000 só nos primeiros seis meses de 2023.

E por último, “os mais fervorosos defensores da causa” da diversidade não estão de todo a “procurar formas de abandonar esta política falhada”. Estão a fingir, estão a protelar, estão a enganar, estão a dramatizar, até que consigam interditar o partido populista alemão (AfD), ganhar as eleições nos Estados Unidos (ou matar Donald Trump), prender Elon Musk e fechar o X, instaurar a República Popular e Unificada da Europa, encarcerar em campos de trabalho e reeducação todo e qualquer dissidente e implementar em definitivo toda a extensão da sua agenda distópica.

E se tudo isto que aqui se escreve for alvo das suas reticências, prudente leitor, se estes argumentos não a convencem, acautelada leitora, rogo-vos que façam a vós próprios a seguinte pergunta: Que tem Giorgia Meloni a ganhar com os ‘ensinamentos’ que se prestou a conceder a Keir Starmer? Se a rapariga é de extrema-direita, que aliança favorável encontra num globalista-leninista? Se defende os interesses da Itália, porque está tão preocupada com a salvaguarda das fronteiras britânicas, que nem fazem parte do universo aduaneiro da União Europeia? E se tem de facto algo para oferecer em matéria de políticas contra a imigração ilegal, não será uma magnífica forma de desperdiçar o seu tempo essa partilha de informação com um homem que sempre foi e sempre será um adepto das fronteiras escancaradas?

Além de tudo o mais, pensar, como parece fazer o redactor do Gateway Pundit (um site editorial norte-americano de perfil populista, ainda por cima), que Keir Starmer, ou Olaf Scholz ou Emmanuel Macron, ou Justin Trudeau ou Kamala Harris ou Pedro Sánchez ou Luís Montenegro, ou Ursula von der Leyen ou até Giorgia Meloni estão, nesta altura do campeonato, a ceder à pressão das massas, é estar a sonhar alto.

É não entender coisa nenhuma do que se está a passar no Ocidente.