O estado do Texas e o regime Biden travam neste momento um perigoso braço de ferro que tem como causa central a autoridade sobre a fronteira entre este estado e o México.

No início da semana passada, o Supremo Tribunal decidiu permitir que os agentes federais da Patrulha de Fronteira dos EUA, sob a alçada do Departamento de Segurança Interna do regime Biden (DHS), cortassem ou removessem as cercas de arame farpado que as autoridades estaduais do Texas colocaram para impedir a travessia ilegal da fronteira.

Os juízes, numa decisão de 5 / 4, acederam a um pedido da administração do Presidente Joe Biden para suspender a decisão de um tribunal de primeira instância que impediu temporariamente os agentes federais de perturbarem a vedação enquanto decorre o litígio sobre a questão.

O governador do Texas, Gregg Abbot, emitiu uma declaração em que promete que as autoridades sob a sua jurisdição não vão recuar.

“O fracasso da administração Biden em cumprir os deveres impostos pelo Artigo IV, secção 4, desencadeou o Artigo 1, secção 10, Cláusula 3, que reserva a este Estado o direito de autodefesa. Por estas razões, já declarei uma invasão ao abrigo do Artigo I, secção 10, Cláusula 3, para invocar a autoridade constitucional do Texas para se defender e proteger”.

 

 

E assim, a Guarda continua a instalar as barreiras, desafiando a ordem do Supremo Tribunal que permite agora que os federais as retirem, e no terreno regista-se um tenso e potencialmente explosivo impasse entre a Guarda Nacional do Texas e a Patrulha de Fronteira federal. A situação levou o DHS de Biden a utilizar câmaras de vigilância e a registar quaisquer “altercações” com as autoridades do Texas.

 

 

O congressista republicano Clay Higgins, do Louisiana, acusou a administração Biden de estar a “encenar uma guerra civil” ao remover as barreiras de arame farpado colocadas ao longo de secções da fronteira sul pela Guarda Nacional do Texas.

Num post no X, Higgins escreveu:

“Media: Congressista Higgins, o Supremo Tribunal acabou de decidir a favor da Administração Biden sobre o Estado do Texas, dizendo que o governo federal pode remover as barreiras físicas na fronteira colocadas pelo Texas. Qual é a sua opinião?
“Eu: ‘O que penso é que os federais estão a encenar uma guerra civil e que o Texas deve manter a sua posição'”

 

No entretanto surgiram imagens de Shelby Park, Texas, que mostram ilegais a tentar evitar a Guarda Nacional do Texas e, em vez disso, a tentar encontrar a Patrulha Fronteiriça federal, sabendo que os agentes receberam ordens para ajudar os imigrantes a atravessar e depois processá-los para entrar no país.

 

 

Isto enquanto surgiram mais imagens e filmagens dos guardas a defender a fronteira.

 

 

Os ilegais estão agora a ser presos por invasão criminosa no Shelby Park:

 

 

Outros estão agora apenas à espera na margem do rio porque não conseguem passar o arame farpado:

 

 

Tudo isto levou os congressistas democratas Joaquin Castro  e Greg Casar a apelar a Biden para que se apodere da Guarda do Texas e a federalize.

 

 

Escusado será dizer que esta é uma situação de guerra civil iminente. O ContraCultura lembra os seus leitores que o Estado do Texas já foi uma República independente (1836-1848) e que os texanos têm um forte espírito de autonomia. E a perspectiva de outros estados republicanos do sul enviarem destacamentos das suas Guardas para o Texas, de forma a reforçar a posição do governador Abbott não pode ser posta de parte.

E se a desobediência ao mandato do Supremo Tribunal federal abre um grave precedente no contexto da coesão jurídica da Estados Unidos, a verdade é que o regime Biden está de facto a violar todos os preceitos constitucionais relativos à segurança das fronteiras da federação, não só permitindo a entrada de milhões de ilegais como promovendo essa invasão.

