O partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) será privado de centenas de milhões de euros a que os outros partidos políticos representados no Bundestag continuarão a ter direito, depois do país ter aprovado uma nova lei que exige que os partidos tenham sido representados no parlamento alemão três vezes consecutivas antes de poderem receber dinheiro federal.

O AfD foi eleito pela primeira vez para o parlamento alemão em 2017 e foi reeleito em 2021, o que significa que sua fundação afiliada, a Desiderius Erasmus Stiftung, não receberá nada, apesar do partido estar actualmente em segundo lugar nas sondagens nacionais, acima dos social-democratas do chanceler alemão Olaf Scholz (SDP).

A presidente do Desiderius Erasmus Stiftung, Erika Steinbach, argumentou que a decisão

“demonstra abertamente um desprezo opressivo pela democracia que daria crédito a qualquer país autoritário”.

A senhora está carregada de razão.

A decisão foi igualmente denunciada pela deputada da AfD Mariana Harder-Kühnel, que afirmou:

“A criação de um instrumento para enfraquecer a oposição pode tornar-se um problema num Estado de direito livre e democrático”.

O que estaria correcto se a a Alemanha ainda fosse um “Estado de direito livre e democrático.”

A lei surge após uma série de tentativas do establishment alemão, já documentadas pelo Contra, de atacar o AfD, na sequência dos seus ganhos eleitorais nos últimos anos. As sondagens revelam que o partido populista soma 21% de intenções de voto (23% para as eleições europeias).

Vários políticos de alto nível – incluindo o Presidente alemão Frank Walter Steinmeier – lançaram a ideia de proibir o partido, enquanto os seus membros foram repetidamente atacados fisicamente e vilipendiados pela imprensa numa base diária.

A justificação destas intenções e destes actos de fundamento totalitário é característica do perverso uso que as elites globalistas estão a fazer da linguagem: a interdição decorre da necessidade imperativa de “salvar a democracia”.

 

 

Seria talvez sensato que os portugueses seguissem com atenção o que se passa na Alemanha. Porque o que está a acontecer ao AfD também vai acontecer em Portugal com o Chega, mais cedo do que tarde, se o partido de Ventura continuar a crescer nas urnas e o actual regime não for contrariado.