Steven Sund, chefe da polícia do Capitólio a 6 de Janeiro de 2021.

 

O ex-chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, disse a Tucker Carlson que “havia uma boa quantidade de agentes da lei” na multidão reunida em Washington a 6 de janeiro de 2021, num vídeo gravado ainda nos tempos em que Tucker estava na Fox News e obtido em exclusivo pelo The National Pulse. A notícia bombástica vem na sequência de revelações de que Sund tinha chamado aos acontecimentos que rodearam o motim no Capitólio “um encobrimento”, manifestando a sua preocupação com provocadores como Ray Epps, que estavam no local ao serviço do FBI.

Steven Sund foi nomeado para o cargo por Nancy Pelosi, que era na altura a líder da maioria democrata e speaker da Câmara dos Representantes do Congresso, pelo que ninguém o pode acusar de alimentar simpatias com republicanos ou populistas.

O testemunho nunca foi para o ar, porque entretanto Tucker Carlson foi despedido e a Fox News encarregou-se de manter o testemunho bem longe do conhecimento público. No entanto, na sua primeira entrevista desde que saiu da Fox News, concedida a Russell Brand no passado mês de Julho, Tucker revelou que o chefe da polícia do Capitólio lhe tinha dito que o motim de 6 de Janeiro tinha sido infiltrado por agentes do FBI.

A meio da entrevista, Sund explica que é normal que os Serviços Secretos, o FBI e o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington (MPD) tenham alguns agentes à paisana em grandes multidões reunidas na capital do país. Mas o número de 18 agentes do FBI presentes, mais cerca de 20 do Departamento de Investigações de Segurança Interna (HSI), era extraordinariamente elevado.

“Poucos dias depois do dia 6 de janeiro, os meios de comunicação social contactaram-me e disseram-me: ‘Sabe que o FBI tinha agentes infiltrados na multidão?’ Eu pensei: ‘não, eles ter-me-iam dito’. No dia anterior, tinha recebido uma chamada de Steve D’Antuono, o chefe da delegação de Washington do FBI. Não me disse nada sobre o assunto… Mas agora sei que, de acordo com o relatório do GAO [Government Accountability Office], havia 18 operacionais na multidão. Isso são muitos agentes”.

Sund observou que os acontecimentos que conduziram aos motins de 6 de Janeiro foram estranhos, afirmando que não houve qualquer reunião entre a polícia do Capitólio e o FBI, como seria normal neste tipo de situações

 

 

O polícia de topo do Capitólio, que se demitiu no rescaldo desses acontecimentos, continuou a explicar que, durante incidentes como os protestos do FMI em 2000 e a tomada de posse de Bush, era comum o seu departamento ter reuniões de informação com o FBI, juntamente com um ‘Joint Intelligence Bulletin’ (JIB).

“Mas nada disso aconteceu. Nenhuma chamada ou conferência”.

Tucker Carlson pressionou Sund sobre o que pensava do número de agentes infiltrados no terreno:

“Acha que 18 agentes é muito para esse tipo de evento?

“Acho que sim. E o DHS [Department of Home Security] está agora a dizer que também estavam lá várias pessoas do HSI, [Homeland Security Investigations]. Portanto, parece que várias agências de informação tinham recursos na multidão. Havia uma boa quantidade de agentes da lei na multidão.”

Em mais de 30 anos de serviço na polícia, Sund disse a Carlson que nunca viu nada assim em termos de número de agentes infiltrados de todas as agências governamentais.

O testemunho confirma registos de outras fontes: Como relatou o The Daily Caller, o advogado do réu Dominic Pezzola, Roger Roots, argumentou que estavam “pelo menos 40” informantes disfarçados no motim. Roots alegou que estavam oito fontes humanas do FBI inseridas nos Proud Boys, e 13 agentes à paisana da Polícia Metropolitana. O denunciante do FBI, George Hill, alegou também, durante uma entrevista em Fevereiro com o Subcomité da Câmara sobre o Armamento do Governo Federal, que a sede do FBI em Washington tinha “oficiais disfarçados” e “fontes humanas confidenciais” dentro do Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

Em Março deste ano, Tucker Carlson, ainda na Fox News, teve acesso aos ficheiros de vídeo do circuito fechado do Congresso referentes aos acontecimentos de 6 de Janeiro e divulgou algumas sequências captadas por esses equipamentos que contam um história muito diferente daquela que nos foi impingida.

O que vemos são pessoas desarmadas, de uma maneira geral com uma atitude pacífica e respeitadora, passeando com ar de turistas pelo interior do Congresso e sem serem incomodadas pelas forças policiais, que estão presentes mas não reagem. Tiram fotos, apreciam obras de arte e peças de mobiliário, caminham por corredores e salas. Não há caos, o vandalismo é episódico, anedótico ou insubstantivo e tudo parece decorrer de forma tranquila.

Até o célebre e alucinado “Q-Anon Xaman”, de seu nome Jacob Chansley, que apesar de ser um veterano da marinha apanhou 4 anos de prisão por não funcionar com os parafusos todos, parece ter um comportamento civilizado e é constantemente acompanhado por dois polícias que estão nitidamente mais interessados em oferecer-lhe uma visita guiada do que em impedir a sua excursão.

Numa série de reportagens de investigação que acabaram por ser até validadas pelo New York Times, a Revolver News demonstrou que os acontecimentos de 6 de Janeiro terão sido conduzidos e intensificados, pelo menos em parte, por agentes infiltrados do FBI, numa manobra de diversão que só pode ter sido destinada a fazer esquecer o fraudulento processo eleitoral que levou Joe Biden à Casa Branca. As suspeitas foram levantadas por um facto muito simples: agitadores captados por câmaras no exterior do Congresso e facilmente identificados por meios de comunicação social nunca foram perseguidos ou encarcerados, enquanto cidadãos anónimos, pacíficos e sem significativo protagonismo no evento, mas identificados no interior do Congresso, eram incriminados e presos.

Quanto mais sabemos sobre o motim que levou à tomada do Congresso por adeptos de Trump mais dá a impressão de que foi, no mínimo, realizado com o conhecimento do FBI e, no máximo, orquestrado por esta organização mafiosa.