A Arte do Haiku: Introdução.

Uma introdução a um legado maravilhoso da literatura clássica japonesa - o haiku, que precede a publicação de um extenso trabalho lírico, redigido em português, mas inspirado nesta forma minimal da poesia nipónica.

Haikus da baía praia

A arte do haiku: Um dia perfeito, uma conversa com Neptuno, uma omelete civilizada e uma vila simpática, nativos à parte.

Haikus que se escrevem sozinhos

A arte do haiku: A traineira incomoda o scoth do comandante, a motorizada berra sobre o silêncio e a soma dos anos produz o reumático (mas não te queixes porque Deus compensa-te com versos que se escrevem sozinhos).

Haikus da Consoada

A arte do haiku: Um cobertor para o menino, um concerto no paraíso, o frio que faz lá fora e o calor que faz cá dentro. Na consoada, o mundo é mais bonito.

Haikus da Revolução

A Arte do Haiku: A Lego tem vergonha da sua esquadra de polícia, Lenine arrepende-se de Estaline e Jeff Bezos toca a sua lira enquanto vilões destroem a memória dos heróis. Mas a revolução não estraga um bom dia de praia.

Haikus da Quarentena

A Arte do Haiku: O carnaval das máscaras cirúrgicas, a distância social das moscas, a segurança da campa, o silêncio dos cobardes e a realidade como produção de Hollywwod. Memória descritiva do confinamento.

Praia de Maio

A arte do haiku: A publicidade estraga a paisagem, os croquetes pedem paz, o isqueiro rende-se ao vento e o IPMA não percebe nada disto.

Nas dunas

A arte do haiku: Nas dunas estás noutro planeta; onde és ensurdecido pelo oceano, mal tratado pelo empregado de mesa, os flamingos sabem mais que tu e nem os grilos vencem o silêncio.

De estadistas e outros insectos.

A Arte do Haiku: A comichão do Presidente, o voo do besouro, a popularidade dos santos, a beleza do parque de estacionamento, o preço de um lugar ao sol e outros versos com sílabas a mais.

Do alto da falésia.

A Arte do Haiku: O cálculo do melro, o stress da gaivota, e a paz que perdem os ateus; no alto da falésia ficas mais perto de Deus.

Entre a baía e a enseada.

A Arte do Haiku: A gramática da baía, a violência da enseada, a prosa de Darwin, a lírica de Deus e a virtude do whisky, que não se altera em função do azimute.

De marés e marinheiros.

A Arte do Haiku: O poeta precisa de vinho, o contratorpedeiro precisa de gelo, a traineira precisa da doca, a Mãe Natureza precisa de espectadores e os versos escrevem-se sozinhos, no alto da falésia.

De corvetas e traineiras

A Arte do Haiku: As gaivotas fazem continência, as moscas sofrem de claustrofobia, as traineiras lutam com a maré, as corvetas combatem o tédio, Bach luta contra o silêncio e o haxixe tem uma coisa boa.

As Cócegas de Deus.

A Arte do Haiku: Deus está com cócegas, o semáforo fica indeciso, a buganvília ressuscita e o tempo passa devagar, no alto da falésia.

ContraCultura, ano #02:
E daqui para a frente?

No seu segundo aniversário, o Contra não tem nada que celebrar, dado o carácter sinistro dos tempos que correm. Mas isso não quer dizer que se arrumem as luvas no cacifo deste clube de combate. Há apenas que tentar fazer melhor - e diferente - daqui para a frente.