Não faltava mais nada.
Astrónomos norte-americanos estão a defender a alteração do nome de duas galáxias, actualmente designadas por Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de Magalhães, em homenagem ao imortal navegador português Fernão de Magalhães, devido ao seu historial de “colonialismo violento”.
Sim, é verdade.
A astrónoma Mia de los Reyes, do Amherst College, em Massachusetts, exprimiu este ponto de vista na revista APS Physics, referindo os actos alegadamente cometidos por Magalhães contra “populações indígenas” durante a sua viagem de 1519-22. A tresloucada criatura argumentou que figuras históricas de primeira dimensão como o navegador lusitano não deveriam ser homenageadas na nomenclatura astronómica, sugerindo que a continuação desta prática poderia de alguma forma prejudicar as pessoas de hoje.
Prejudicar como? A senhora não explica.
Talvez seja apropriado lembrar o óbvio: as galáxias têm o nome que têm porque o bravo navegador português, um dos mais notáveis exploradores da história da humanidade, que ao serviço da coroa de Castela liderou a primeira viagem de circum-navegação ao globo terrestre (uma odisseia de 4 anos que lhe custou a vida), foi o primeiro europeu a observar e documentar as duas galáxias anãs irregulares que orbitam a Via Láctea e que são apenas visíveis no hemisfério sul.
A oposição à actual e mais que adequada nomenclatura é também apoiada pelo Professor David Hogg da Universidade de Nova Iorque, que afirmou que as nuvens não foram descobertas por Magalhães e só receberam o seu nome no século XIX. As populações indígenas do hemisfério sul, diz ele, já tinham nomes para estes objectos.
O facto de um nome “só” ser atribuído no século XIX é um argumento de peso, que, a ser respeitado, criaria um deficit monumental de substantivos próprios. E é óbvio que os indígenas do hemisfério Sul já tinham nomes para as galáxias, porque faziam parte do “seu” céu nocturno. Não tiveram que se enfiar numa casca de noz, e desafiar 3 oceanos, para constatar o facto. Não tiveram de se castigar durante séculos para conseguir algo aproximado à ciência ocidental, que ofereceu ao mundo coisas insignificantes como a cartografia, a geografia, a astronomia, e assim por diante.
As iluminarias woke que só desejam destruir o legado histórico dos Descobrimentos, têm sugerido nomes alternativos, claro. Num ataque de criatividade e originalidade que é digno da sua intenção revisionista propuseram ‘Milky Clouds’ (Nuvens Lácteas).
Brilhante e inédita ideia.
Mas o Contra, para que a destruição do legado ocidental seja perfeitinha, propõe: Galáxia Black Lives Matter (a Grande) e Galáxia Antifa (a Pequena).
Este lamentável apelo, muito característico das academias contemporâneas de língua inglesa, compagina com os esforços mais amplos para substituir os nomes de locais públicos e instituições que têm o nome de indivíduos que supostamente se envolveram em actos “nocivos” no seu passado, e a obsessão com a nomenclatura, típica de todas as revoluções do género jacobino, não está a ofender apenas a astronomia e a história. A Universidade da Carolina do Norte criou um guia linguístico que elimina as palavras “homem”, “mãe” e “pai”. A Universidade de Artes de Londres retirou a palavra “mulher” das suas políticas de maternidade e menopausa.
Até a Sociedade Americana de Ornitologia (SAO), recém-convertida à religião woke, anunciou no início deste mês que vai renomear dezenas de pássaros para “resolver erros do passado”. A SAO chegou à conclusão, em Abril de 2021, que as aves com nomes de proprietários de escravos e colonialistas deveriam ser renomeadas, para tornar a comunidade de observação de pássaros mais inclusiva. O esforço para mudar o nome das aves centrar-se-á em cerca de 80 espécies que existem sobretudo nos EUA e no Canadá.
Há muito mais exemplos, claro, mas nestes textos que documentam a esquizofrenia do Ocidente contemporâneo, o Contra valoriza o pudor e obriga-se à parcimónia.
E a seguir: a Via Láctea passa a Via Verde, o Sistema Solar passa a Sistema Davos, Mercúrio passa a Ghandi, Vénus a Rosa Luxemburgo, Marte a Malcom X, Júpiter a Mandela, Saturno a Luther King, Urano a Marx e Plutão (como foi despromovido a asteroide) vai ser conhecido como Mamadou Ba.
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