O mundo está à beira de um conflito apocalíptico como nunca esteve. De tal forma que, neste momento, basta um pequeno erro de cálculo para que tudo seja reduzido a cinzas. E a responsabilidade cabe inteirinha às elites liberal-leninistas que comandam os destinos do Ocidente e aos seus autómatos do aparelho militar, que, mesmo depois de constatarem que não têm qualquer defesa contra os mísseis Oreshnik russos, que de um dia para o outro alteraram completamente as regras da guerra nuclear, mas também da beligerância convencional, insistem no agravamento das tensões com Moscovo, numa estratégia ensandecida que só pode ser entendida à luz de uma sólida suspeita: esta gente pensa que vai sobreviver ao armagedão e que, das cinzas, poderá implementar uma nova ordem mundial, distópica e oligárquica.
Rob Bauer, Chefe do Comité Militar da NATO, ensandeceu: “temos de atacar primeiro.”
O chefe do comité militar da NATO, almirante Rob Bauer, discutiu recentemente a possibilidade de ataques preventivos contra a Rússia em caso de conflito contra a aliança.
O almirante afirmou que é positivo que a NATO tenha mudado a sua atitude de simplesmente “esperar que sejamos atacados” para depois reagir contra o agressor. Citado pela Bloomberg, disse:
“É mais competente não esperar, mas atingir os alvos na Rússia, caso a Rússia nos ataque”.
Ora, estas declarações são, para além de contraditórias, asininas. São contraditórias porque “não esperar” é antecipar um ataque, pelo que essa “competência” não tem lugar caso a Rússia ataque primeiro. Asininas, porque só um asno profere tamanho disparate num momento em que as tensões entre o Ocidente e a Rússia estão num insustentável ponto de ebulição.
Acto contínuo, na terça-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou a NATO de estar a preparar um ataque preventivo contra o seu país. E o deputado Sergey Mironov advertiu:
“A ideia da possibilidade de um ataque preventivo da NATO contra a Rússia é errada e perigosa para os países da Aliança, porque pode resultar na sua destruição. O Sr. Bauer ou é um tolo ou um provocador. Talvez as duas coisas ao mesmo tempo. Porque provocar uma potência nuclear, que, além disso, possui uma arma hipersónica contra a qual ninguém tem protecção, é uma verdadeira loucura. É claro que as forças armadas de qualquer país estão sempre a explorar a possibilidade de realizar um ataque preventivo de desarmamento contra o inimigo – é essa a sua função, Mas, normalmente, os militares guardam esses planos para si próprios.”
Na opinião do deputado russo, as declarações de Bauer foram uma resposta aos testes do míssil russo Oreshnik e aos avisos de Vladimir Putin de que poderia ser utilizado no território dos países da NATO. Mironov acrescentou ainda:
“Em vez de estar pronto para o diálogo, vemos como um funcionário da NATO está a tentar acalmar a opinião pública no Ocidente, dizendo: vamos atingir a Rússia primeiro e ganhar. Esta é uma abordagem falsa e suicida para a NATO. Especialmente para os países que dependem do guarda-chuva nuclear dos EUA, sob o qual é supostamente possível escapar à retaliação. Vladimir Putin disse-o claramente: Haverá definitivamente uma resposta. No Ocidente, gostam de acusar a Rússia e o nosso Presidente de agressão. Têm a certeza de que, se ele for afastado, haverá paz e segurança. Não, a paz e a segurança virão quando não houver provocadores e belicistas na liderança ocidental como Bauer, Borrell, Johnson e outros”.
É lamentável, mas se Mironov estivesse mais carregado de razão, abria um buraco no chão.
Contra-Almirante da marinha norte-americana acredita que os Estados Unidos podem sobreviver a um guerra nuclear.
Confirmando a tese de que os líderes militares no ocidente vivem na ilusão que qualquer cidadão minimamente sensato não alimenta – a de que uma guerra nuclear com a Rússia, pode ser ganha – o contra-almirante Thomas Buchanan, porta-voz do Comando Estratégico do Departamento de Defesa dos EUA, comentou a possível utilização de armas nucleares nestes termos:
“Penso que todos concordam que, se isso acontecer, deve ser feito nas condições mais aceitáveis para o nosso país, e essas condições são aquelas em que os EUA continuem a liderar o mundo. Temos de ter capacidade de reserva. Não vamos gastar todos os nossos recursos para ganhar, pois não?”
Ora, a possibilidade dos Estados Unidos ganharem uma guerra nuclear com a Rússia só existe na eventualidade de um ataque preventivo, o que compagina completamente com as declarações do líder da NATO.
Para além dos sonhos de destruição dos líderes militares ocidentais, a crua realidade dos factos.
A verdade é que o Ocidente tremeu quando na semana passada a Rússia testou em solo ucraniano o seu míssil Oreshnik, para o qual os países da NATO não têm qualquer defesa e cujas capacidades cinéticas e nucleares estão muito à frente de qualquer dispositivo de vanguarda norte-americano.
Estes dois posts publicados no X são esclarecedores sobre o potencial ofensivo – convencional ou nuclear – desta tecnologia russa.
Na verdade, estes mísseis, mesmo que apenas armados com ogivas convencionais, podem destruir em minutos bases militares, porta-aviões e outras grandes infraestruturas de guerra, dada a energia massiva com que atingem o alvo e o número de alvos que podem ser atingidos. Cada míssil dispara 36 ogivas à velocidade de 10 Mach. Não há contra-medidas nem defesa balística contra este poder destrutivo, nem estrutura que resista ao ataque. Vladimir Putin, em recentes declarações, até se deu ao luxo de afirmar que, quando voltar a utilizar esta tecnologia, avisa primeiro, por questões humanitárias e porque sabe que ninguém pode fazer nada para impedir o ataque.
Mas perante esta ameaça para a qual não têm resposta, as altas patentes da NATO, em vez de moderarem o discurso, intensificam as tensões e dão a entender que estão até a pensar em ataques preventivos.
Esta gente enloqueceu em definitivo e está a lançar-nos a todos para um destino terrível.
Sobre o poder destas armas e a insanidade dos líderes militares e políticos ocidentais, vale a pena ouvir o que diz Scott Ritter.
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