Há muito boa gente que defende que os evangelhos, mesmo o de João que geralmente é considerado como tendo mais valor teológico do que testemunhal, são um relato de carácter jornalístico da vida de Cristo e que devem ser entendidos como fonte histórica. Este ponto de vista não é tão discutível como parece e o ContraCultura, a seu tempo voltará ao assunto. Mas para efeitos deste texto, o conhecimento histórico sobre a vida de Jesus resume-se a dois momentos: que foi baptizado por João Baptista. Que foi crucificado pelo governador Pilatos. A sucinta informação tem por fonte dois historiadores romanos: Flávio Josefo (37-100 DC) e Tácito (55-120 DC).
É geralmente aceite que Jesus nasceu na Judeia, entre o ano 6 e 4 a.C.e que foi um rabi da Galileia, mas não existem quaisquer evidências arqueológicas sobre a sua existência.
Da sua infância, sabemos por Lucas que se entretém a questionar precoce e dialecticamente os rabis do Templo de Jerusalém e mais nada. Daí ao seu Baptismo, que é para todos os efeitos o início da narrativa evangélica e que o encontra já na sua maturidade (algures entre os 30 e os 50 anos de idade), não temos mais do que especulações.
Como Sócrates e Confúcio, não escreveu uma palavra, preferindo a eloquência em fórum público e a coragem do acto moral.
Para além da fé e dos evangelhos, o Nazareno é um personagem em grande medida imaterial.
Ainda assim, há duas super-estruturas religiosas que o elegem como profeta, num caso, e como messias, no outro.
Deve ser porque há em Cristo uma força transcendente.
Ainda assim, a sua mensagem, mesmo que para-epistemológica, resulta loucamente dois mil anos depois. Aliás, é precisamente por transcender os materialismos da História que tem sobrevivido até aqui. O Cristianismo é, quer queiramos quer não, o aparelho filosófico mais bem sucedido da história do Ocidente. Mesmo em competição directa com a Escola de Atenas, o Idealismo Alemão e o Materialismo Dialéctico.
Deve ser porque há em Cristo uma voz universal.
Ainda assim, há um simbolismo poderoso, mágico, idealista na imagem do crucifixo. Há um mistério no filicídio. Há eternidade no sacrifício. Naquela cruz (uma entre ziliões porque a crucificação era para os romanos uma espécie de passatempo imperial), naquele corpo vilipendiado, está o sofrimento e o júbilo, a miséria e a glória, o caos e a ordem: ecce homo ou REX IVDÆORVM, é o arquétipo do ser humano que somos todos.
Deve ser porque há em Cristo uma vontade de utopia.
Ainda assim, a queda da civilização Ocidental é concomitante com o abandono do credo que Jesus fundou. Com a perseguição dos seus fieis. Com o cancelamento da sua verdade.
Deve ser porque há em Cristo uma promessa apocalíptica.
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