Enquanto o governo Scholz e a autarquia de Berlim gastam biliões em ajuda à Ucrânia, energias verdes que não satisfazem a demanda, túneis para morcegos que os morcegos não usam, pontes que não levam a lado nenhum e alojamento e assistência material para imigrantes, as escolas e os hospitais têm problemas característicos de um país pobre.
Berlim congela os orçamentos escolares.
As escolas públicas de Berlim estão a enfrentar um congelamento orçamental que suspendeu as despesas em actividades essenciais, como viagens escolares,numa altura em que a cidade enfrenta grandes desafios financeiros. O congelamento segue-se à decisão da Câmara dos Representantes de Berlim de afectar mais 1,3 biliões de euros ao alojamento de migrantes, o que suscita preocupações quanto às prioridades de despesa da cidade.
Numa carta publicada na quarta-feira, a secretária de Estado da Educação, Christina Henke (CDU), informou os directores das escolas de que já não podem celebrar contratos que se prolonguem até ao próximo ano financeiro. Esta restrição inclui equipamentos de automação como fotocopiadoras, impressoras e deslocações escolares, em que as despesas de viagem dos professores – normalmente reembolsadas pelo Estado – deixarão de ser pagas pelo erário público.
Sven Zimmerschied, director do liceu de Friedensburg, em Charlottenburg, e membro da direcção da Associação de Directores de Escolas Secundárias de Berlim, manifestou a sua preocupação com esta suspensão súbita. “Na segunda-feira, assinei o contrato de aluguer de uma nova fotocopiadora”, disse. O congelamento do orçamento, explicou, irá perturbar muitas actividades de rotina, embora tenha notado que poderão ser abertas excepções em casos de “indispensabilidade e urgência”.
A medida surge numa altura em que a cidade se esforça por equilibrar o seu orçamento, na sequência da decisão da Câmara dos Representantes , em Junho, de gastar mais 1,3 biliões de euros no alojamento dos requerentes de asilo. Isto inclui a expansão das cidades de tendas nos antigos aeroportos de Tegel e Tempelhof, o aluguer de mais espaço em hotéis e a criação de 16 novos locais para alojamento em contentores.
Durante o verão, o Presidente da Câmara, Kai Wegner (CDU), avisou que a capacidade de Berlim para acolher mais refugiados estava a chegar ao limite. “A pressão está a aumentar. Já não temos lugares”, disse Wegner. Os milhares de milhões de euros que estão a financiar novos alojamentos de emergência saem dos cofres públicos à custa de cortes noutras áreas, incluindo a educação.
O congelamento do orçamento tem suscitado críticas, com muitos a perguntarem-se por que razão há fundos disponíveis para o alojamento de imigrantes mas não para as actividades escolares.
Por enquanto, as escolas têm de pedir autorização especial para qualquer despesa através de um pedido escrito às autoridades educativas. Programas essenciais como as visitas de estudo continuam pendurados na incerteza orçamental.
Escassez de medicamentos “ao nível do terceiro mundo”.
O sistema de saúde alemão está a enfrentar uma grave crise devido à contínua escassez de medicamentos, com o país a debater-se actualmente com a necessidade de assegurar o fornecimento de produtos médicos básicos.
Andreas Gassen, presidente da Associação Nacional de Médicos do Seguro de Saúde (KBV), lançou um aviso severo, declarando:
“O fornecimento de medicamentos na Alemanha está actualmente ao nível de um país do terceiro mundo”.
A escassez de soro fisiológico, um componente essencial para muitos tratamentos, começa a afectar os cuidados médicos em todo o país. O soro fisiológico é vital em hospitais e consultórios médicos, sendo utilizado como veículo para medicamentos em infusões e outros tratamentos. No entanto, os estrangulamentos na entrega levaram a uma escassez crítica, deixando os médicos sem outra opção que não seja mandar os doentes para casa sem tratamento. “Actualmente, há restrições de fornecimento nos consultórios médicos de todo o país”, disse Gassen. “Os médicos têm de mandar os doentes para casa porque não têm solução salina disponível”.
A escassez foi assinalada pela primeira vez pelos farmacêuticos em Setembro, e as consequências estão agora a ganhar gravidade. Mathias Arnold, vice-presidente da Associação de Farmacêuticos ABDA, explicou que a produção mundial de soro fisiológico está concentrada nas mãos de alguns fabricantes altamente especializados, o que torna a cadeia de abastecimento frágil. “Se um produtor falhar, temos um problema enorme”, disse Arnold, que apelou a reformas políticas para atrair mais fabricantes para o mercado e a um reforço do investimento público para evitar futuros estrangulamentos.
A crise estende-se para além dos cuidados ambulatórios. Gerald Gaß, director executivo da Associação Alemã de Hospitais (DKG), lançou alarmes semelhantes, referindo que os hospitais também estão a enfrentar escassez de soluções salinas e de infusão.
“Os hospitais não estão actualmente a receber a quantidade total que encomendam aos fabricantes”, afirmou Gaß. Embora estas unidades hospitalares ainda consigam prestar cuidados aos doentes, a situação crescente está a tornar-se insustentável. “Se nada mudar, não será possível atingir este objectivo a longo prazo”, alertou.
O Ministério Federal da Saúde procurou simplificar o processo de importação de soro fisiológico numa tentativa de atenuar a escassez, mas subsistem dúvidas sobre se estas medidas serão suficientes para resolver o problema mais vasto das cadeias de abastecimento de medicamentos na Alemanha e dos constragimentos orçamentais na área da saúde pública.
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