Em defesa da política de fronteiras abertas do regime Biden, o The Washington Post argumenta que a droga, o crime e o tumulto económico causados pela imigração em massa devem ser tolerados, uma vez que existe a possibilidade estatística de que um ou dois de entre os milhões de imigrantes que estão a entrar livremente pela fronteira com o México se tornem estrelas profissionais de baseball.
Não, este texto não pretende fazer comédia.
O “poeta” e professor de escrita criativa Jaswinder Bolina argumenta, num ensaio para a página de opinião do pasquim de que Jeff Bezos é infeliz proprietário, que os poucos imigrantes “exorbitantemente talentosos” que praticam desportos profissionais são razão suficiente para deixar escancarada a fronteira dos EUA.
Referindo-se ao ex-presidente Donald Trump e aos seus milhões de apoiantes em todo o país, Bolina escreve este maravilhoso versículo de poeta extraordinário:
“Enquanto esse grupo inóspito tem vilanizado os migrantes e refugiados como uma pressão sobre os recursos dos EUA, eu tenho-me maravilhado com o quanto os jogadores nascidos no estrangeiro têm animado (e enriquecido) o basebol nas últimas décadas”
O professor de escrita criativa da Universidade de Miami, na Flórida, argumenta ainda, sem rimar, mas em registo lírico:
“O número crescente de jogadores estrangeiros nas ligas principais, agora contados entre os melhores na longa história do jogo, dissipa o mito auto-engrandecedor de que os Estados Unidos possuem qualquer monopólio da excelência”.
Os eleitores preocupados com os custos sociais e económicos da imigração em massa são “culpados de uma fixação ofensiva na origem nacional, etnia e raça”, segundo Bolina. Os críticos da política do governo Biden de concessão de asilo em massa a imigrantes ilegais, argumenta o professor, “confundem a situação difícil de uma pessoa com o seu potencial”.
Os temas do racismo sistémico, da “brancura”, da identidade, da imigração e da alergia a Donald Trump são uma fixação de Bolina, que os aborda frequentemente na sua “poesia” e na sua “ensaística”. De acordo com o seu ensaio “Writing Like a White Guy” (analisar a poesia em função do tom de pele de cada um não é nada racista, pelos visto), o pai de Bolina, que se queixava de ter sido preterido na sua carreira profissional por não ser branco, disse-lhe para escrever sob um pseudónimo que soasse a cara pálida, porque ninguém publicaria um poeta de outra cor nos EUA.
Acontece que os Estados Unidos da América são, por exemplo, o país que mais poetas negros publicou na história da literatura. Em 1746 já se publicava poesia de autores negros na América, quando a América ainda fazia parte do Império Britânico.
Acontece que os Estados Unidos da América são hoje um país em que as pessoas são prejudicadas nas suas carreiras profissionais precisamente por serem brancas. 94% dos novos empregos criados nas 100 maiores corporações americanas em 2021 foram entregues a profissionais não brancos.
Acontece que as duas ligas profissionais de Baseball dos Estados Unidos da América empregam cerca de 780 jogadores. Mesmo que todos eles fossem imigrantes ilegais, o que é uma assumpção estapafúrdia, seria um número ridículo, se pensarmos que a população de imigrantes ilegais na federação americana foi em 2020 oficialmente estimada em 11,39 milhões de pessoas, às quais se somaram entretanto mais dez milhões, que até o liberal “The Hill” reconhece que entraram no país desde que Joe Biden foi viver para a Casa Branca.
Acontece que Jaswinder Bolina é retardado. E racista como o raio.
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