Uma cidadã britânica que acusou um imigrante de a ter atacado na rua foi sujeita a um sermão da polícia sobre o uso de linguagem politicamente incorrecta no rescaldo do incidente.

As imagens filmadas pela mulher mostram três agentes da Polícia Metropolitana a interrogá-la na Kings Road, em Londres.

A alegada vítima disse aos agentes que um “imigrante nojento” a tinha confrontado e depois cuspido sobre ela.

Embora os agentes tenham dito que estavam dispostos a investigar o incidente, pareceram mais preocupados em policiar a linguagem da mulher, dizendo-lhe:

“Temos o dever de desafiar essa linguagem, porque somos agentes da polícia e essa é a lei”.

Outro agente comentou as palavras da vítima desta forma:

“Está a dizer as duas coisas juntas, o que é ofensivo, não é? Não podemos não contestar essa linguagem porque as pessoas podem considerá-la ofensiva”.

Nessa altura, a mulher pergunta:

“Então, considera a minha linguagem ofensiva?”

Ao que a agente responde:

“Na verdade, sim”.

A vítima retorquiu:

“Não estou interessada num sermão sobre PC [Politicamente Correcto].”

O que levou um deles a responder:

“Não estamos aqui para lhe dar um sermão”.

Veja:

 

 

Entretanto, um órgão de fiscalização da polícia do Reino Unido publicou um relatório em que afirma que os agentes têm registado questões triviais como incidentes de ódio porque estão preocupados em arranjar problemas por as pessoas se sentirem ofendidas.

O relatório da His Majesty’s Inspectorate of Constabulary, Fire and Rescue Services (HMICFRS) afirma que os agentes “avessos ao risco” têm registado erradamente os incidentes para evitarem ser repreendidos.

O The Telegraph refere a este propósito que

“Em alguns casos, os inspectores descobriram que questões triviais ou mal-entendidos estavam mesmo a ser erradamente registados como crimes. Uma cultura de aversão ao risco e a falta de conhecimentos entre os agentes e o pessoal contribui para o registo desnecessário e incorreto de crimes de ódio. Um agente admitiu que é mais fácil registar um crime do que ser criticado por não o registar”.

O relatório sublinha um caso classificado como crime de ódio em que um homem contactou a polícia para denunciar que os outros passageiros de um autocarro lhe lançavam “olhares estranhos” devido à sua “aparência étnica”. O documento também concluiu que o facto de os agentes serem vistos a ajoelhar-se perante o movimento Black Lives Matter ou a usar faixas com arco-íris LGBTQ+ pode

“minar a confiança do público e levar a acusações de parcialidade”.

Pode?