Advertência: Este texto é uma clara ilustração dos tempos ensandecidos que vivemos.

Os alunos de uma escola secundária em Utah saíram em protesto na quarta-feira, alegando que os professores e os funcionários do estabelecimento de ensino estão a permitir que outras crianças se identifiquem como animais.

As crianças da Mt. Nebo Middle School, em Payson, disseram estar fartas dos chamados furries que, segundo elas, lhes rosnaram, ladraram e até as morderam.

Os alunos fizeram cartazes com mensagens como “Não nos façam uma lavagem cerebral”, “Discurso forçado não é discurso livre”, “Não vou obedecer” e “Só queremos aprender”.

Ficaram na berma da estrada à porta da escola, afirmando que as suas queixas contra os furries estão a ser ignoradas.

Adam Bartholomew documentou o protesto e perguntou às crianças porque o estavam a fazer.

 

 

“Estes miúdos são doentes mentais e estão a tentar impor-nos a sua doença”, comentou uma rapariga, referindo que as crianças que se vestem de animais têm entre 10 e 13 anos e “querem atenção”.

“Eles mordem-nos. Arranham-nos. Ladram-nos”, disse outra criança, referindo que, se tentam defender-se, são repreendidos pelos professores.

Outras crianças acusaram os furries de lhes atirarem spray ambientador para os olhos e de colocarem caixas de areia para animais nas casas de banho.

As crianças afirmam ter um vídeo dos furries a perturbar as aulas, mas dizem que foram repreendidas por terem gravado o incidente e que lhes foi dito para “serem simpáticas” com as crianças que se querem identificar como animais.

Foi iniciada uma petição online exigindo que os administradores apliquem mais rigorosamente o código de vestuário do distrito, que afirma que “são proibidas joias, acessórios, tatuagens, cabelo, pelos faciais e outros elementos da aparência de um aluno que chamem indevidamente a atenção, distraiam, perturbem ou interfiram de outra forma com o ambiente de aprendizagem na escola ou nas actividades e eventos escolares, ou que criem um problema de saúde, segurança ou bem-estar”.

Uma declaração da Utah Parents United abordou as acusações no Facebook, observando:

“É prejudicial para as crianças que as regras escolares e os códigos de vestuário sejam centrados nos marginalizados. Isto perpetua a cultura da vítima que está a prejudicar os nossos filhos! Como pais, temos de falar quando as escolas validam qualquer comportamento perturbador, antissocial e extremo.”

O distrito escolar respondeu às críticas na quarta-feira, afirmando que “muita da informação que foi divulgada é completamente incorrecta e imprecisa”.

 

 

Seth Sorensen, oficial de informação pública do distrito escolar de Nebo, afirmou que as crianças não estão a vestir-se de animais, dizendo:

“Hoje, alguns alunos e pais decidiram exercer o seu direito de reunião e fazer um pequeno protesto pelo que consideraram ser algo que estava a acontecer na escola. Na verdade, não é algo que esteja a acontecer”.

Sorensen sugeriu ainda que os alunos em questão estão a usar fitas para a cabeça com orelhas de gato ou de cão, e que isso está ao mesmo nível de outros alunos que usam laços no cabelo e camisolas desportivas. Sorensen disse que estes trajes são “apenas o que os estudantes desta idade fazem”.

Acrescentou que “ninguém estava a tomar o partido de um grupo ou de outro” e que “o que estávamos a dizer é que todos têm de tratar os outros com respeito”.

A reportagem da ABC4, que tenta também desvalorizar a situação, acaba no entanto por desmentir o oficial do distrito escolar, ao entrevistar um aluno que aparece numa fatiota integral, aparentemente canídea, como se fosse uma mascote de uma marca de ração para cachorros.

Esta é a segunda vez num ano que o distrito escolar é alvo de manchetes, depois de ter circulado um relatório que acusava os alunos do sexto ano de terem sido instruídos a comer insectos que os professores forneceram como parte de um trabalho de inglês sobre as alterações climáticas.

Anteriormente, surgiram relatos de funcionários escolares que colocaram caixas de areia nas casas de banho das escolas do Utah para apaziguar as crianças que se queriam identificar como furries.

O novo normal, em todo o seu esplendor.