Recentemente, a atenção dos meios de comunicação social centrou-se em Espanha devido aos protestos intensos e imensos contra o governo de esquerda. A desaprovação generalizada do governo de Sánchez não é surpreendente, dadas as suas políticas impopulares relativamente à economia, à imigração em massa, à constituição, à educação e a outras questões importantes. Além disso, com o afluxo massivo de imigrantes muçulmanos ilegais a Espanha e o grave declínio das taxas de natalidade, a nação encontra-se numa encruzilhada, e o seu futuro é incerto.

O problema primeiro que impede muitas pessoas de compreenderem a história do Islão em Espanha é a falsa historiografia, ou mesmo a propaganda, que reescreveu a história medieval ocupada pelos muçulmanos e tenta retratá-la como um “bastião de paz e multiculturalismo”.

Após o aparecimento do Islão na Arábia, durante o século VII, um dos primeiros objectivos dos árabes invasores foi a conquista da Península Ibérica, na Europa. Partes de Espanha e de Portugal (a que os muçulmanos chamavam “al-Andalus”) foram ocupadas e governadas por uma sucessão de dinastias islâmicas durante 800 anos, a partir do século VIII. Com a expansão do Islão, os muçulmanos apoderaram-se da quase totalidade da Península Ibérica em menos de uma década, entre 711 a 718. O reino cristão visigótico foi derrotado e o seu último rei, Rodrigo, foi morto pelos invasores.

 

 

Académicos, jornalistas e políticos defendem a Espanha medieval dominada pelos muçulmanos – “al-Andalus” – como um paraíso multicultural, um lugar onde muçulmanos, cristãos e judeus viviam em harmonia. Mas esta versão amplamente aceite é simplesmente falsa, como revela Darío Fernández-Morera no seu novo livro, El Mito del Paraíso Andaluz. Eis alguns excertos da argumentação do académico da Northwestern University:

Al-Kardabus e outro historiador muçulmano, Abd al-Wahid al-Marrakushi, escrevem que o líder árabe Musa Ibn Nusayr saqueou, escravizou e passou três anos a fazer jihad – guerra santa – contra os infiéis ibéricos. Tal como al-Kardabus, al-Marrakushi e al-Maqqari afirmam que Musa passou tanto tempo a “pilhar” como a “organizar” a terra conquistada. Estas fontes mencionam igualmente que vários membros dos tabi’un (uma geração de muçulmanos piedosos que eram discípulos directos dos Companheiros de Maomé) entraram em Espanha para dirigir a jihad e a conversão da terra. A presença destes membros da tabi’un sublinha a motivação fundamentalmente religiosa da invasão – uma jihad.

Se os cristãos resistissem, seguir-se-ia um massacre após a vitória muçulmana. Perto de Orihuela, os cristãos derrotados foram punidos com o extermínio.

Depois dos muçulmanos terem tomado Córdova num ataque furioso, os restantes defensores cristãos retiraram-se para uma igreja. Segundo al-Maqqari, os muçulmanos incendiaram o edifício e os cristãos que lá se encontravam morreram, sem se renderem; segundo al-Kardabus, quando os cristãos se renderam, o comandante muçulmano mandou-os decapitar.

Não deixa de ser irónico que até historiadores muçulmanos de séculos passados sejam mais rigorosos do que os seus congéneres ocidentais dos tempos que correm agora.

A história da Espanha ocupada pelos muçulmanos foi amplamente marcada por uma severa perseguição aos cristãos e judeus, que incluiu várias expulsões e pogroms. Em 1013, por exemplo, os muçulmanos expulsaram os judeus de Córdova e confiscaram os seus bens. Em 1066, os muçulmanos massacraram quase toda a população judaica de Granada num pogrom que destruiu a cidade.

Al-Andalus era um estado esclavagista que incluía eunucos e a escravatura sexual generalizada de mulheres não muçulmanas. O Dr. Andrew Bostom, autor de The Legacy of Jihad: Islamic Holy War and the Fate of Non-Muslims, documentou a vasta extensão da escravatura da jihad em al-Andalus, incluindo o apropriadamente chamado “comércio hediondo” da escravatura dos eunucos. Bostom cita Evariste Levi-Provencal (1894-1956), que foi um influente estudioso da Espanha ocupada pelos muçulmanos:

A população da Espanha dos califas e de outros países muçulmanos no mesmo período (…) incluía uma proporção bastante grande de escravos, tanto homens como mulheres, brancos e negros, de origem europeia ou sudanesa, provenientes de várias fontes diferentes – as razias contra a Espanha cristã, o tráfico de escravos negros, a pirataria marítima e os comerciantes especializados no tráfico de escravos. Os homens de condição servil eram certamente menos numerosos nas cidades do que as mulheres escravas. Mas não eram raros no campo, onde levavam uma vida penosa. Eram principalmente feitos cativos na própria Espanha durante as expedições contra os reinos cristãos, sobretudo no tempo de al-Mansur, e não podiam ser resgatados pelos seus parentes. Mas também pode acontecer que estes cativos fossem provenientes de regiões do al-Andalus pacificadas por último, pelo que, aquando da revolta de Ibn Hafsun, foram vendidos como escravos em Córdoba um número significativo de pessoas de condição livre, aparentemente cristãs.

