O Presidente francês Emmanuel Macron foi sujeito a uma recepção extremamente hostil na abertura do Campeonato do Mundo de Rugby, na sexta-feira à noite, com ruidosas vaias vindas das bancadas, que atingiram o clímax quando subiu ao púlpito para o seu discurso de abertura do torneio.

 

 

Os assobios começaram quando Macron entrou no relvado do Stade de France, em Paris, e aumentaram quando começou o seu discurso, que foi quase inaudível.

A reação foi semelhante quando o Presidente apareceu nos ecrãs de televisão das zonas especiais para adeptos instaladas em Paris e Marselha.

Em reacção ao sucedido, Manuel Bompard, um membro de esquerda da Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, tweetou.

“O rei Macron foi vaiado pelo povo francês! Nunca o vamos deixar em paz!”

A popularidade de Macron diminuiu após a implementação de reformas de pensões altamente impopulares, que aumentam gradualmente a idade da reforma para 67 anos. A medida deu origem a protestos generalizados no início do ano, com a oposição política a apelar à realização de um referendo. Em Março, Macron utilizou um artigo controverso da Constituição francesa para promulgar as reformas, contornando o Parlamento. Esta medida intensificou os protestos e os apelos à sua demissão.

Stephanie Galzy, deputada do partido de direita Rassemblement National, classificou as vaias como “um símbolo”,

Bastien Lachaud, deputado do partido de esquerda La France Insoumise comentou:

“O povo não esqueceu os insultos e a reforma das pensões. Ele teve as boas-vindas que merecia”.

Os apoiantes do presidente criticaram a reacção dos adeptos, com Mathieu Lefevre, deputado do partido no poder, o Renaissance, a dizer que

“vaiar o presidente da república é vaiar a França”.

Típico dos tempos que correm: acusar a dissidência política de traição à pátria.

A conversa tem caído para a insatisfação popular relativamente à questão das reformas, mas a verdade mais inconveniente é que os motins do início do Verão não devem ter ajudado muito à imagem já de si controversa de Macron e às suas políticas globalistas e permissivas em relação à imigração, que estão a destruir, por dentro, a República. Além do mais, importa sublinhar que o apóstolo WEF foi eleito por uma coligação que inclui movimentos políticos de esquerda e extrema-esquerda que na verdade odeiam o neo-liberalismo do presidente francês.

Ou seja: o que não faltam são razões, e o que não faltam são franceses, para assobiar Emmanuel Macron.