1.500 páginas de investigação relacionada com o fenómeno OVNI foram desclassificadas, como parte de um pedido FOIA, pelo Pentágono, em Abril de 2022.

Nesse documentos, é registado que os encontros com OVNIs têm deixado cidadãos americanos com queimaduras por radiação, danos cerebrais e do sistema nervoso, e até mesmo levado a interrupções de gravidez.

A base de dados de documentos inclui informação do Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP) – um programa secreto do Departamento de Defesa dos EUA que decorreu de 2007 a 2012. Apesar de nunca ter sido classificado como secreto ou ultra-secreto, o AATIP só se tornou conhecido do público em 2017, quando o antigo director do programa Luis Elizondo se demitiu do Pentágono e lançou nos meios de comunicação social vários vídeos agora famosos de uma aeronave não identificada que se deslocava de formas aparentemente impossíveis de compatibilizar com as leis da física e os princípios básicos da aeronática.

Pouco depois da existência da AATIP ter sido revelada, a sede nos EUA do tabloide britânico The Sun apresentou um pedido FOIA para todo e qualquer documento relacionado com o programa. Quatro anos depois – em 5 de Abril de 2022 – a Agência de Inteligência da Defesa dos EUA (DIA) honrou o pedido, libertando mais 1.574 páginas de material para o The Sun.

De acordo com o tabloide, a cache de documentos inclui relatórios sobre os efeitos biológicos do contacto com OVNIs no ser humano, estudos sobre tecnologias avançadas, tais como superfícies invisíveis  e planos para a exploração e colonização do espaço profundo. Algumas partes dos documentos foram suprimidas por preocupações de privacidade e confidencialidade, disse a AATIP ao The Sun.

Um documento em destaque na colecção é um relatório intitulado Anomalous Acute and Subacute Field Effects on Human and Biological Tissues (Efeitos de Campo Anómalos Agudos e Sub-agudos nos Tecidos Humanos e Biológicos), datado de Março de 2010. O relatório descreve alegadas lesões em “observadores humanos por sistemas aerospaciais avançados anómalos”, algumas das quais podem constituir uma “ameaça aos interesses dos Estados Unidos”, de acordo com o documento.

O relatório descreve 42 casos de ficheiros médicos e 300 casos “não publicados” em que seres humanos sofreram lesões após alegados encontros com “veículos anómalos”, que incluem OVNIs. Nalguns casos, os seres humanos mostraram ferimentos por queimaduras ou outras condições relacionadas com a radiação electromagnética, alguns deles parecem ter sido infligidos por “sistemas de propulsão”. O relatório também registou casos de lesões cerebrais, lesões nervosas, palpitações cardíacas e dores de cabeça relacionadas com encontros anómalos com veículos não identificados.

Não é claro que tipo de processo de controlo, se é que houve algum, a AATIP utilizou para investigar estes alegados casos.

O relatório inclui também uma lista de alegados efeitos biológicos dos avistamentos de OVNIs sobre observadores humanos entre 1873 e 1994, compilada pela Mutual UFO Network (MUFON) – um grupo civil sem fins lucrativos que estuda os avistamentos de OVNIs. Os efeitos relatados dos encontros de OVNIs incluem interrupção da gravidez, rapto, paralisia e experiências de telepatia, tele-transporte e levitação.

O relatório conclui que existem provas suficientes para apoiar uma hipótese de que alguns sistemas tecnológicos avançados navegam na atmosfera terrestre, escapando porém o fenómeno ao entendimento das autoridades militares e científicas dos EUA.

Em 2021, o Pentágono publicou o seu tão esperado relatório sobre uma série de misteriosos objectos voadores que têm sido observados em espaços aéreos militares nas últimas duas décadas.

O relatório, publicado no website do Gabinete do Director dos Serviços Secretos Nacionais, examinou 144 relatórios de encontros que o governo considerou “fenómeno aéreo não identificado”.

O Pentágono abriu entretanto um novo gabinete para investigar OVNIs, as suas origens e natureza, objectivando também “capturar ou explorar” um destes misteriosos objectos.