Marco Rubio afirmou que aqueles que se têm manifestado relativamente a alegações sobre o governo dos EUA ter recuperado aeronaves extraterrestres “tiveram autorizações muito elevadas e posições superiores dentro do governo federal”.

O senador sénior da Flórida e vice-presidente do Select Committee on Intelligence não revelou porém quem já tinha avançado com informação como parte de uma investigação do Congresso sobre o assunto, de forma a proteger estas testemunhas, porque:

“Francamente, muitos deles estão com muito medo de perderem os seus empregos e prejudicarem as suas carreiras”.

Da mesma forma, outros envolvidos na investigação têm sido cautelosos sobre os seus detalhes.

No início de junho, o presidente do Comité de Supervisão da Câmara, James Comer, anunciou uma investigação sobre alegações de que um programa militar ultra-secreto já tinha na sua posse um OVNI completamente intacto.

A investigação está a ser conduzida pelos deputados do Partido Republicano. Anna Paulina Luna, da Florida, membro da comissão, e Tim Burchett, do Tennessee, que não é membro da comissão mas que já fez afirmações sobre um encobrimento governamental relativamente a um objeto voador não identificado.

Num artigo sobre o mesmo assunto no Debrief, David Grusch, um veterano da Força Aérea e ex-membro da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, disse que o governo tinha recuperado vários “veículos de origem não humana”, alguns dos quais continham “pilotos mortos”.

Grusch, Ryan Graves e David Fravor compareceram numa audiência do Comité de Supervisão da Câmara na semana passada, onde foram denunciadas décadas de sigilo do governo federal sobre o fenómeno OVNI, sigla agora alterada para Fenómenos Anómalos Não Identificados (acrónimo UAP, da expressão em inglês).

David Grusch queixou-se de ser ameaçado pelo seu trabalho de investigação sobre o fenómeno enquanto trabalhava para a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial:

“Não posso entrar em detalhes num fórum aberto, mas… o que eu e a minha mulher testemunhámos pessoalmente foi muito perturbador. Enfrentei tácticas brutais de retaliação e terrorismo administrativo”.

O informador afirmou peremptoriamente que o governo americano está na posse de tecnologia extra-terrestre e tecidos “biológicos” de “origem não humana” desde a década de 1930 e que conhece os locais exactos onde estão escondidos, embora se tenha recusado a divulgar esses detalhes num fórum público, por questões relacionadas com a sua segurança, garantindo porém aos legisladores que pode detalhá-los num ambiente confidencial.

No entanto, há que considerar que o próprio Grusch reconheceu que as suas declarações foram previamente autorizadas pelo Pentágono. Nesse sentido, investigadores do fenómeno OVNI têm afirmado que a iniciativa do veterano da força Aérea é mais a de um porta voz do que a de um informador e que por trás das suas declarações poderá estar uma agenda de desinformação patrocinada pelas cúpulas militares, pela CIA e pelos poderes instituídos em Washington.

Referindo-se a Grusch, Rubio disse na segunda-feira que:

“Há pessoas que se apresentaram para partilhar informações com a nossa comissão nos últimos anos, imagino que algumas delas sejam potencialmente as mesmas pessoas a que ele se está a referir”.

Em resposta às declarações de Grusch, a porta-voz do Departamento de Defesa, Sue Gough, disse que

“Não descobrimos qualquer informação verificável para fundamentar as alegações de que  programas relativos à posse ou engenharia reversa de quaisquer materiais extraterrestres existiram no passado ou existem actualmente”.

A NASA também afirmou, após a publicação das alegações, que apesar de uma das prioridades da agência espacial ser a procura de vida extraterrestre, também não tinha encontrado provas credíveis que confirmem essa hipótese ou a presença de UAPs na atmosfera terrestre.

Questionado sobre outras potenciais testemunhas relavantes para a investigação, Rubio disse que algumas eram figuras públicas de quem “já tínhamos ouvido falar” no passado, enquanto outras não tinham falado publicamente sobre OVNIs. Outros, entretanto, “ainda trabalham no governo”.

Quando questionado sobre se considerava as afirmações credíveis, o senador respondeu que algumas das alegações “estão para além daquilo com que qualquer um de nós alguma vez lidou”, mas que o inquérito iria “recolher a informação sem qualquer preconceito ou conclusões precipitadas numa direção ou noutra”.

O senador acrescentou ainda:

“Devo dizer que considero que a maioria destas pessoas – a dada altura, ou talvez mesmo actualmente – ocuparam cargos muito elevados e posições de relevo no nosso governo, pelo que nos perguntamos: ‘Que incentivo teriam tantas pessoas com esse tipo de qualificações… para se apresentarem e inventarem algo?”

A directora de comunicação da representante Luna, Edie Heipel, reiterou que mais informações seriam divulgadas a curto e médio prazo.