A Suécia recusa-se a partilhar com a Rússia os resultados preliminares da sua investigação oficial sobre as explosões do gasoduto Nord Stream, afirmando que a informação é confidencial.

A primeira-ministra Magdalena Andersson afirmou que o resultado do inquérito sobre o que danificou gravemente os gasodutos Nord Stream 1 e 2 no final de Setembro não seria revelado a Moscovo.

“Na Suécia, as nossas investigações preliminares são confidenciais, e isso, naturalmente, também se aplica neste caso.”

A investigação descobriu que as explosões foram um acto de sabotagem, embora o culpado não tenha sido mencionado.

A líder sueca disse que a Rússia era livre de conduzir a sua própria investigação sobre o incidente, acrescentando que a Suécia tinha retirado o perímetro de segurança da área e que

“A zona económica sueca não é um território que a Suécia interdite.”

A posição sueca é uma confirmação lapidar, embora talvez involuntária, de que, como sempre foi claro, não terá sido a Rússia a fazer explodir o seu próprio gasoduto.

O Presidente Vladimir Putin, que acusou os EUA e a Grã-Bretanha de levarem a cabo um “acto de terrorismo internacional” ao visarem os oleodutos, reagiu à recusa da Suécia em aceder à investigação, insistindo:

“Todos sabemos bem quem é o beneficiário final deste crime”.

Um antigo conselheiro do Pentágono, Douglas Macgregor, disse que os mais prováveis culpados por detrás da explosão dos oleodutos Nord Stream são os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, e que o ataque foi levado a cabo para evitar que a Alemanha se livrasse da guerra na Ucrânia.

Isto enquanto surgem cada vez mais vozes de académicos e militares americanos que responsabilizam a sua administração pelo atentado. Douglas Macgregor, um antigo conselheiro do Pentágono, sugeriu que o motivo por detrás dos ataques era isolar a Alemanha, depois de Berlim ter começado “a dar a impressão de que já não iriam alinhar com esta guerra por procuração na Ucrânia”. E Jeffrey Sachs, um reputado professor de ciência política na universidade de Columbia, fez manchetes no início deste mês quando disse que, na sua opinião, os EUA estavam por detrás da sabotagem dos oleodutos Nord Stream.

Segundo uma reportagem da revista alemã Der Spiegel, a CIA avisou Berlim sobre um potencial ataque aos gasodutos no Mar Báltico semanas antes das explosões.

Tanto Joe Biden como a Subsecretária de Estado para os Assuntos Políticos Victoria Nuland afirmaram que o Nord Stream 2 não seria autorizado a funcionar se a Rússia atacasse a Ucrânia.

Após o ataque, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken caracterizou-o assim:

“Uma tremenda oportunidade para a Europa eliminar a dependência da energia russa de uma vez por todas.”