A União Europeia lançou uma investigação sobre a plataforma de redes sociais X, de Elon Musk, na segunda-feira, 18 de Dezembro, ao abrigo de uma lei destinada a “prevenir actividades ilegais e prejudiciais online e a propagação de desinformação”. A ação contra a empresa é a primeira contra uma grande plataforma online desde que Bruxelas implementou o distópico European Media Freedom Act e a subsidiária e draconiana Lei dos Serviços Digitais (DSA).
O DSA entrou em vigor no ano passado e exige que as grandes plataformas online e os motores de busca façam mais para combater os conteúdos ilegais e os riscos para a segurança pública. Afecta as práticas de plataformas como a Google, o Facebook e o X.
Mas a UE está interessada sobretudo em impedir o acesso dos europeus à plataforma de Elon Musk porque esta é a única que permite o discurso dissidente. Trata-se de facto de um ataque um dos mais importantes “direitos fundamentais” – a liberdade de expressão. O DSA dá poderes à Comissão para policiar e suprimir os pontos de vista dos partidos populistas e de direita que não se conformam com a visão do mundo de Bruxelas, sob o pretexto de combater o “discurso de ódio” e a “desinformação”.
Today we open formal infringement proceedings against @X :
⚠️ Suspected breach of obligations to counter #IllegalContent and #Disinformation
⚠️ Suspected breach of #Transparency obligations
⚠️ Suspected #DeceptiveDesign of user interface#DSA pic.twitter.com/NxKIif603k
— Thierry Breton (@ThierryBreton) December 18, 2023
A Comissão Europeia afirmou que uma investigação preliminar de recolha de informação que lançou contra o X em Outubro, que incluía a análise da “disseminação de conteúdos ilegais no contexto dos ataques terroristas do Hamas contra Israel”, levou à investigação iniciada na segunda-feira. A Comissão também lançou investigações preliminares no mesmo sentido contra o TikTok, o YouTube e a Meta, proprietária do Facebook. Mas, até à data, esses procedimentos preambulares não resultaram no mesmo tipo de processo que está agora a ser levantado contra o X,
Na sequência dos ataques do grupo terrorista palestiniano Hamas contra Israel, a 7 de Outubro, o X e outras redes sociais foram inundadas com imagens falsas e informações enganosas, tal como aconteceu também com a guerra na Ucrânia. O Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, enviou cartas à X, à Meta, ao TikTok e à Alphabet – a empresa-mãe da Google – recordando-lhes as suas obrigações ao abrigo do DSA para combater os conteúdos nocivos e ilegais.
Mas não o fez em relação à imprensa corporativa, que tanto no caso da Ucrânia como do conflito no Médio Oriente cometeu exactamente os mesmos erros. Há milhares de exemplos, mas basta pensar que a Associated Press podia ter desencadeado a terceira guerra mundial, quando publicou em Novembro do ano passado a notícia falsa de que um míssil com origem na Rússia, que afinal tinha sido disparado pelos ucranianos, tinha explodido numa aldeia polaca, país que faz parte da NATO.
A investigação formal contra o X irá, entre outras coisas, examinar se a plataforma difundiu “conteúdos ilegais” e qualificar a eficácia dos seus esforços para combater a desinformação. Em caso de infração comprovada (ou inventada), as sanções podem incluir multas até seis por cento das receitas globais da empresa. Em caso de infracções graves e repetidas, a UE pode proibir uma plataforma de operar no bloco de 27 países.
Embora o X tenha declarado que continua empenhado em cumprir o DSA, Elon Musk, reagindo ao anúncio da Comissão sobre a investigação, comentou:
“Estão a tomar medidas contra outras redes sociais? Porque se há problemas com esta plataforma, e nenhuma é perfeita, as outras são muito piores.”
Desde que adquiriu uma das maiores plataformas de redes sociais do mundo, então conhecida como Twitter – no ano passado, Musk tem procurado fazer do Twitter uma plataforma para a liberdade de expressão, restaurando as contas proibidas de personalidades públicas, como o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump. O X permite agora que os utilizadores verifiquem os conteúdos falsos ou enganadores, em vez de uma equipa dedicada de verificadores de factos. A UE queixou-se de que o X não tem moderadores de conteúdos (ou censores) suficientes para garantir que os utilizadores cumprem as regras da UE em matéria de conteúdos online. Musk também retirou a plataforma de um pacto voluntário da UE contra a desinformação, um conjunto de compromissos voluntários para cooperar com Bruxelas nos seus esforços pidescos. A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourová, afirmou que o X é a maior fonte de notícias falsas, quando todos sabemos que a maior fonte de notícias falsas é a imprensa corporativa.
Elon Musk tem sido criticado por comentadores e decisores de esquerda e neo-liberais pelas suas opiniões libertárias e inconvenientes, como a rejeição da migração ilegal e da ideologia transgénero. A sua empresa também anunciou recentemente que iria processar parceiros da Open Society Foundations de George Soros numa disputa pela liberdade de expressão.
Relativamente à investigação da Comissão Europeia, o X afirmou formalmente que
“É importante que este processo permaneça livre de influência política e siga a lei”.
Alguns políticos italianos defenderam Musk e criticaram a Comissão Europeia. Musk passou o fim de semana em Roma, discursando num encontro político conservador organizado pelo partido da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. O vice-primeiro-ministro Matteo Salvini disse no X:
“Elon Musk tem razão: a liberdade de expressão só faz sentido se permitir que as pessoas de quem não gostamos digam as coisas de que não gostamos. Viva a liberdade de pensamento, em qualquer altura e em qualquer lugar.”
La Commissione Europea apre una procedura di infrazione contro X per “sospetta violazione del cosiddetto Digital Service Act” che la Lega (unico partito italiano) aveva bocciato ritenendolo un bavaglio.
Nel 2024 ci sarà l’occasione per cambiare l’Europa, contro ogni censura e… pic.twitter.com/9C9syWp9qV
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) December 18, 2023
Mas para os tiranos que infectam os corredores do poder globalista sediado em Bruxelas, em Paris, em Londres e em Davos, esta é a oportunidade de ouro para acabar com a liberdade de expressão e de acesso à informação na Europa. E se continuarmos a agir como gado no curral privado de von der Leyen, o X tem os dias contados no Velho Continente.
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