Israel informou o regime Biden que vai lançar em breve uma invasão terrestre, “limitada”, do sul do Líbano. A medida surge na sequência dos ataques militares israelitas das últimas semanas, que aparentemente eliminaram muitos dos altos dirigentes do grupo terrorista Hezbollah, sediado no Líbano. Na sexta-feira, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto num ataque aéreo contra o bunker de comando do grupo terrorista, a sul de Beirute, a capital libanesa.
De acordo com as autoridades norte-americanas, os israelitas afirmam que a invasão será de muito menor escala do que a guerra terrestre de 2006 no Líbano, que causou a morte de cerca de 120 soldados israelitas e outros 1.200 feridos. Israel estima que a guerra de 2006 resultou na morte de 600 combatentes do Hezbollah, com mais de 800 feridos. Cerca de 1.200 civis libaneses também foram mortos na guerra, segundo grupos humanitários internacionais. Além disso, as autoridades israelitas disseram aos EUA que a última incursão no Líbano terá uma duração muito mais curta do que o conflito de 2006.
Após os ataques terroristas do Hamas contra Israel a 7 de outubro de 2023, o Estado judeu tem estado envolvido num conflito em várias frentes com o Hamas em Gaza, a sul, e com o Hezbollah no Líbano, a norte. Ambos os grupos terroristas são considerados representantes militares da República Islâmica do Irão.
Até agora, o conflito tem permanecido predominantemente isolado nas fronteiras sul e norte de Israel; no entanto, uma incursão terrestre no Líbano – especialmente após os ataques contra a liderança do Hezbollah – poderia provocar uma resposta mais agressiva do Irão.
Em Setembro, Israel fez explodir aparelhos de pager e em walkie-talkies para ferir ou matar centenas de militantes e funcionários do Hezbollah, e também civis, numa acção com todas as características de um ataque terrorista.
Entretanto, Aviões da Força Aérea israelita atacaram ontem vários alvos no subúrbio sul de Beirute, segundo declarações de uma fonte libanesa à Sputnick. O ataque atingiu os bairros de Laylaki e Borj El Brajneh, no subúrbio sul de Beirute. Segundo esta fonte, é muito provável que haja outra série de ataques.
Um correspondente da Sputnik afirmou também que foram detectadas três fortes explosões na capital libanesa. Por sua vez, os responsáveis do Hezbollah declararam que os seus combatentes alvejaram soldados israelitas numa zona arborizada junto à fronteira.
É importante perceber que esta invasão “limitada” tem claramente como objectivo obrigar o Irão a uma resposta, o que poderá levar os Estados Unidos a retaliar. A ideia de Benjamin Netanyahu, que nem sequer está a conseguir ganhar a guerra na Faixa de Gaza e que muito dificilmente poderá sustentar uma operação militar de largo espectro no Líbano, sempre foi a de arrastar o bloco ocidental, e especialmente os EUA, para um conflito directo com a potência regional dos ayatollahs e uma guerra total no Médio Oriente, que Israel nunca conseguiria vencer isoladamente.
Relacionados
3 Out 24
Irão ataca directamente Israel, com centenas de mísseis balísticos.
Na sequência da intensificação das hostilidades no Médio Oriente e da operação militar israelita no Líbano, o Irão lançou na terça-feira um ataque com centenas de mísseis balísticos contra Israel.
30 Set 24
Rússia baixa a fasquia da sua doutrina nuclear.
Devido ao crescente envolvimento das potências ocidentais no conflito na Ucrânia, a doutrina nuclear russa deve agora considerar “a agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um Estado nuclear."
18 Set 24
9 mortos e 2800 feridos: Mossad faz explodir pagers no Líbano.
Numa operação de grande eficácia psicológica e operacional, mas eticamente problemática, as forças israelitas fizeram detonar milhares de pagers que alegadamente pertenciam a membros do Hezbollah. O ataque irá intensificar ainda mais, se possível, as tensões no Médio Oriente.
13 Set 24
Hora zero do apocalipse: Biden levanta restrições sobre o uso de mísseis balísticos ocidentais contra território russo.
A decisão de autorizar os ucranianos a utilizarem armas ocidentais para atingir com profundidade o território da federação russa pode muito bem ficar para a história como o momento em que a Terceira Guerra Mundial se tornou inevitável.
2 Set 24
Sergei Lavrov alerta os EUA para a possibilidade da Terceira Guerra Mundial.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia lançou um aviso aos EUA, afirmando que o Ocidente estava a “pedir sarilhos” ao considerar os pedidos ucranianos de utilização de armas fornecidas pelo Ocidente para realizar ataques em solo russo.
22 Ago 24
O princípio do fim? Alemanha vai acabar com a ajuda militar à Ucrânia.
No rescaldo de uma reportagem do Wall Street Journal, que responsabiliza os ucranianos pela destruição do Gasoduto Nordstream, o governo alemão decidiu cortar qualquer financiamento futuro à Ucrânia. A reportagem é risível, mas a decisão é significativa.