Que estavam “a seguir a ciência”, disseram os políticos ao público em todas as oportunidades que tiveram durante o auge da pandemia Covid. Agora sabemos que isso estava muito longe de ser verdade. Agora temos provas que nos mentiram com quantos dentes têm.

Para além do que a este propósito já foi revelado pelos “Twitter Files“, que desvendaram a forma como os executivos do Twitter censuraram contas que partilhavam dados “verdadeiros mas inconvenientes” sobre a pandemia e as vacinas, mesmo quando pertenciam a eminentes cientistas e médicos; para além de ser evidente que o surto gripal funcionou lindamente como um Cavalo de Troia para a agenda elitista-globalista; os britânicos acordaram esta semana para os “Lockdown Files“, mais um caso em que as teorias da conspiração se revelam não apenas assertivas, mas portadoras de rigor científico.

A divulgação de cerca de 100.000 mensagens de texto que os funcionários governamentais do reino Unido enviaram uns aos outros durante a pandemia caiu que nem uma bomba num bolo de chocolate (podre). O recurso casual ao autoritarismo mais espúrio, o desdém pelos cidadãos, a leviandade e o livre curso das ambições pessoais, a chacota constante sobre as vidas que os canalhas ao serviço de Sua Falecida Majestade estavam a destruir em grande escala e quotidianamente, é chocante e repugnante mesmo para aqueles, como este vosso escriba, que consideram os políticos da mesma forma que valorizam proxenetas, empresários da bola ou jornalistas do New York Times.

 

 

Desde o início, as directivas britânicas para a Covid tornaram-se uma questão de política e não de ciência. O Secretário da Saúde Matt Hancock, um importante falcão dos confinamentos e de todas as restrições e mais algumas, não escondeu, em Janeiro de 2020 – após a notícia do vírus ter surgido na China, mas antes da crise no Ocidente – que um surto poderia ser bom para a sua carreira política. Partilhou até com um consultor uma mensagem em que supostamente “um amigo sábio” lhe teria dito que

“uma crise sanitária desta escala, a ser bem gerida, poderia impulsioná-lo para a primeira liga”.

As mensagens de texto mostram o então Primeiro-Ministro Boris Johnson a perguntar-se, em Junho de 2020, se deveria levantar o primeiro confinamento mais rapidamente do que estava previsto, perante dados favoráveis. Os seus spin doctors advertiram que essa sã atitude estaria “demasiado à frente da opinião pública”. Em vez de explicar os últimos dados ao público, o Sr. Johnson, crápula sobre os crápulas, manteve as restrições draconianas.

 

 

No incidente mais grave exposto até à data, Hancock conferenciou com colegas com o objectivo de apurar qual a melhor forma e o momento ideal para divulgar as notícias sobre uma variante da Covid, em Dezembro de 2020, para “assustar toda a gente”, a fim de solidificar o apoio a novos confinamentos e reforçar o cumprimento das restrições e capitalizar através da manobra a sua carreira política.

 

 

Convém lembrar a audiência que, nesta fase, o governo de Boris chegou ao ponto de considerar o controlo sobre a actividade sexual dos cidadãos britânicos, enquanto planeava até o rapto dos seus filhos.

Um mês após Hancock ter deixado os britânicos a “borrarem as calças” por causa de uma gripe, um funcionário público sénior sugeriu que um novo mandato nacional de uso de máscara valeria a pena porque “é efectivamente barato e tem um impacto muito visível”. O “impacto visível” tem aqui o sentido de criar uma aparência de acção governamental, não que as máscaras impedissem ou atrasassem a propagação do vírus. “Sim”, respondeu o Sr. Hancock, antes de discutir as nuances políticas do draconiano leque de medidas que estava sobre a mesa.

Hancock e outros criminosos de colarinho branco do elenco governamental conservador (é preciso nunca esquecer que estes homens e estas mulheres foram eleitos pelo partido de Margaret Tatcher, o partido que deveria, por tese, desvalorizar o papel do estado na sociedade), conspiraram para suprimir a investigação científica que não apoiava os seus objectivos políticos. No exemplo mais significativo, o primeiro ministro britânico foi persuadido a ignorar as evidências de que os dados utilizados para justificar o segundo confinamento nacional em 2020 estavam desactualizados e eram por demais alarmistas.

Os “Lockdown Files” e os seus tristes factos, provêm de mensagens enviadas e recebidas através do WhatsApp por Matt Hancock, que foi forçado a demitir-se em Junho de 2021, após ter sido apanhado a desrespeitar o confinamento que ele próprio tinha imposto ao país, a propósito de uma série de encontros românticos, extra-maritais. Na sua vaidade de energúmeno inconsciente, o imbecil contratou uma jornalista para o ajudar a escrever as suas “memórias”. Teve azar, porque escolheu uma profissional séria. Isabel Oakeshott, uma vez na posse da informação aviltante que lhe foi entregue pelo biografado, decidiu que tinha a obrigação moral de torná-la pública e entregou as mensagens ao The Telegraph, que ainda não as divulgou na sua totalidade.

 

 

Em sua defesa, se existe defesa para semelhante comportamento de um secretário de estado, Hancock disse que as mensagens divulgadas até ao momento foram criteriosamente escolhidas para o denegrir. Mas esse argumento não invalida as mensagens propriamente ditas que ele escreveu ou recebeu dos seus colegiais. Nem o iliba dos seus crimes.

Qualquer pessoa disposta a olhar honestamente para a informação que é agora pública (o que exclui para cima de 90% dos jornalistas da imprensa mainstream) sabe há muito tempo que “a ciência” sobre a Covid era confusa e contraditória, especialmente nos primeiros tempos da pandemia. Alguns erros políticos até poderiam ser inevitáveis, mas essa margem de erro seria apenas mais uma razão para que os políticos e a imprensa fossem humildes na sua acção e honestos com os cidadãos. Matt foi tudo menos isso.

Mais a mais, é preciso afirmar que é clamorosamente frágil a desculpa agora muito em voga de que os políticos e os cientistas e os jornalistas e os burocratas detinham, nos primeiros meses de 2020, muito pouca informação sobre o vírus. Muitos de nós, os que logo de início se recusaram a aceitar o levantamento dos direitos e das garantias constitucionais em nome da gripe chinesa e que combateram os factos pseudo-científicos e o histerismo que estava a a ser libertado sobre as massas, já tinham publicado no primeiro semestre desse ano, giga-bytes de informação médica e estatística que contradizia as narrativas oficiais. O que aconteceu é que fomos aviltados pelos meios de comunicação social, censurados nas redes sociais, marginalizados profissionalmente e incompreendidos entre amigos e familiares.

Seja como for, a grande conclusão a tirar dos Lockdown Files é quão rápida e facilmente os poderes excepcionais e ilegais atribuídos aos governos nesse período foram alimentar a combustão das ambições pessoais daqueles que determinavam as regras. Dirigentes políticos e funcionários públicos juraram que estavam a utilizar a ciência como uma ferramenta para proteger o público. Em vez disso, deturparam os dados para impor as restrições mais onerosas e autoritárias de que há memória em tempo de paz nas democracias ocidentais.

E quando nós, os que lutaram desde sempre contra os confinamentos e os mandatos totalitários da pandemia, dizemos “nunca mais”, é a este tipo vergonhoso de abuso do poder que, em parte, nos referimos.