As atrocidades de dimensão genocida que as forças sionistas estão a cometer em Gaza são já de evidência incontornável. Aqueles, como Jordan B. Peterson, que no início das hostilidades recomendaram ao regime Netanyhau a aplicação de máxima violência sob a população palestiniana ao regime Netanyhau, estão agora a ter mais do que pediram. Para sua imensa vergonha e ignomínia.

Na terça-feira passada, os palestinianos descobriram 409 corpos em valas comuns, resultantes do massacre perpetrado por Israel no Hospital Al-Shifa. Muitos dos corpos foram esmagados por tanques e “enterrados como lixo”.

Aviso: Este vídeo pode chocar a sensibilidade do leitor.

 

 

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Os dois vídeos em baixo mostram um pouco da escala da destruição que os israelitas levaram a cabo com bombas e ajuda militar fornecidas pelos EUA:

 

 

Os corpos têm sido recuperados nas imediações do complexo hospitalar, desde que as forças israelitas se retiraram a 1 de Abril, de acordo com o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Basal, que acrescentou que o número total de vítimas não incluía as pessoas enterradas sob os escombros do hospital.

Muitos dos restos decompostos que descobriram tinham sido enterrados à superfície do solo, segundo disseram as autoridades na segunda-feira. Os tanques israelitas esmagaram outras vítimas até à morte, deixando alguns doscadáveres completamente desfigurados e incapazes de serem identificados.

Após o cerco de duas semanas, as instalações do complexo hospitalar estão “completamente fora de serviço”, segundo Salah, funcionário do Ministério da Saúde palestiniano. Ele advertiu que os bombardeios de Israel esmagaram o sistema médico em Gaza, diminuindo os recursos para operações de resgate e recuperação.

“Não temos patologistas, nem especialistas para documentar os crimes da ocupação”.

Numa declaração à imprensa, os peritos da ONU acusaram Israel de “negar o acesso aos cuidados de saúde aos mais necessitados”, numa declaração de 3 de Abril. Nessa declaração também é dito que:

“Estamos a testemunhar o primeiro genocídio mostrado em tempo real ao mundo pelas suas vítimas e insondavelmente justificado por Israel como estando em conformidade com as leis da guerra. A extensão da atrocidade ainda não pode ser totalmente documentada devido à sua escala e gravidade – e representa claramente o mais horrível ataque aos hospitais de Gaza. Entre os mortos, temos mulheres e crianças amarradas e algemadas. Serão levadas para que os seus familiares as identifiquem. Depois serão enterrados nos cemitérios da Faixa de Gaza”.

Os relatos vindos do hospital e das suas imediações, após o ataque do exército israelita, falam de tortura contra os palestinianos detidos, estando as equipas médicas de al-Shifa a documentar esses casos.

Hussein Mahassen, director do serviço de ambulâncias de Gaza, afirmou:

“Há sinais de tortura em alguns dos braços e corpos que retirámos”.

As equipas médicas e forenses afirmaram que a sua missão é particularmente difícil devido ao estado dos restos mortais.

Khalil Hamada, o director-geral de medicina e laboratório forense, disse que estão a tentar recolher os restos mortais dos corpos dos mortos.

“Os corpos foram despedaçados e decompuseram-se, sendo agora muito difícil reconhecê-los. As famílias estão a tentar identificar os restos mortais dos seus familiares mortos”.

Hamada acrescentou que não existem analisadores genéticos em Gaza, o que impossibilita a realização de verificações de ADN. O ataque israelita a al-Shifa, que envolveu o incêndio e a destruição dos edifícios do hospital, também significou que as equipas médicas e forenses já não podem utilizar quaisquer máquinas de raios X.

Os hospitais gozam de protecção especial ao abrigo do direito internacional, mas Israel alegou que al-Shifa era um centro de comando e controlo do Hamas. Os grupos de defesa dos direitos humanos e os advogados internacionais afirmam que Israel não apresentou provas suficientes para sustentar a sua alegação. E mesmo que as forças israelitas estejam correctas nesta afirmação, o que é que justifica as barbaridades documentadas neste artigo sobre mulheres e crianças?

Khalil Hamada concluiu, assertivamente:

“Esta ocupação criminosa não se preocupa com as leis internacionais ou com a humanidade, apenas se preocupa em matar o povo palestiniano”.

Compete-nos não deixar que estas atrocidades sejam olvidadas. E que sejam colocadas em debate, no momento em que Israel está a fazer tudo para arrastar o Ocidente para um conflito que, apesar da sua acção genocida, não está a conseguir levar de vencida.