Ao longo do ano de 2024, ocorrerão cerca 40 actos eleitorais nacionais, que abrangem 41% da população mundial e 42% do produto interno bruto global.
E se na maioria dos casos as urnas não vão alterar – ou podem até reforçar – o domínio das elites globalistas, outros constituem uma janela de oportunidade para abrir rupturas de dissidência, que evocam a rebelião populista de 2016. Eis as eleições mais importantes a ter em conta neste ano.
Parlamento Europeu: 6 a 9 de Junho.
Os 27 Estados-Membros da União Europeia irão às urnas no início de Junho, escolhendo a sua representação no Parlamento Europeu, o organismo fantoche da oligárquica organização criminosa sediada em Bruxelas. Historicamente, esta é já uma eleição que atrai muitos “votos de protesto”, mas o agravamento da crise da imigração na Europa poderá empurrar os eleitores para a direita, uma preocupação já presente na mente dos mais zelosos apparatchiks da União Europeia, como Josep Borrell.
As recentes vitórias de partidos nacionalistas e populistas em Itália, na Finlândia, nos Países Baixos e na Suécia, apesar de até agora terem tido muito poucos ou nenhuns resultados práticos, sublinham a reacção popular contra as elites europeias e a sua adopção de fronteiras abertas, bem como o descontentamento que resulta da estagnação económica no velho continente. O grupo Identidade e Democracia, um bloco de partidos eurocépticos e nacionalistas de 10 nações europeias diferentes, parece estar pronto a desafiar os liberais para se posicionar como o terceiro maior bloco no Parlamento Europeu. Mas, seja como for, a assembleia tem poderes muito reduzidos e continuará a ser dominada por neo-liberais e socialistas, pelo que não é por aqui que podemos esperar os necessários terramotos políticos.
EUA, 5 de Novembro.
Se o movimento populista tem alguma esperança de arrancar uma vitória significativa, com impacto global, em 2024, é nos Estados Unidos. O ex-Presidente Donald Trump continua a ganhar vantagem nas sondagens sobre o candidato democrata e actual inquilino da Casa Branca, Joe Biden. Tal como na Europa, a crise na fronteira sul dos EUA está a alimentar uma reacção hostil dos eleitores face à agenda dos democratas, a nível nacional. As dificuldades económicas, o desastre na Ucrânia, a divisão da esquerda americana sobre a guerra no Médio Oriente, a senilidade gritante de Biden, os mais que evidentes indícios de corrupção do Presidente e da sua família, o aumento da criminalidade nas grandes cidades e a intensificação da guerra cultural permitem algum optimismo no sector renegado do Partido Republicano.
Os índices de aprovação de Biden são mais baixos do que os de Trump na mesma altura do seu primeiro mandato, e quase oito em cada 10 americanos dizem que o país está no caminho errado. As primeiras sondagens também indicam que Trump lidera Biden em todos os estados chave para 2024, excepto um, e Biden ainda não enfrentou os ventos contrários adicionais de um inquérito de impugnação do Congresso sobre os seus abusos de poder e corrupção pública.
Na esperança de evitar uma vitória de Trump em 2024, o regime de Biden instrumentalizou o sistema judicial e lançou uma campanha sem precedentes de perseguição do seu adversário político através dos tribunais, que viola a constituição, o estado de direito e qualquer conceito ético que presida a uma ideia, mesmo que frágil, de democracia. É verdade que essa campanha pode ter – e está a ter, de facto – o efeito contrário, levando eleitores independentes a sancionar o bilhete populista. Mas se Trump for entretanto preso ou impedido pelos tribunais de fazer campanha, ou simplesmente retirado dos boletins de voto, será difícil conseguir sair vitorioso num embate que, mesmo em circunstâncias normais, seria renhido.
Tanto mais que a integridade dos processos eleitorais no país é mais que discutível. As eleições americanas têm sido atormentadas por semanas de votação por correspondência, erros técnicos e disfunção operacional das máquinas electrónicas e uma predisposição dos democratas para violarem a verdade das urnas. As eleições de 2020 foram afectadas por graves interferências e grosseiras manipulações e não há razão nenhuma para supor que desta vez seja diferente, pelo contrário: o regime Biden está em desespero de causa e os seus principais protagonistas encaram a sua permanência no poder como uma questão de sobrevivência, não apenas política, mas pessoal. No caso de derrota, enfrentarão por certo as consequências judiciais dos crimes que nos últimos anos têm perpetrado.
Acresce uma previsão sombria, que o Contra arrisca: o regime Biden ainda não esgotou os truques que esconde na manga para manipular o processo eleitoral e as regras da democracia. É possível que até Novembro sejam fabricadas novos cenários de emergência, ou cisnes negros, incluindo guerras, “pandemias”, apocalipses do sistema financeiro ou até um conflito civil interno, desencadeado a partir de uma qualquer falsa bandeira. Tudo é possível e devemos estar bastante atentos ao que vai acontecer na América nos próximos dez meses.
Reino Unido (até Janeiro de 2025).
As elições legislativas no reino Unido estão marcadas para o princípio de 2025, mas é provável que ocorram em 2024, porque a forma como o Reino Unido realiza as suas eleições é algo peculiar, tendo a nação experimentado a ideia de um “Parlamento com mandato fixo”, para depois adoptar um sistema mais flexível em que o Primeiro-Ministro pode aconselhar o Monarca a dissolver o Parlamento em qualquer altura num período de cinco anos.
