O presidente francês Emmanuel Macron reafirmou as suas declarações anteriores sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia, numa entrevista recente ao Economist, publicada na quinta-feira, 2 de Maio.
De acordo com o Presidente, a acção seria “legitimamente” considerada na Europa, se solicitada por Kiev.
Depois de lhe ter sido perguntado se continuava a defender a ideia de enviar tropas, tal como tinha afirmado no início do ano, o que provocou ondas de choque nas capitais europeias, o napoleão de algibeira respondeu assim:
“Absolutamente. Não estou a excluir nada, porque estamos perante alguém que não está a excluir nada”.
Escusado será dizer que um tal destacamento conduziria provavelmente a um sério agravamento do conflito. E à rápida aniquilação dos infelizes franceses que Macron decidisse enviar para o matadouro ucraniano.
Há semanas que os analistas prevêem que a Rússia pode estar a preparar-se para uma nova e devastadora ofensiva, que a Ucrânia não será capaz de contrariar devido à grave escassez de recursos humanos, que todo o dinheiro da reserva federal americana não pode inventar.
Os recentes ganhos da Rússia no Leste da Ucrânia, após a queda de Avdiivka, também implicam que as linhas de frente ucranianas podem estar à beira do colapso noutras áreas.
“Se a Rússia decidir ir mais longe, teremos todos de colocar a questão” do envio de tropas ocidentais, disse Macron, acrescentando que considera a sua recusa em excluir uma decisão desse tipo como uma “chamada de atenção estratégica para os seus homólogos”. E continuou no tom delirante que o caracteriza:
“Tenho um objetivo estratégico claro: A Rússia não pode ganhar na Ucrânia. Se a Rússia ganhar na Ucrânia, não haverá segurança na Europa. Quem é que pode fingir que a Rússia vai parar por aí? Que segurança haverá para os outros países vizinhos, Moldávia, Roménia, Polónia, Lituânia e outros?”
É ao contrário: com homens fracos, inseguros e belicosos como o presidente francês a liderarem os destinos do Ocidente é que ninguém está seguro.
Valha-nos Deus e o facto de que nem todos os governos europeus estão tão entusiasmados com a ideia de passar a linha vermelha e agravar ainda mais o conflito com Moscovo. O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, disse há uns dias atrás:
“Lembrem-se que, depois do início da guerra, os políticos da Europa Ocidental falavam em fornecer apenas capacetes e mantas ao exército ucraniano. Depois vieram as armas, os tanques, os mísseis antiaéreos e os aviões de guerra, ao ponto de o Presidente francês estar agora a fantasiar com o envio de tropas terrestres para a Ucrânia”.
Segundo Szijjártó, o “frenesim de guerra” que tomou conta do discurso na Europa Ocidental pode mesmo levar a um conflito nuclear e a única forma de o impedir é começar a votar em partidos que defendam a paz nas eleições europeias e nacionais.
Completamente de acordo. O problema é que não há assim tantos como isso.
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