Alguma coisa os texanos têm que fazer para proteger o seu território.

No Sábado, o presidente Biden propôs um acordo para proteger a fronteira sul dos EUA, que mais apropriadamente se define como um esquema de chantagem, garantindo que fechava a fronteira se o Congresso aprovasse um projecto de lei bipartidário que também alocaria fundos para a Ucrânia, Israel e Taiwan, e ainda permitiria até 150.000 travessias ilegais por mês. De acordo com a Fox News, Biden disse isto:

“Se esse projecto-lei fosse lei hoje, eu fecharia a fronteira agora mesmo e apresentaria um outro projecto-lei bipartidário que seria bom para a América, ajudaria a consertar o nosso falido sistema de imigração e permitiria acesso rápido para aqueles que merecem estar aqui.

Portanto, o regime só está disposto a proteger os americanos se houver dinheiro para proteger ucranianos, israelitas e engenheiros de microchips, numa ilha remota do outro lado do mundo. Bestial.

 

 

Estados aliados e caravanas de voluntários.

Entretanto, um grupo de governadores republicanos emitiu uma declaração conjunta em que exprime “solidariedade” com o governador do Texas, Greg Abbott, e com o reforço da protecção na fronteira, acusando a Casa Branca de deixar o país “completamente vulnerável” perante a invasão de imigrantes ilegais.

Publicada na quinta-feira, a carta aberta foi assinada por 25 governadores do Partido Republicano, sendo que Phil Scott, do Vermont, foi o único governador republicano que não subscreveu a mensagem.

Os líderes estaduais criticaram duramente o presidente Joe Biden, que, segundo eles,

“atacou e processou o Texas por proteger os cidadãos americanos dos níveis históricos de imigrantes ilegais, drogas mortais como o fentanil e terroristas que entram em nosso país”.

A carta prossegue em tom solidário:

“Somos solidários com o nosso colega Governador, Greg Abbott, e com o Estado do Texas na utilização de todas as ferramentas e estratégias, incluindo cercas de arame farpado, para proteger a fronteira. Fazemo-lo em parte porque a Administração Biden se recusa a cumprir as leis de imigração já em vigor e está a permitir ilegalmente a liberdade condicional em massa em toda a América de migrantes que entraram ilegalmente no nosso país.”

No fim da semana, Tucker Carlson também entrou na conversa:

 

 

E enquanto vários governos estaduais estão a mobilizar as suas guardas para reforçar o braço de ferro, uma grande caravana, alegadamente liderada por um tenente-coronel reformado do Exército dos EUA, Pete Chambers, afirmou que vai chegar à fronteira do Texas na próxima semana, numa tentativa de travar as travessias ilegais a partir do México.

O grupo, denominado “Take Our Border Back”, já reuniu mais de 2.100 seguidores na rede social Telegram, onde os apoiantes do movimento partilharam informações sobre a caravana de quatro dias que terá início hoje, 29 de janeiro. O grupo também pretende realizar comícios no Texas, Califórnia e Arizona.

O grupo contestou as alegações – particularmente do site Wired – de que muitos, ou a maioria, dos participantes do comboio seriam portadores de armas de fogo, afirmando no Telegram:

“Não estamos a fazer um apelo às armas. Estamos aqui para protestar pacificamente ao abrigo do nosso direito da Primeira Emenda e rezar”.

Isto embora o grupo tenha acrescentado que a motivação da caravana é impedir a imigração ilegal para os Estados Unidos e fechar a fronteira. Não se fecham fronteiras a rezar, pelo que é muito provável que os elementos deste movimento se envolvam em confrontos directos com imigrantes ilegais que entretanto encontrem na raia.

 

 

É assim mais que óbvio que a situação no terreno é explosiva. Tim Pool, que anda a apregoar a eventualidade de uma segunda guerra civil americana há uns anos para cá, faz a síntese actualizada do momento que se vive no Sul dos EUA.