O recém nomeado ‘czar da fronteira’ do Presidente Eleito Donald Trump recomendou aos imigrantes que se encontram ilegalmente nos EUA a “auto-deportação” antes que a próxima administração tome posse.

 

Na segunda-feira, Trump nomeou Tom Homan, que foi director interino do Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA na sua anterior administração, para o cargo de ‘czar da fronteira’, encarregando-o de travar a imigração ilegal.

Nesse mesmo dia, Homan apareceu na Fox News, onde o apresentador Sean Hannity lhe perguntou se haveria um “período de graça”, de forma a que os imigrantes que vivem nos EUA ilegalmente possam ter alguns meses para colocar os seus assuntos em ordem antes de deixarem o país. Homen foi peremptório:

“Os criminosos e os membros de gangues não têm período de graça. Porque vamos a dar prioridade às ameaças à segurança pública e à segurança nacional, se quiserem auto-deportar-se, devem fazê-lo já porque sabemos quem são e vamos encontrá-los.”

Mais à frente, Homan insistiu nesta linha de raciocínio:

“Se quiserem auto-deportar-se, tudo bem. Mas os criminosos e os membros de gangues não vão ser favorecidos por esta administração. Vieram para este país ilegalmente, o que é um crime. Cometeram crimes contra cidadãos dos Estados Unidos, alguns crimes hediondos. Não têm qualquer período de graça. Por isso, vamos apanhá-los.”

Homan acrescentou também que é “totalmente a favor” da auto-deportação de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA e que não são criminosos ou membros de gangues.:

“Para os outros, os não criminosos, que se queiram auto-deportar, sou totalmente a favor, porque quando se auto-deportam podem pôr tudo em ordem – os seus negócios familiares, se têm casas ou o que quer que seja. Podem pôr tudo isso em ordem e partir com a sua família”.

Uma das principais promessas de campanha de Trump foi realizar a maior deportação de ilegais da história dos EUA. O presidente eleito fez promessas semelhantes na campanha de 2016, mas durante seu governo, as deportações nunca ultrapassaram o número de 350.000 por ano. A título de comparação, o então Presidente Barack Obama levou a cabo 432.000 deportações em 2013, o maior total anual desde que há registos.

Trump também afirmou que irá utilizar a Guarda Nacional para reunir os imigrantes e invocar a Lei dos Inimigos Estrangeiros, uma lei de 1798 que permite ao presidente deportar qualquer não cidadão de um país com o qual os EUA estejam em guerra.

Esta última referência legislativa, porém, permitirá apenas a deportação de ilegais russos.