Na América, as redacções mainstream decidiram de uma vez por todas assumir aquilo que já há muito tempo é evidente e estão a proclamar abertamente que a imprensa abandonou a “objectividade” porque, na opinião desta gente doente, tal critério é uma relíquia racista das “redacções brancas”.
É o apogeu da pós-verdade, em todo o seu horror.
A desnudada assumpção do axioma tem recente referência numa série de entrevistas conduzidas pelo antigo editor executivo do The Washington Post, Leonard Downie Jr., e pelo antigo presidente da CBS News, Andrew Heyward, das quais resultaram afirmações deste calibre deontológico:
“Os jornalistas devem incluir as suas próprias crenças, preconceitos e experiências para transmitir a verdade, já que a objectividade jornalística é irrealista ou indesejável.”
Downie Jr. argumentou que a objectividade distorce as notícias porque
“O padrão foi ditado ao longo de décadas por editores masculinos em redacções predominantemente brancas e reforçou a sua própria visão do mundo”.
Emilio Garcia-Ruiz, editor-chefe do San Francisco Chronicle, foi ainda mais explícito afirmando que
“A objectividade tem de ir à vida”.
“A “diversidade” é hostil à objectividade e, para que vença, a verdade deve ser abolida em favor de narrativas que beneficiem os chamados grupos minoritários, que apesar de serem apresentados como vítimas contam com o apoio unânime de todas as instituições governamentais e corporações privadas da América.
Downie Jr. insistiu que a cobertura de ambos os lados de uma história, particularmente quando essas histórias são “sobre raça, mulheres, direitos LGBTQ+, desigualdade de rendimentos, alterações climáticas e muitos outros assuntos”, impede os indivíduos que pertencem a tais grupos de “procurarem a verdade no seu trabalho”.
Kathleen Carroll, antiga editora executiva da Associated Press, afirmou que a objectividade era um padrão estabelecido por pessoas “brancas, instruídas e bastante ricas”, pelo que deveria ser abolida.
E eis um eloquente exemplo de como esta teoria passa à prática e os jornalistas dispensam a objectividade sem qualquer escrúpulo ou lealdade para com a verdade dos factos: o New York Times reportou em 2019 um episódio em que alegadamente uma rapariga de 12 anos de idade, “negra”, teria sido molestada por “brancos” xenófobos. Depois da história ter sido desmontada como uma fabricação e das alegações terem sido totalmente invalidadas, o NYT retirou os epítetos raciais das reportagens subsequentes, em que a verdade dos factos era enfim admitida.
As pessoas ganham e perdem o tom de pele em função de uma narrativa.
Por cima desta desvergonha, diz ainda Downie Jr., com todo o desplante deste mundo e de todos os outros ecossistemas orwellianos em que a mentira passa por verdade e vice-versa:
“A experiência convenceu-nos de que os meios noticiosos que procuram a verdade devem ir além de qualquer ‘objectividade’ que em tempos significou produzir notícias mais fiáveis.”
E depois ainda choram lágrimas de crocodilo de celofane porque as pessoas já não compram o papel onde o lixo que querem fazer passar por jornalismo é impresso.
A imprensa mainstream declarou guerra à realidade.
E é por estas e por outras que, como o Contra tem noticiado, a imprensa alemã esconde antecedentes criminais e origens étnicas de terroristas; a comunicação social, em uníssono, inventa a idiotia de que a Rússia terá sabotado o seu próprio oleoduto; e a terceira guerra mundial podia ter começado porque um activista da Associated Press atribuiu responsabilidades ao Kremlin por um míssil disparado na Ucrânia que foi explodir numa aldeia da Polónia. Entre muitos outros casos de pós-verdade.
Entre eles, este imortal boneco da CNN:
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