Depois de uma rocambolesca novela de meses, Elon Musk é finalmente dono e senhor do Twitter. E para já, sabemos que está a despedir alguns dos mais infames executivos da companhia e que vai reinstaurar contas de figuras proeminentes do panorama mediático e político que foram suspensas no âmbito do programa censório que o passarinho azul tem vindo a implementar nos últimos anos.

À entrada na sede da empresa, na quarta-feira passada, Musk aproveitou para fazer algum humor.

 

 

CEO, CFO e comissária para a censura já foram postos na rua.

Com o dobrar dos sinos que tocam pelo final do primeiro capítulo da vida do Twitter, o de máquina de propaganda e martelo censor ao serviço do aparelho democrata e das elites globalistas, uma boa parte dos altos quadros da empresa foram despedidos por Elon Musk.

Poucos minutos depois do homem mais rico do mundo ter fechado o negócio de 44 mil milhões de dólares, os seguintes executivos do Twitter foram despachados:

Parag Agrawal – Director executivo
Ned Segal – Director financeiro
Sean Edgett – Conselheiro
Vijaya Gadde –  Directora do departamento jurídico e das políticas de comunidade. mais conhecida pela czarina da censura.

Vijaya Gadde deve ter sido a primeira a ter um encontro imediato com o olho da rua, dado este tweet de Musk no início do ano:

 

 

A censurar opiniões dissidentes desde 2011, Gadde foi a principal responsável pelas pidescas “soluções de confiança e segurança, legais e de política pública” e era, ironicamente, referida como a “autoridade moral” da empresa. As suas equipas decidiam que critérios de moderação utilizar e implementavam essas políticas sobre os conteúdos da rede social. Isso fez dela um alvo de críticas à direita do espectro político, particularmente quando o Twitter bloqueou a distribuição de um artigo do New York Post sobre o filho do Presidente Joe Biden, Hunter Biden, em 2020. A infame apparatchik enfrentou também uma onda renovada de críticas depois de várias reportagens terem confirmado que estava por detrás da decisão de banir Donald Trump do Twitter, enquanto este ainda era presidente dos EUA, em Janeiro de 2021.

 

 

Não vale mesmo a pena lamentarmos a sorte destas tristes figuras, já que receberão chorudas indemnizações, de acordo com condições contratuais que foram revistas logo que surgiram os primeiros rumores sobre a possível aquisição da empresa por Musk.

Agrawal receberá 38,7 milhões de dólares. Segal vai arrecadar 25,4 milhões. Gadde diz adeus ao seu cargo orwelliano com $12,5 milhões de dólares no bolso. Coitadinhos dos pides.

Entretanto, mais de 1.100 empregados deixaram o Twitter desde que Musk anunciou a sua intenção de comprar a empresa em Janeiro, com quase um terço a ir para o Google ou Meta.

 

Musk vai reactivar contas suspensas.

Após a sua compra do Twitter ter sido concluída, foi revelado que Elon Musk está a preparar-se para levantar as suspensões de contas obliteradas, abrindo caminho para o regresso de Donald Trump, Milo Yiannopoulos, Roger Stone, Alex Jones, Steve Bannon e muitos outros.

Musk pretende eliminar as suspensões permanentes aos utilizadores porque não acredita nessa lógica de gestão, segundo fontes próximas do novo patrão da rede social do passarinho. Isto significa que as pessoas anteriormente expulsas da plataforma podem ser autorizadas a regressar, embora não seja claro se essa política incluí o antigo presidente Donald Trump.

A filosofia de Musk pretende garantir paralelamente que os utilizadores desta rede social nunca poderão ser banidos pelas suas opiniões políticas, mas apenas se utilizarem a plataforma para organizar actos violentos ou actividades criminosas.

A questão do regresso de Trump a esta plataforma é discutível já que o ex-presidente é proprietário de uma rede social, a Truth Social, e em Abril afirmou que:

“Não volto ao Twitter, vou ficar no Truth.”

O verdadeiro teste às intenções de Elon Musk acontecerá quando alguns destes indivíduos de perfil mais proeminente criarem novas contas no Twitter ou tentarem reactivar as antigas. Apesar da onda de despedimentos dos quadros superiores, Musk não pode correr com todos os imbecis que trabalham na empresa que acabou de adquirir, caso contrário ficava sem recursos humanos. E assim, o Twitter continuará a ser operado por muitos dos mesmos atrasados mentais que censuraram e baniram, com entusiasmo militante, milhares e milhares de utilizadores. Muitos deles vão tentar por certo boicotar a filosofia de gestão do novo patrão e fazer cumprir as regras antigas, seja como for.

É por isso expectável que o processo de reconversão do modus operandi da empresa seja demorado e que o Twiter não passe a ser uma plataforma que privilegia a liberdade de discurso imediatamente. Tanto mais que Musk não é propriamente um libertário e já avisou, numa mensagem aos anunciantes, que

“É óbvio que o Twitter  não se pode tornar numa plataforma infernal, onde tudo pode ser dito sem consequências!”

No entanto, é seguro apostar que nesta rede social as coisas vão mudar para melhor.