Como o ContraCultura tem reportado, o aparelho universitário é hoje um infecto pântano de condicionamento ideológico, comportamento censório, miséria académica e corrupção dos cânones ocidentais relativos ao ensino superior. Exemplos não faltam da degeneração destas instituições, mas talvez os dois casos com maior impacto na opinião pública são os de Bret Weinstein na Universidade de Evergreen e de Lindsay Shepperd na Wilfred Laurier.

 

Bret Weinstein e o escândalo Evergreen.

A Universidade de Evergreen, no estado de Washington, tinha até há bem pouco tempo um curioso costume: todos os anos atribuía um dia de folga aos alunos negros, para que a sua presença, funcionalidade e protagonismo social fosse bem notada. Esta ideia, já de si controversa e doentia, recolhia porém grande unanimidade no campus.

Um dia, porém, alguém achou que era boa ideia inverter a lógica e substituir este mecanismo por um ainda mais draconiano: institucionalizar um dia por ano em que os alunos brancos não pudessem frequentar a faculdade.

Bret Weinstein e a sua mulher, ambos professores da Evergreen, denunciaram este esquema ofensivo e profundamente rascista. A denúncia foi, pois claro, imediatamente qualificada como um produto xenófobo, da extrema direita supremacista.

Bret, um biólogo de elite com importantíssimo trabalho publicado (descobriu por exemplo que os ratos usados nos laboratórios das indústrias farmacêuticas americanas apresentam defesas genéticas contra as doenças que invalidam a credibilidade dos testes realizados), acabou por conseguir ganhar a batalha mediática (e jurídica também), depois de ultrapassar ofensas em massa, ameaças à sua carreira, ao seu bom nome e à sua integridade física, entre outras torturas sociais do género pidesco, e passou meteoricamente do anonimato a figura de proa da Intellectual Dark Web, a rede de pensadores livres que comunicam através das redes sociais para os milhões de pessoas que estão muito fartas, muito cansadas, da cartilha ideológica dos mainstream convencionais.

Eis o episódio obsceno, contado por Weinstein. Os primeiros minutos são logo muito elucidativos sobre a arrepiante estratégia leninista da esquerda radical no Ocidente.

 

 

 

Lindsay Shepperd e o escândalo Wilfred Laurier.

Outro dos episódios escandalosos – e perigosos – que é eloquente sobre o actual estado das universidades norte-americanas em particular e ocidentais em geral, foi o que aconteceu na universidade canadiana Wilfred Laurier.

Lidsay Shepperd, uma jovem professora assistente, cometeu o erro imperdoável de passar, numa das suas aulas, um vídeo de Jordan Peterson (gravado a partir de uma emissão da televisão pública canadiana), onde o filósofo-psicólogo fazia a crítica da Comissão para os Direitos Humanos de Ontário (uma espécie de autoridade fascistóide para a equalização de género, raça e classe social). De pronto, foi chamada à direcção para ser admoestada, avisada sobre as limitações à liberdade de expressão e ameaçada com penalizações de vária ordem, na medida em que Jordan Peterson simplesmente não devia ser ouvido por alunos desta faculdade. A sua voz devia ser censurada.

Acontece que Lindsay – conhecedora do sistema hostil à liberdade de expressão que vigora nesta instituição – gravou toda a reunião e divulgou essa gravação, que acabou por ser publicada na imprensa, tornando-se viral ao ponto do escândalo cair na rua. Como sempre nestas situações, Lindsay foi agredida e encostada à extrema direita e vilipendiada e ameaçada.

A universidade acabou por conceder que a tal reunião nem sequer devia ter acontecido. Isto embora esse texto de concessão, assinado pela presidente da universidade, alerte para os perigos de passar a mensagem de Peterson sem o devido contexto. Leia-se: sem advertir os alunos de que Peterson é uma espécie de nazi dos tempos modernos.

Ora, Jordan Peterson é tudo menos um agente de qualquer mensagem totalitária, muito pelo contrário. O professor de Toronto está à procura de valores morais que tragam significado à vida humana e de respostas para o sofrimento. Peterson procura por Deus, procura pela verdade, procura clareza. As suas palestras são mais de auto-ajuda do que ideológicas. São brilhantes, dialécticas, contraditórias muitas vezes, complexas na sua maioria, mas nunca advogam qualquer tipo de fascismo, de racismo ou intenção totalitária. O que faz, na maior parte das vezes, é precisamente alertar para os actuais perigos do totalitarismo que grassa nas sociedades ocidentais e que são resultado das políticas de identidade de género e de raça que a esquerda woke tem vindo a impor na imprensa, nas faculdades e nos centros de decisão judiciária.

Vale a pena ver este vídeo, em que Peterson conversa com dois professores da Wilfred Laurier sobre este caso, para perceber a dimensão horrífica do problema.

 

 

Ou este, mais curto e explícito, com Lindsay e um dos poucos professores da Laurier que ficou do lado dela (David Heskell, também presente no vídeo anterior).