Nunca deixa de espantar como foi e tem sido possível defender o apoio político, militar e económico à Ucrânia sob o argumento de que é a democracia e a liberdade que estão em causa. O regime de Zelensky não tem nada a ver com uma coisa ou com outra. É um regime totalitário, draconiano, fortemente investido na perseguição étnica e religiosa, que aglutina a ideologia nazi com o liberalismo iliberal do globalismo elitista. Num dos seus mandatos abertamente tirânicos, Zelensky tem vindo a banir a milenar igreja ortodoxa do país e a confiscar os seus bens.
É por este tipo de liberdade e democracia que os governos do Ocidente estão a sacrificar as suas economias, a primazia fiduciária, a sustentabilidade energética, a credibilidade interna e externa e a qualidade de vida dos seus povos. É por este regime distópico que estamos a arriscar uma guerra nuclear.
A versão oficial de Kiev é que as igrejas ortodoxas estão a ser fechadas e os seus bens confiscados devido a “ligações a Moscovo”. Mas todos sabemos, ou devemos saber, que neoliberais como Zelensky, ou como Biden, ou como Trudeau, ou como Macron, encaram o cristianismo como uma religião a suprimir da face da Terra.
Cumprindo um mandato que já vem de Dezembro do ano passado, o Presidente da Câmara de Kiev, Vitaly Klitschko, ordenou na sexta-feira o encerramento de 74 igrejas pertencentes à Igreja Ortodoxa Canónica (IOC), citando os seus alegados “laços directos” com o Patriarcado de Moscovo da Igreja Ortodoxa Russa.
O decreto de Klitschko é semelhante ao utilizado para confiscar o Pechersk Lavra de Kiev, ou Mosteiro das Grutas, que a polícia ucraniana invadiu no mês passado. O local sagrado mundialmente famoso, com quase mil anos de idade, foi entregue a uma organização política e religiosa de carácter liberal e agregada ao regime Zelensky, a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOU) rival da Igreja canónica, criada pelo governo em 2018.
O Lavra é tecnicamente propriedade do Estado, mas a igreja administrava-o ao abrigo de um acordo de 2013, que Kiev declarou nulo e sem efeito no início deste ano, alegando que a IOC o violou por ter laços com a “nação inimiga”. Os tribunais ucranianos rejeitaram os recursos da IOC.
Os locais recentemente sequestrados poderão ser entregues à IOU ou à Igreja Greco-Católica Ucraniana, que está em comunhão com Roma, ou poderão mesmo ser demolidos como “objectos ilegais”, dada a anulação pelo governo dos contratos de arrendamento e utilização.
Em Março, o Presidente Vladimir Zelensky considerou o confisco do Lavra “uma medida para reforçar a nossa independência espiritual” e acusou a IOC de ser um instrumento da Rússia. Até à data, um terço das regiões administrativas ucranianas proibiram totalmente a Igreja Ortodoxa Canónica, privando milhões de crentes dos seus locais de culto.
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