As sondagens indicam que o Partido “Conservador”, no poder, poderá perder a sua maioria no Parlamento para o Partido Trabalhista, que não tem acesso ao nº 10 de Downing Street desde o fim do regime de Blair/Brown, em 2010.
Os populistas tiveram grande influência na política britânica durante a maior parte dos anos em que os conservadores estiveram no poder, com o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) de Nigel Farage a forçar o então primeiro-ministro David Cameron a propor um referendo sobre a saída da UE – um plebiscito que foi ganho por uma margem de 52-48. A subsequente eleição de Boris Johnson poderia ter reforçado o triunfo populista no país, mas, como todos sabemos, foi precisamente o oposto que aconteceu e depois da queda de Boris (por questões que na verdade são menores em comparação com os crimes cometidos pelo seu governo a propósito da Covid), do despedimento de Truss pelos senhores do universo que habitam a City londrina e da ascensão, por cooptação dessas oligarquias financeiras, de Rishi Sunak, o Reino Unido continua fora da União Europeia mas funciona ideologicamente como se estivesse às ordens de Bruxelas.
Os conservadores desperdiçaram assim a sua maioria, entre escândalos de carácter ético, políticas implementadas contra o seu eleitorado, traições ao seu mandato, aumento da carga fiscal, promoção da imigração em massa e envolvimento irracional na guerra da Ucrânia. É assim mais que provável que o Partido Trabalhista de Sir Keir Starmer ganhe as próximas eleições e promova ainda mais e se possível a imigração em massa, o alarmismo das alterações climáticas, a agenda globalista e a religião woke.
O Reino Unido, cujo monarca é um servo de Klaus Schwab, é hoje uma nação perdida e será muito difícil recuperá-la a curto ou médio prazo.
A Bélgica pode desaparecer.
As eleições para o Parlamento Europeu serão seguidas pelas eleições federais na Bélgica, que Charles De Gaulle descreveu um dia como “um país inventado pelos britânicos para irritar os franceses”. O facto de a Bélgica ser o principal centro de poder das instituições da UE confere-lhe uma importância extraordinária – e as eleições de 2024 poderão colocar o país no caminho da ruptura.
A Bélgica está dividida entre a Valónia, de língua francesa, a sul, e a Flandres, de língua neerlandesa, a norte, sendo Bruxelas um enclave francófono dentro desta última. O país passa frequentemente longos períodos sem governo, uma vez que os partidos rivais das duas regiões têm mostrado grandes dificuldades para chegar a acordos de coligação. Na Flandres, o partido populista independentista flamengo Vlaams Belang (Interesse Flamengo) está actualmente a prosperar à custa da direita liberal.
O apelo crescente do Vlaams Belang é motivado pela insatisfação da opinião pública face ao agravamento da crise migratória, num país que já tem zonas interditas, onde as suas leis não se aplicam e são substituídas pelo ideário islâmico. O líder Tom Van Grieken descreveu o Estado belga como um “casamento forçado” e um sólido resultado eleitoral poderia permitir-lhe cumprir a promessa de assegurar uma “divisão ordenada” do país – ou, se necessário, uma secessão unilateral.
Taiwan, Portugal e muito mais.
Com cerca de quarenta eleições nacionais a terem lugar em 2024, os partidos nacionalistas e populistas serão provavelmente competitivos tanto nas eleições nacionais como nas regionais na Áustria, na Índia, na Coreia do Sul, na Roménia, na República Checa, na Eslováquia, na Finlândia e na Croácia.
Taiwan enfrentará uma eleição nacional renhida entre o liberal Partido Democrático Progressista, o nacionalista Kuomintang e o populista Partido Popular de Taiwan. O resultado das urnas nesta ilha tem implicações globais: a China já avisou que a continuada independência deste território é inadmissível, mas no Ocidente há quem defenda que valerá a pena desencadear uma guerra de consequências devastadoras com a segunda potência mundial para manter a indústria de microprocessadores de Taiwan do lado certo da economia global.
A Rússia também vai a eleições, embora a vitória de Putin seja fácil de prever. Na Ucrânia, que também tinha eleições marcadas para 2024, Zelensky não parece muito inclinado a submeter-se ao sufrágio, mas dada a situação na frente de guerra, o seu regime poderá cair, caso em que um processo eleitoral poderá constituir uma forma de os ucranianos encontrarem um novo líder.
Em Portugal, termos já eleições em Março, num cenário em que, tudo indica, nenhum partido irá obter a maioria e em que mesmo uma coligação de poder será difícil de reunir, dada a alergia dos partidos de centro-esquerda, como o PSD e a iniciativa Liberal, ao populista Chega e a remota hipótese dos partidos de extrema-esquerda (PS, Bloco e CDU) somarem votos suficientes para formarem governo. A eventualidade de uma enjoativa e, por definição, corrupta aliança entre o PSD e o PS, partidos na verdade praticamente indiferenciáveis, não é de afastar, pelo que as alternativas que os portugueses têm para o futuro oscilam entre o caos regimental ou o apodrecimento interminável da Terceira República e do seu estado corporativo.
A primeira hipótese será, de longe, melhor que a segunda. Até porque um Portugal sem governo pode muito bem governar-se melhor do que com os executivos socialistas que têm destruído o país nos últimos cinquenta anos.
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