As forças armadas europeias estão a experimentar grandes dificuldades para recrutar ou mesmo reter soldados, no contexto da guerra por procuração com a Rússia, que expôs fraquezas gritantes na prontidão e na capacidade militar-industrial dos membros da NATO.
Ao anunciar um pacote de medidas para tentar persuadir os militares franceses a permanecer nos quadros das forças armadas, o ministro da defesa do governo Macron, afirmou:
“Nas reuniões da NATO, podemos falar de equipamento, mas agora também falamos do nível de retenção. Essas conversas acontecem agora em todas as capitais, em todas as democracias que têm exércitos profissionais sem conscrição”.
Os militares franceses estão, em média, a deixar o serviço um ano mais cedo do que antigamente. A Alemanha viu o seu exército reduzido em mais de 1.500 efectivos em 2023, enquanto a Grã-Bretanha enfrenta défices de recrutamento anuais equivalentes a cerca de dois batalhões de infantaria.
Vários governos que dependeram de voluntários durante anos estão a considerar a possibilidade de voltar a um regime de conscrição. Outros acreditam que aumentar o recrutamento de mulheres pode ser uma panaceia e estão a oferecer-lhes melhores salários e condições – o que teve a consequência inadvertida e hilariante de levar os soldados masculinos a mudarem de identidade de género, em Espanha.
A Dinamarca, que está a ceder toda a sua artilharia à Ucrânia, já pratica o serviço militar obrigatório, mas está agora a alargá-lo às mulheres e a aumentar o período de serviço obrigatório.
Lord William Hague, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e líder do Partido “Conservador “no poder, defendeu no início deste ano que o país “precisa” de restaurar uma qualquer forma de recrutamento compulsivo.
Aos 62 anos de idade, Hague também criticou os jovens por sentirem que têm “muitos direitos sem qualquer responsabilidade de os proteger”, apesar de ele próprio nunca ter servido nas forças armadas.
A tendência para recrutar mulheres, perante a hesitação dos homens em seguirem a carreira militar, poderá até servir para esconder, no papel, a falência das políticas woke que os países da NATO têm implementado nas suas forças armadas e a ausência de líderes e de valores que mobilizem a sociedade. Mas dificilmente será uma medida com eficácia no terreno, caso a tão proclamada guerra com a Rússia na Europa se materialize.
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