Em Setembro, falava-se de seca extrema em Portugal. Por causa das alterações climáticas.
Em Dezembro, uns dias de chuva torrencial param o país. Por causa das alterações climáticas.

As cheias não decorrem da incúria autárquica, do planeamento urbano que só existe no papel, dos excessos da construção imobiliária, ou da alarvidade dos engenheiros civis que são arquitectos e dos arquitectos que são engenheiros civis. Nada disso.

Nem é para aqui chamado o facto dos génios do urbanismo contemporâneo acharem que é uma boa ideia plantar nas cidades árvores de folha caduca de grande porte, cuja folhagem outonal vai inevitavelmente entupir as sarjetas.

É mais que óbvio que as cheias também não traduzem a realidade de um país governado por imbecis que nem sequer o preparam para sobreviver estruturalmente a uns dias de chuva. Não. A culpa é das alterações climáticas.

As alterações climáticas servem para tudo, são argumento para toda a desgraça, justificação para toda a incompetência, profecia que se cumpre todos os dias e – literalmente – faça chuva ou faça sol.

E quando chove assim, mais que o costume, temos que ficar em casa. Outra vez. Recebemos ordens, outra vez e desta vez, é por causa das alterações climáticas e é para nos começarmos a habituar, até porque:

 

 

A lógica de destruir o mundo para salvar o planeta.

E quanto aos excessos de mortalidade? A culpa é das alterações climáticas.
E a Inflacção? A culpa é das alterações climáticas.
Dores de cabeça? Dores de parto? Diarreia? Prisão de Ventre? É o dióxido de carbono. São as alterações climáticas.

As pessoas têm que escolher entre acender o fogão ou o aquecedor? A conta da luz é incomportável? A conta da água está cada vez mais cara?  É o preço de estarmos a matar o planeta.

Não importa se as temperaturas máximas do ar são tiradas directamente do asfalto do aeroporto de Heathrow (facto!), nem vem à conversa a forma como se fabrica o mito e o medo, nos serviços mediáticos de falsificação da realidade:

 

 

Nem vale a pena questionar, nos dias mais frios ou mais chuvosos, a lógica imediatista e vazia de qualquer vestígio de valor científico de que os dias mais quentes e secos são de certeza absoluta e sem a mais pequena dúvida sintomáticos do aquecimento global.

Não. Há que obedecer, sobretudo. Há que salvar o planeta, mesmo que para isso seja preciso destruir o mundo.

 

 

Ainda assim, e apesar da massificação da mensagem apocalíptica em toda a imprensa, em todo o entretenimento, em toda a publicidade, em todo o discurso político e apolítico, em toda a opinião qualificada e inqualificável, há quem permaneça céptico. Devem ser pessoas racistas, violadores de estrelas de hollywood, negacionistas da ciência e dos homens grávidos, perigosos agentes de extrema-direita, ou não?

 

Sondagem mostra que 4 em cada 10 pessoas acreditam que as alterações climáticas decorrem de um processo natural do planeta.

Os resultados de uma sondagem global irão certamente chocar aqueles que afirmam que a “ciência está fechada” sobre as alterações climáticas – quase quatro em cada dez pessoas acreditam que o fenómeno é natural, e não produto da actividade humana.

O inquérito mundial IPSOS pediu a pessoas de 30 países dos cinco continentes para darem a sua opinião sobre o que pensavam estar a causar as alterações climáticas.

37% dos inquiridos disseram acreditar que era “principalmente devido aos tipos de fenómenos naturais que a Terra tem vivido ao longo da sua história”.

Nos sete países onde foram registadas tendências políticas, 28% dos esquerdistas disseram que eram cépticos do clima (!), enquanto 50% dos inquiridos à direita do espectro ideológico disseram que tinham dúvidas sobre as certezas das elites.

Segundo a empresa de energia EDF, que encomendou à IPSOS a realização da sondagem, os resultados foram “inesperados”. Escreve a este propósito Chris Morrison:

“O grau de cepticismo em relação ao aquecimento global causado pelo homem chocará os catastróficos da ciência verde ‘estabelecida’, que usam tácticas de medo constantes para promover a sua agenda autoritária e as metas Net Zero.”

Apesar da EDF afirmar que as populações começam a notar o suposto aumento de “eventos climáticos extremos”, independentemente das dúvidas sobre se essa percepção não será apenas consequência do histerismo mediático, a empresa observou que

“Essa consciência não está a tornar as pessoas mais preocupadas, nem as está a convencer das origens humanas do fenómeno”.

Por outras palavras, apesar de décadas de bombardeamento mediático com a mensagem do apocalipse climático e de que os seres humanos são os primeiros e últimos responsáveis por esse triste fim do planeta, uma enorme fatia da população global ainda não está a comprar a narrativa.

Pelo contrário: a EDF observa que o cepticismo climático cresceu seis pontos nos últimos três anos, enquanto que o cepticismo em França cresceu oito pontos num único ano.

A realidade do que as metas Net Zero significam para o nível de vida das pessoas e as suas finanças, no meio de uma crise do custo de vida, parece estar  a cobrar dividendos. E o esquizofrénico apelo a que os países ocidentais paguem “reparações climáticas” está também a levar mais pessoas a questionarem-se precisamente para onde vai o dinheiro dos seus impostos e com que finalidade.

Há sempre um momento de verdade, quando nos mexem na carteira. Ou quando se excedem na motorização da mentira.