O procurador especial Robert Hur anunciou a sua decisão de não acusar o ex-vice-presidente Joe Biden por ter manipulado incorrectamente material classificado. A investigação de Hur encontrou provas que indicam que Biden “reteve deliberadamente” documentos críticos para a segurança nacional após a sua vice-presidência, enquanto era um cidadão privado. Mas o procurador decidiu não avançar com a acusação porque a memória de Biden está “significativamente limitada” e a sua condição mental levaria a que os jurados tivessem pena dele e o ilibassem.

No relatório de Hur, podemos ler:

“A nossa investigação revelou provas de que o Presidente Biden reteve e divulgou intencionalmente material classificado após a sua vice-presidência, quando era um cidadão privado. Mas as provas não estabelecem a culpa do Sr. Biden para além de qualquer dúvida razoável”.

O relatório aponta particularmente para as capacidades cognitivas de Biden, que foram recentemente sublinhadas pelas suas alegações de ter discutido os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021 com o Presidente francês François Mitterand, há muito falecido.

A memória de Biden, segundo o relatório do advogado especial, “está significativamente limitada”, o que traria problemas num eventual julgamento:

“Também consideramos que, no julgamento, o Sr. Biden provavelmente se apresentaria a um júri, como fez durante nossa entrevista com ele, como um homem simpático, bem-intencionado e idoso com uma memória fraca. Com base nas nossas interacções directas e observações, seria difícil convencer um júri a condenar um ex-presidente bem na casa dos oitenta anos de um crime grave que requer um estado mental de intencionalidade.”

O relatório continua, talvez de forma inadvertida, a expor o estado de senilidade do actual presidente dos EUA:

“Na entrevista que deu ao nosso gabinete, a memória do Sr. Biden estava pior. Não se lembrava de quando era vice-presidente, esquecendo-se no primeiro dia da entrevista quando o seu mandato terminou (‘se foi em 2013 – quando é que deixei de ser vice-presidente?’), e esquecendo-se no segundo dia da entrevista quando começou o seu mandato (“em 2009, ainda sou vice-presidente?”). Não se lembrou quando o seu filho Beau morreu. E a sua memória parecia confusa quando descrevia o debate sobre o Afeganistão, que em tempos foi tão importante para ele. Entre outras coisas, disse erradamente que ‘tinha uma verdadeira diferença’ de opinião com o General Karl Eikenberry, quando, na verdade, Eikenberry era um aliado que Biden citou com aprovação no seu memorando de Acção de Graças ao Presidente Obama”.

A recusa em processar Biden devido à sua idade e fraca função cognitiva vai contra os persistentes argumentos do establishment de que “ninguém está acima da lei”. De facto, neste caso, o procurador especial defende que, como nenhum júri processaria Biden apesar da sua culpa óbvia, o caso deve ser arquivado.

O relatório também detalha como Biden aproveitou as informações confidenciais do governo para obter lucro, usando cadernos que ele não deveria ter para um livro publicado em 2017:

“Após a vice-presidência, Biden manteve esses dois cadernos confidenciais em espaços não seguros e não autorizados nas suas casas de Virgínia e Delaware e usou alguns dos cadernos como material de referência para o seu segundo livro de memórias, Promise Me, Dad, que foi publicado em 2017.”

Também é referido no relatório que um escritor fantasma “encontrou” material confidencial numa casa alugada na Virgínia, “numa caixa muito danificada rodeada de detritos domésticos”.

 

Pior a emenda que o soneto.

Na sequência do relatório do procurador Robert Hur, Biden tentou uma reacção pública, que não correu nada bem. O senil e sinistro inquilino da Casa Branca achou boa ideia começar a gritar com os jornalistas quando a controvérsia sobre a sua competência mental foi levantada numa conferência de imprensa na Casa Branca.

Quando lhe perguntaram sobre as preocupações dos eleitores americanos em relação à sua acuidade mental, Biden gritou:

“Esse é o seu julgamento. Essa é a sua opinião! Não é a opinião da imprensa”.

 

 

Biden também se dirigiu ao repórter da Fox News, Steve Doocy, por ter destacado a questão, afirmando:

“A minha memória é tão má que até o deixo falar”.

 

 

Logo depois, durante um monólogo sobre a situação em Gaza, Biden voltou a enrolar o seu discurso e pareceu confuso antes de se referir ao presidente egípcio El-Sisi como o “presidente do México”.

 

 

Numa outra intervenção, proferida no dia anterior, Biden disse que seria

“Um presidente para todos, quer vivam num estado vermelho ou num estado verde”.

O confuso inquilino da Casa Branca referia-se à tradicional divisão ideológica entre estados vermelhos (republicanos) e azuis (democratas).

 

 

Estes factos emprestam intensidade às questões que se colocam sobre a candidatura de Biden a um novo mandato presidencial. Tony Diver, do Telegraph, escreveu a propósito:

“Estas revelações sobre a memória de Biden não resultam de comentários partidários, nem de um aparente deslize perante as câmaras durante a campanha eleitoral. Foram divulgadas por um funcionário neutro encarregado de investigar as provas neste caso e referem-se a uma entrevista à porta fechada que, segundo o próprio Presidente, ele levou muito a sério. A explicação de que Biden não foi capaz de se lembrar de factos básicos sobre a sua própria vida porque estava a lidar com uma crise de política externa sugere que as exigências do cargo estão a ter um efeito significativo na sua capacidade mental.”

Mas na verdade este raciocínio deve ser invertido: a demência senil do presidente americano é que estar a ter um efeito significativo na forma como exerce o seu cargo. Com consequências invariavelmente catastróficas.

Biden teria 86 anos se conseguisse completar um segundo mandato, uma perspectiva que se torna cada vez mais remota a cada dia que passa.

 

 

De facto, só muito dificilmente Biden será o candidato presidencial democrata nas eleições de Novembro de 2024. E se o senhor está demasiado velho para ir a tribunal, não estará demasiado velho para ser presidente daquela que é, alegadamente, a primeira potência mundial?