Donald Trump apelou na semana passada ao aumento da imigração, insistindo que “precisamos de mais pessoas, especialmente com a chegada da IA”.

 

“Vamos deixar entrar muita gente, porque precisamos de mais pessoas, especialmente com a IA a chegar e todas as coisas diferentes”, disse Trump. “E os agricultores precisam, toda a gente precisa, mas vamos certificar-nos de que não são assassinos e traficantes de droga.”

 

 

A posição de Trump sobre a Inteligência Artificial é estranha, já que parte do princípio que esta tecnologia vai criar empregos quando é mais que certo que vai aniquilar o mercado de trabalho, e coloca-o à esquerda do CEO da BlackRock, Larry Fink.

Fink, que passou anos a defender políticas de fronteiras abertas e a imigração em massa para a América, disse ao Fórum Económico Mundial no início deste ano que os países “xenófobos” com “populações em declínio” podem, na verdade, ser os “grandes vencedores” num futuro dominado pela IA e pela robótica. Vale a pena citar esta criatura das trevas em extensão:

“Posso argumentar que, nos países desenvolvidos, os grandes vencedores são os países que têm populações em declínio. Costumávamos pensar que a diminuição da população era uma causa de crescimento negativo, mas nas minhas conversas com os líderes destes grandes países desenvolvidos, que têm políticas de imigração xenófobas, que não permitem a entrada de ninguém, a diminuição da demografia – estes países irão desenvolver rapidamente a robótica, a IA e a tecnologia. E se a promessa de tudo isso transformar a produtividade, o que a maioria de nós pensa que vai acontecer, seremos capazes de elevar o nível de vida dos países, o nível de vida dos indivíduos, mesmo com populações cada vez mais reduzidas. O paradigma do crescimento negativo da população vai mudar, e os problemas sociais que se vão colocar ao substituir os seres humanos por máquinas vão ser muito mais fáceis nos países que têm populações em declínio.”

Em Junho, o New York Times noticiou que Trump tinha “suavizado significativamente a sua linguagem sobre imigração” durante uma reunião privada em Washington com “um grupo dos executivos mais poderosos da América”.

Poucos dias depois, Trump disse a um grupo de executivos do sector tecnológico que pretendia expandir drasticamente a imigração, concedendo “automaticamente” vistos a qualquer pessoa que se licenciasse em qualquer faculdade nos Estados Unidos. E no podcast All-in afirmou:

“Quem se formar numa universidade, penso que deve receber automaticamente, como parte do seu diploma, um visto para poder ficar neste país, e isso inclui também as faculdades de primeiro ciclo. Precisamos de pessoas brilhantes”.

 

 

Um estudo recente concluiu que o QI médio dos estudantes universitários nos EUA é actualmente de apenas 102 pontos – tudo o que esta política faria era encorajar mais fábricas de diplomas.

A campanha de Trump retirou os seus comentários após uma reacção crítica generalizada nas redes sociais, mas é evidente que a sua opinião não mudou realmente.

As declarações do candidato republicano, combinadas com as suas reviravoltas em matéria de imigração e com o facto de ter encarregado Jared Kushner de proteger a fronteira durante o seu primeiro mandato, tornam muito difícil acreditar que ele vá realmente cumprir a sua promessa de campanha de “deportações em massa”.