A Espanha muçulmana não era apenas um forte mercado interno para este comércio, mas também um local de recolha e trânsito para outros países muçulmanos da bacia do Mediterrâneo, nomeadamente para escravos brancos e eunucos. Al-Muqaddasi descreveu em pormenor a forma como eram castrados.

Depois de ter feito parte do califado islâmico durante cerca de 800 anos, a Península Ibérica libertou-se finalmente dos seus ocupantes muçulmanos através de séculos de guerra feroz. A Reconquista é um termo utilizado para descrever as campanhas militares que os reinos cristãos empreenderam para libertar as suas terras dos ocupantes islâmicos. Tradicionalmente, o início da Reconquista é datado da Batalha de Covadonga, no século VIII, durante a qual um exército asturiano obteve a primeira vitória cristã sobre as forças de ocupação do Califado Árabe Omíada. Mas o movimento só terminou muito mais tarde, no século XV, com a queda do reino nasrida de Granada para os reis católicos.

As populações ibéricas sofreram durante séculos sob a tirania islâmica e só depois de grandes sacrifícios conseguiram libertar as suas terras e construir nações cristãs soberanas. Actualmente, a Espanha (e Portugal também), está sujeita a outra fase de islamização – desta vez através da imigração muçulmana ilegal em massa – uma política ideológica do executivo da UE, que, juntamente com o governo espanhol, nunca procurou a aprovação da população nativa. Há anos que o Instituto Gatestone tem vindo a documentar extensivamente a ameaça de islamização que a Espanha enfrenta em artigos como “Spain: Migration Crisis Spirals Out of Control“, “The Quiet Islamic Conquest of Spain“, “Muslims Demand ‘Right of Return’ to Spain“, “Spain: New Gateway to Europe for Mass-Migration” e “Spain: Jihad Continues“.

São os próprios jidahistas que corroboram estes alertas. Em Agosto de 2014, o ISIS divulgou este mapa onírico, representando um simpático califado que se estende generosamente dos Himalaias a Lisboa e que reflecte um sonho antigo: desde o tempo dos Abássidas (750-1299 D.C) que o imperialismo islâmico projecta a Península Ibérica como um lebensraum.

 

 

Grupos terroristas islâmicos apelam frequentemente aos seus apoiantes para reconquistarem o al-Andalus. O braço mediático da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) chama-se Al-Andalus. Especialistas em terrorismo citaram mesmo “uma deriva salafista em partes de Espanha, particularmente na região autónoma da Catalunha”. Em declarações à France24, em 2017, Pierre Conesa, antigo alto funcionário do Ministério da Defesa francês e autor de vários livros sobre o Islão político, observou:

Barcelona é uma cidade que há muito abriga uma forma de radicalização, que durante algum tempo abraçou a Irmandade Muçulmana, o Tabligh [movimento que defende uma interpretação rigorosa e literal do Islão] e depois os salafistas.

Atacar a Península Ibérica tem assim um peso simbólico para os islamitas. Alexandre Vautravers, do Instituto de Estudos Globais da Universidade de Genebra, explica:

Há uma série de provas, nos últimos anos, no grupo IS e noutras propagandas islamitas radicais, que castigam a Espanha, recordando que uma parte do seu território foi muçulmana durante vários séculos.

Entretanto, a taxa de natalidade em Espanha está em franco declínio. Os investigadores W. Bradford Wilcox e Tim Sprunt escreveram sobre “o colapso da família espanhola” e “o declínio das taxas de fertilidade”, chamando-lhes a “bomba do despovoamento”:

As taxas de fecundidade têm vindo a diminuir de forma constante desde há décadas, com a taxa de nupcialidade a cair mais de 50% no mesmo período. Quando os dados do ano passado mostraram que a taxa de natalidade espanhola tinha caído para o nível mais baixo de sempre, o Vox foi ao Twitter descrever a situação como uma “emergência demográfica”.

Em 1980, a taxa de fertilidade total em Espanha era de 2,2 nascimentos por mulher. Actualmente, caiu para um mínimo histórico de 1,2 nascimentos, uma das taxas de fertilidade mais baixas entre os países da União Europeia e muito abaixo da taxa de 2,1 necessária para que uma população se substitua a si própria. Consequentemente, pela primeira vez, mais de 20% da população espanhola tem mais de 65 anos, e esta proporção está a aumentar rapidamente.

A ideologia que promove a imigração em massa parece ser etno-niilista, na medida em que não vê qualquer problema numa substituição demográfica que poderia eventualmente levar à queda de civilizações inteiras na Europa. É, portanto, vital preservar a identidade cultural cristã de Espanha, bem como a sua democracia, soberania e outros aspectos da sua cultura e história que fazem deste país a nação única que é. A Espanha e o resto da Europa precisam urgentemente de uma política de imigração racional que coloque a Europa em primeiro lugar, bem como de uma historiografia verdadeira, desprovida de correcção política e que aborde abertamente os crimes da ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos e os ensinamentos tirânicos da doutrina islâmica.