O projecto-lei “bipartidário” de “segurança de fronteiras” do Senado norte-americano foi divulgado na segunda-feira. Para espanto da maioria dos republicanos Inclui montantes colossais de financiamento para a Ucrânia (mais de 60 mil milhões de dólares) e Israel (mais de 14 mil milhões de dólares), bem como milhares de milhões para “assistência humanitária” em todo o mundo. No entanto, muito pouco dinheiro é entregue para a segurança real das fronteiras dos EUA (zero dólares para muros, barreiras e vedações), numa conta total de mais de 120 mil milhões de dólares, que, para além de tudo mais, obriga à admissão de pelo menos 250 mil imigrantes nos próximos cinco anos fiscais.

O projecto-lei, com mais de 370 páginas, retira toda a autoridade sobre as fronteiras dos EUA aos estados, permitindo ao governo federal decidir como lhe aprouver sobre a segurança das fronteiras e, assim, a quantidade de imigrantes que por elas podem passar, integrando passagens surrealistas como a que parece “fornecer autorização de trabalho para um indivíduo considerado criança”.

As medidas previstas na lei que pretendem salvaguardar a integridade das fronteiras dos EUA são apenas ridículas, como a redução das restrições em vigor para a contratação de novos agentes de fiscalização de fronteiras, que elimina, por exemplo, a triagem por polígrafo de novos candidatos, ou concede um aumento de 15% aos responsáveis pelo processamento de requerentes a asilo.

São nitidamente estes detalhes que vão resolver a crise dantesca da fronteira com o México.

Além de ajudar a financiar o sector privado ucraniano e a sua força policial (numa gritante desproporção relativamente ao que se propõe fazer com o policiamento das suas próprias fronteiras), o projecto-lei também limita o tempo que o Secretário de Segurança Interna dos EUA pode declarar uma emergência fronteiriça, concedendo ao Presidente autoridade para pôr termo à referida declaração de emergência. Além disso, o projecto legislativo concede autorizações automáticas de trabalho para noivos, conjugues ou filhos estrangeiros de cidadãos dos EUA ou de titulares de visto H-1B, o que causará obviamente uma nova explosão no número de imigrantes.

 

Republicanos criticam projecto, que é generoso no que se relaciona com a integridade do território ucraniano, mas avarento na protecção das fronteiras americanas.

A maioria dos republicanos no Congresso criticaram o recente acordo “bipartidário” sobre a proposta de legislação do senado, observando que não atribui nada para um muro fronteiriço, mas dá à Ucrânia mais 60 mil milhões de dólares.

O senador Rand Paul declarou a legislação “anti-americana” e observou que o descomunal financiamento atribuído à Ucrânia ignora um relatório da semana passada que detalha como funcionários corruptos desviaram 40 milhões de dólares de uma só vez.

 

 

O congressista republicano Steve Scalise, do estado de Louisiana, declarou que a legislação do Senado, que também inclui 14 mil milhões de dólares em ajuda a Israel, estará morta à chegada à Câmara dos Representantes, onde também precisa de ser aprovada.

“Deixem-me ser claro: o projecto-lei da fronteira não será aprovado na Câmara. Aqui está o que as pessoas que promovem este ‘acordo’ não lhe estão a dizer: que aceita 5.000 imigrantes ilegais por dia e concede autorizações de trabalho automáticas aos beneficiários de asilo – um íman para mais imigração ilegal”

 

 

A presidente da conferência republicana, Elise Stefanik, acrescentou:

“Este projecto-lei de fronteira aberta de Joe Biden/Chuck Schumer é um fracasso absoluto e incentivará ainda mais milhares de ilegais a cruzar as nossas fronteiras diariamente”.

 

 

O deputado republicano Matt Gaetz, da Florida, alertou que se esta legislação for aprovada e Trump vencer em Novembro, o presidente eleito ficará de mãos atadas em relação à continuada invasão da fronteira:

 

 

Kari Lake, a candidata republicana ao senado pelo Arizona, acusou a senadora independente (ex-democrata) Kyrsten Sinema, co-patrocinadora da legislação, de estar a concorrer a um cargo público na Ucrânia, uma vez que as suas prioridades não parecem residir nos EUA, mas no apoio ao regime Zelensky.

“A cada ano o projecto-lei de fronteiras Schumer-Sinema legaliza quase 2 milhões de invasores que violaram a nossa fronteira durante a invasão Biden. Este projecto-lei é MAC [Morto à Chegada]. Nós, o povo, não ficaremos de braços cruzados enquanto políticos corruptos tornam permanentes estas perigosas/mortais fronteiras abertas.”

 


Outros observaram que provavelmente existem mais disposições ocultas que precisam de ser descobertas porque o o pacote legislativo tem 370 páginas e ninguém ainda teve tempo para o ler na sua totalidade, apesar de uma votação estar marcada para esta semana.

O simples facto de dois ou três senadores republicanos estarem envolvidos na redacção desta aberrante iniciativa é, por si só, eloquente sobre o estado suicidário em que se encontra o conservadorismo estabelecido em Washington.

 

Schumer ameaça enviar tropas dos EUA para combater a Rússia, a menos que os republicanos concordem com seu projecto-lei.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (D-NY), ameaçou na segunda-feira enviar tropas dos EUA para combater a Rússia, a menos que os republicanos concordem com o seu projecto-lei de segurança fronteiriça que só protege fronteiras de países estrangeiros.

Schumer disse que a primeira votação do projecto está marcada para hoje, quarta-feira e que os americanos morrerão na guerra se os republicanos não concordarem com a sua conta de 120 mil milhões de dólares.

“Estamos num ponto de viragem na América. Este projecto-lei é crucial e a história olhará para trás e dirá se a América falhou. Se não ajudarmos a Ucrânia, perderemos a guerra e poderemos estar a lutar na Europa de Leste e num aliado da NATO dentro de alguns anos. Os americanos não vão gostar disso”.

Estas afirmações são destituídas de sentido, já que a Ucrânia não é membro da NATO, pelo que a sua derrota não implica qualquer obrigação formal de fazer a guerra aos russos por parte da aliança atlântica.

Esta não é a primeira vez que o regime Biden faz este tipo de jogo sujo. Em Dezembro do ano passado, Lloyd Austin foi ao Capitólio chantagear abertamente os congressistas, ameaçando enviar os seus familiares para a guerra se eles recusassem financiar o regime Zelensky.